Capítulo trinta e três

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No dia em que saímos com nossos amigos e eu voltei para casa bêbada, Drew me contou que eu pedi um cachorrinho, mas ainda não tivemos tempo de ir ver um. Mas hoje, conseguimos. Estamos a caminho da praça em que uma ONG que resgata animais, costuma ficar. Não acho certo comprar um bichinho, então vamos adotar.

No carro, meu telefone não para de vibrar no bolso do meu short. É Bryan, denovo. Não falo com ele desde que o vi com outra garota, ou seja, desde ontem. Então ele meio que não sabe que não nos veremos mais. Primeiramente porque eu definitivamente não sinto nada por ele e já entendi isso. Segundamente, cansei de me forçar a algo que não vai rolar, e, mesmo que não tivéssemos nada sério, já saíamos a um tempo, ele poderia ter pelo menos dito que também via outras pessoas.

Chegando na pracinha, minha mente sai totalmente do foco quando vejo os cachorrinhos. Vou correndo vê-los, Drew vem atrás. Preciso parar de ser tão imperativa.

– Mia, espera, pelo amor de Deus! – Drew diz enquanto corre atrás de mim.

– Ai meu Deus! – Digo afinando a voz e olhando os filhotinhos. – Que coisa mais fofa!

As moças ao meu lado riem. As duas são tão lindas! Uma tem o cabelo raspado e os olhos escuros como a noite, a outra tem o cabelo enorme! E é tão baixinha quanto eu. As duas usam blusas da ONG.

– Bom dia! – Dizem as duas em coral. Elas se olham e sorriem quando falam juntas. Uma certa tensão no ar. Preciso parar de shippar pessoas que eu nem conheço.

– Bom dia! – Digo animada.

– Oi, oi – Drew diz cumprimentando as duas por trás de mim. – Bom dia!

– Estão todos para adoção? – Pergunto.

– Estão sim! Todos Estão bem alimentados e ainda são filhotes. Alguns foram encontrados na rua e outros foram de pessoas que conhecem o nosso trabalho e com receio de abandonar os filhotinhos, deixaram com a gente para colocarmos na adoção. Tem filhotinho misturado, tem labrador, pitbull, pastor alemão e outros. – Diz a moça de cabelo raspado.

Os olhos de Drew pararam em um dos filhotes que está com um lacinho branco no pescoço. Um labrador. Assim que cheguei, também fiquei com o olhar parado no mesmo filhotinho.

– Olha, Drew – Aponto para o filhote dentro da caixa. – Ele não para quieto! O rabinho mexe toda hora, eu achei um amor!

– Me lembrou você. – Ele diz. Dou um soquinho no braço dele.

– Posso pegar no colo? – Pergunto para as moças. Elas afirmam com a cabeça.

– É uma menininha! – Digo tirando a cachorrinha da caixa. Que coisa mais linda! Fiquei tão apaixonada por ela.

Coloco a cabecinha dela no meu ombro e suas patinhas ficam me arranhando por cima da blusa. O rabinho não para de mexer nem por um segundo! É essa daqui que eu quero. Amor a primeira vista.

– Podemos ficar com ela, Drew? – Pergunto fazendo biquinho.

– Deixa eu pegar ela um pouco, preciso que goste de mim do jeito que gostou de você. – Ele diz e eu passo a cachorrinha para o seu colo. Essa é definitivamente a coisa mais fofa que eu já vi. Drew a segura como se ela fosse um bebê! Ela não para de olhá-lo um minuto. Te entendo cachorrinha, te entendo. Drew Starkey papai de menina! É a única coisa em que consigo pensar.

– Tudo bem – Ele diz. – Vai ser essa pequenininha aqui!

– Qual a história dela? – Pergunto as moças da ONG.

– Encontramos ela e mais três filhotinhos semana passada dentro de um saco de lixo fechado e em cima de uma lixeira em um beco atrás de um restaurante. Estavam chorando, foi aí que nós ouvimos e os tiramos de lá imediatamente. Nós demos banho e comida, ela foi a única menina no meio dos filhotes, e é a que mais come! Por isso é a mais pesadinha. – Diz a moça do cabelão. Quase choro a ouvir aquilo.

Paper Rings | Drew StarkeyOnde histórias criam vida. Descubra agora