Paper Rings | Drew Starkey

Capítulo dezoito

O pior. Dia. Da minha. Vida.

Drew vai embora.

Tô chorando literalmente o dia inteiro, eu não aguento mais.

– Por que você tem que ir? – Pergunto abraçada nele enquanto ele tenta terminar de fazer as malas comigo agarrada.

– Porque eu não moro aqui princesa.

– Pode morar se quiser, é sério, eu construo uma casa se for preciso.

– A gente vai se ver em breve! Não tem nem tempo de sentir saudades.

– Tem sim, é claro que tem! Provavelmente só vou te ver em janeiro, e logo começa minhas aulas e eu não vou poder sair com você.

– Pode me soltar pra eu pegar um negócio em cima do armário?

– Não. – Ele tira meu braço de em volta dele para pegar uns livros em cima do armário. Reclamo e ele me abraça denovo.

– Suas aulas só começam em agosto bananinha, a gente vai ter muito tempo ainda! Prometi te levar na Disney, lembra? Fora os outros lugares incríveis que eu sei que você vai gostar.

– Ok, só volto em agosto, mas você trabalha! Não vai ter tempo para mim.

– Não tenho nenhum projeto no momento Mia.

– Segunda temporada de obx. E nem vem porque eu sei que vai ter! Se não tiver eu juro que entro em colapso!

– Sabe que não posso te dizer nada sobre isso né?

– Sabe que eu não ligo né? – A cada vez que ele pega uma roupa pra guardar, eu sinto vontade de chorar denovo. As blusas que eu roubava sem ele saber, os moletons, bonés, tudo. Ele vai embora e parece que uma parte da minha alma está indo junto.

Dois meses que conversamos por Internet e quase mais dois meses que nos vimos todos os dias. Eu já estava apegada a ele antes de vê-lo, agora será pior. Sentirei falta de seu cheiro, seu abraço, seu carinho. Tudo.

Minha mãe disse que sou exagerada porque em três meses o verei novamente, mas ele é meu melhor amigo, um dia sem ele já é coisa demais. Como eu vou ficar sem a única pessoa que me entende? A única pessoa que não me julga, a única que me elogia, que me trata como se eu fosse uma princesa? A única pessoa que diz que me ama e a única que não me chama de intensa e infantil? Ele é o único que me entende, que embarca nessa loucura que é a minha cabeça.

Não quero que vá embora.

– Acabei. – Ele diz.

– Não acabou não, falta coisa.

– O que?

– Eu.

– Mia...

– Me deixa ir junto com você!

– Eu adoraria ficar ou adoraria que você fosse Mia, mas esse ano você se forma, esqueceu? Precisa ficar aqui, só mais um pouco.

– E se a gente se afastar? E se você encontrar uma amiga melhor que eu? Uma que não seja chata, que seja bonita, mais velha, divertida...

– Da pra calar a boca? – Ele me interrompe. – Você é minha melhor amiga Mia, é como uma irmã para mim. Você se esquece da sua irmã? Arruma uma melhor? Não. E comigo não vai ser diferente, a gente ainda vai se falar todo dia!

– Mas você não vai estar aqui.

– Ver você assim me parte o coração, mas sabe que não posso ficar. Tenho coisas a fazer lá fora.