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Minha mãe entrou no quarto encolhida, estava com uma blusa minha nas mãos.Ela também parecia muito abatida.Me doía muito ela ter que sofrer tanto assim por mim.Ela chegou e acariciou meu rosto, dando um beijinho ali em seguida.

-Nos assustou muito - Falou

-Não quero falar sobre - disse e ela concordou.

Alguns minutos depois dois médicos chegaram na sala, Um deles me examinou rapidamente enquanto o outro apenas observava.

-Bom senhora O'Connor - Minha mãe interrompeu

-É Evans - ela falou

-Senhora Evans, esse é Todd Howard, ele é o psiquiatra daqui do hospital e - foi minha vez de interromper.

-Deixe-me ver, vocês acham que eu sou suicida e vão me indicar um psiquiatra ou um hospício, tô certa? - deduzi.O médico abriu a boca mas fechou - O silêncio responde tudo né - Fui sarcástica.

-Se está aqui é porque não está funcionando - O xereta do psiquiatra disse.

-Se estou aqui significa que minha vida tem problemas cujo não te interessam - Falei e ele abaixou a cabeça, calado.

-bom, ela está se recuperando muito bem, vou mandar alguém refazer os curativos e você vai ficar em observação por pelo menos dois dias-O médico disse gaguejando

-Da próxima, espero médicos mais competentes e menos intrometidos - Fui grossa

Eles saíram de lá rapidamente, e depois de uma pequena conversa, minha mãe saiu, deixando o meu casaco para eu vestir, apagando a luz, falando que eu estava com a cara de cansaço e era melhor eu dormir.

Fechei os olhos e fiquei aproveitando o silêncio completo. Não estava nem um pouco tranquila pra colocar meus pensamentos no lugar.Me sentia como um cego em um tiroteio. Tinha tanta coisa pra dizer, tanto pra ouvir, tanto pra fazer...

Fui interrompida com o clique quase silencioso da porta se abrindo lentamente, pensei que fosse o vento, mas ouvi o arrastar de um tênis e sabia que era uma pessoa, não, era ele, era Theodore. Ele fechou a porta e caminhou lentamente até mim.Sentou na cadeira e acariciou meu cabelo de leve, como se estivesse com medo, receio de me tocar.Puxei o braço dele e me deitei mais para o lado, indicando que ele deitasse comigo.

Como ele estava de camisola assim como eu, ele apenas se deitou e me abraçou por trás, se cobrindo também.Senti sua respiração na minha nuca e arrepiei em resposta.

-Você me assustou pra caramba -sua voz fraquejou no meu ouvido e me abraçou como se quisesse me proteger protegesse de tudo e todos.

-Da próxima eu aviso - tentei soar o menos irônica possível, fazer piada com os problemas é comigo mesmo.Ele deu uma risada nasal sarcástica assim como eu.

-Seria muito conviniente - Foi sarcástico também.Dei uma risada curta e seca e me virei, deitei minha cabeça no ombro dele e ele começou a acariciar meu cabelo com um semblante sério, enquanto parecia medir minha respiração.

-Me deixou com medo - Seus olhos estavam fixados nos meus agora.As esmeraldas brilharam mesmo com a luz apaga, mas de uma forma opaca.

Decidida a acabar com essa conversa, deitei mais perto dele, sentindo as borboletas no meu estômago fazerem a festa, e fechei meus olhos.

continua....

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