Capítulo doze

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Eu e Drew somos definitivamente as crianças mais insaciáveis do mundo. Nossos pais precisam tomar conta de nós, tipo, toda hora.

– Vamos no brinquedo que vira de cabeça para baixo!? – Drew sugere.

– SIM POR FAVOR EU AMO!

– Ok, que apostar corrida até o local?

– Ta. Quem chegar por último é mulher do padre! – Digo e logo saio correndo.

Isso não é justo! Drew tem as pernas mil vezes maiores que a minha, é óbvio que ele corre mais rápido.

– Você roubou! – Acuso.

– Como eu roubei?

– Você é maior, é mais fácil.

– Então eu roubei porque sou alto?

– Sim.

– Não faz sentido!

– Faz pra mim, isso que importa.

– VOCÊS PODEM PARAR? – Grita minha mãe. Estão quase nos alcançando na fila do brinquedo.

– Desculpa! – Gritamos de volta em uníssono.

– Mia é melhor você não ir agora – Diz meu pai. – Você acabou de comer, vai passar mal.

– Não vou, não. – Rebato com sinceridade, sem chances de eu passar mal.

– Isso não vai dar certo Mia. Você está indo em um brinquedo que vai te virar de cabeça para baixo enquanto você se encontra com a barriga estupidamente cheia.

– Relaxa papai, vai dar tudo certo.

– Não diga que não avisei.

Quando entramos no brinquedo já nem lembro mais do que meu pai disse. Só consigo ficar ansiosa, e então a ansiedade acaba quando o brinquedo é ligado.

– Sem gritar no meu ouvido igual foi na montanha russa. – Diz Drew.

– Não prometo nada.

E ainda bem que não prometi, porque eu tenho certeza de que vou sair daquele lugar sem voz.

Me agarro no braço de Drew e com os olhos fechados encosto a cabeça no seu peito e ele me abraça mais forte. Péssima ideia de vir nesse brinquedo, ainda mais depois de ter comido.

Quando descemos estou tonta, sinto que vou cair, mas Drew percebe e me pega no colo como se eu fosse criança. Envolvo as pernas em sua cintura e jogo os braços por trás de seu pescoço, encaixando a cabeça no seu ombro, igual fazia quando meu pai me pegava no colo na infância.

– Estou enjoada. – Digo.

– Quer vomitar?

– Quero.

– EU NÃO AVISEI!? – Grita meu pai. Merda, ele escutou a conversa.

Drew segue na frente andando mais rápido comigo ainda no seu colo. Estou me segurando para não vomitar antes de chegarmos ao banheiro público.

– Quer que eu corra? – Ele pergunta.

– Se você correr eu vou vomitar em você.

Quando chegamos Drew me coloca no chão depressa e abre a porta do banheiro. Até que não está tão sujo se comparar com os outros que já fui. Ele segura meu cabelo e coloco toda a pizza de chocolate que havia comido para fora. Odeio vomitar. Odeio mais do que tudo! O gosto ruim que fica depois é horrível.

– Está melhor agora? – Pergunta minha mãe quando eles finalmente chegam perto de nós dois.

– Estou sim só... – Não consigo terminar a frase porque volto a vomitar denovo.

Meu pai me entrega uma toalhinha e eu limpo a boca. Meu rimel está todo borrado por eu estar lacrimejando, mas fora isso parece que nunca vomitei. Mas o gosto ruim não sai da boca.

– Toma – Minha mãe diz me entregando uma balinha de menta. – Vai melhorar o enjoo e o hálito.

– Obrigada.

– Acho que já está na hora de irmos embora, certo? – Diz minha irmã.

– Errado! – Falo, na esperança de que Drew concorde comigo, mas não. Ele está sendo o responsável da dupla agora.

– Outro dia nós voltamos bananinha, agora você precisa descansar, vamos embora. – Ele diz.

– O apelido! – Sua mãe fala animada.

– Ela ainda odeia. – Ele responde.

– E você ainda continua. – Diz seu pai.

– Essa é a graça.

Paper Rings | Drew StarkeyOnde histórias criam vida. Descubra agora