030

43 6 0
                                    

Point of view - S/n Evans

Olhei para o garoto de cabeça baixa, chorando consideravelmente baixo.Ele repetia a palavra várias vezes-me desculpa, desculpa.. - Não soube o que fazer.Ele terminou comigo sem motivo aparente e agora está chorando? ele parece exausto.Nós parecemos exaustos.

Eu me sentia fraca, e sentia o tubo indo até a minha garganta, só era muito desconfortável, mas a anestesia aliviava o desconforto. Eu sabia que Theodore não terminou comigo por que quis, sabia que ele me amava, eu sabia, sabia...

Mas eu também tinha minhas dúvidas.Primeiro ponto:Ele estava estranho quando a gente se encontrou depois do recreio. Segundo:ele terminou comigo sem motivo eminente.E terceiro: ele parece muito abalado agora, se tivesse terminado comigo por que quis acho que não estaria chorando tanto como agora.

Poderia ser os pais dele que mandaram, mas não faria sentido, eles me adoram, me consideram a filha que nunca tiveram.Com certeza também não foi Theodore. Minha mãe, sem chances, ela sempre ressaltava como o Theodore me fazia bem.Então quem? Quem?...

Toquei nos cabelos escuros de Theodore, fazendo um carinho de leve nele.Ele soltou um suspiro, pegando minha mão e apertando ela com força.Eu percebi que no seu braço tinha um soro pela metade.Suas mãos trêmulas geladas e fracas apertavam a minha mão, quando percebi que ele ia dormir, balancei minha mão, e então ele percebeu que eu estava acordada.Ele levantou o rosto vermelho, seus olhos verdes estavam ainda mais verdes, destacados no vermelho do seu olho.Seu rosto estava bem inchado e molhado e ele parecia fraco, cansado.

-Eu vou chamar alguém pra tirar o tubo da sua, sua boca - Gaguejou várias vezes.Se segurou no suporte de soro e abriu a porta, dando de cara com a enfermeira. Ela colocou o rosto na porta, me vendo, e eu dei um breve aceno, já começando a sentir um desconforto maior.Ela saiu e voltou com algumas coisas cirúrgicas como luvas e um tipo de pano azul na mão.Ela soltou meio que uma fita que prendia o tubo na minha garganta e com cuidado foi tirando.Quando finalmente tirou, olhou para mim com leveza nos olhos e perguntou.

-Está com sede? - disse ela, acenei com a cabeça de leve - Beba pouca água para você não ficar nauseada - Disse molhando meus lábios com uma gaze e logo depois pegando o copo com canudo e colocando perto da minha boca pra eu tomar.

-Pode chamar a minha mãe? - Perguntei a enfermeira

-Deixa que eu chamo - A voz de Theodore arranhada e mais rouca do que o normal se pronunciou, saindo do quarto rapidamente.

Suspirei.Aqueles curativos coçavam e me incomodavam,mas fazer o que, eu não tinha opção.

continua...

Problematic •PAUSADA•Onde histórias criam vida. Descubra agora