Capítulo vinte e sete

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Talvez eu tenha exagerado um pouco quando disse que queria sair por aí e fazer besteira. Percebo que deveria ter escutado minhas paranoias tarde demais. Agora, depois de ter seguido Drew cegamente, nós dois nos ferramos.

– Eu juro senhor policial, nós não fazíamos ideia de que era um local privado! – Drew fala pela milésima vez ao enorme policial parado em nossa frente.

– Desculpa – Eu digo. – É que como hoje é meu aniversário, meu irmão quis me trazer para andar de Skate, nós não tínhamos ideia de que iríamos ter problema, por favor, não conte aos nossos pais.

Drew me olha sem entender nada. O policial troca o olhar entre nós dois. Tento fazer uma cara de inocente e uma voz doce, infantil.

– Tudo bem – O policial diz, enfim. – Dessa vez eu deixarei passar, mas espero que não haja uma próxima.

– Obrigado! – Eu e Drew falamos em uníssono. Pegamos os skates e metemos o pé dali. Rindo.

– Você ficou maluco!? – Pergunto para Drew, ainda estamos rindo igual dois idiotas.

– Eu não tinha ideia de que aqui era propriedade privada! Já vim várias vezes! Desculpa ter arrumado problema para nós dois.

– Não arrumou. Queria ter andado no carro da polícia, deve ser legal.

– O que foi aquilo de dizer para não falar com "nossos pais"? NÓS DOIS SOMOS ADULTOS MIA!

– Ele não precisava saber disso! – Voltamos andando para casa. Drew tinha cismado que me ensinaria algumas manobras de skate, quando foi ensinar a primeira, o policial chegou. Mas foi divertido enquanto durou.

Drew também está agitado e ansioso para me ensinar a andar de bicicleta. Meus pais nunca conseguiram tirar as rodinhas de mim e ele jura que vai. Pelo menos, será engraçado vê-lo tentando.

Chegamos em casa e ficamos jogados no sofá. Está sendo incrível morar aqui. Não tem nada melhor do que morar com o seu melhor amigo, com seu irmão. Pequenas brigas idiotas por coisas mais idiotas ainda, discussão para ver quem usa o banheiro primeiro, sendo que tem dois banheiros e as madrugadas que passamos juntos observando o céu. A cada dia que passa me sinto mais apaixonada por aquele lugar.

– Vou tomar banho. – Drew anuncia. Saindo debaixo das cobertas e colocando o pote de pipoca no meu colo. Muita gente na Internet já acha que estamos juntos, se vissem a gente assistindo um mísero filme, achariam que estamos casados.

– Outro?

– Está calor! – Ele sai. Cinco minutinhos depois, uma batida na porta. Se Drew não tivesse ido tomar banho, estaríamos brigando para ver quem levantaria para atender. Estamos meio mortos depois de ontem a noite. Fomos a um parque com o pessoal do elenco. Maddie quase entrou em colapso vendo que eu, Drew e Rudy éramos definitivamente três crianças encapetadas.

Me levanto para abrir a porta. Uma garota.

– Oi! – Digo com um sorriso.

– Oi – Ela diz, seca. – Quem é você?

Eu odeio seu tom de voz, ela perguntou como se eu fosse insignificante. Tenho a mania de tratar as pessoas bem mesmo que me tratem mal ou com indiferença, mas em duas palavras trocadas com essa garota, já não gostei dela.

– Com licença? – Digo, quase no mesmo tom do que ela mas sem soar tão grosseiramente. – Quem é você?

– Vanessa. – Ela diz. É amiga de Drew, parecia ser tão amigável por foto. Drew não me contou muito sobre ela, mas achei que acabaria gostando da menina. Se algum dia eu disse isso estava equivocada. Ela me olha de cima a baixo, com cara feia. A única coisa que eu fiz fui abrir a porta.

Paper Rings | Drew StarkeyOnde histórias criam vida. Descubra agora