Capítulo 25

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Dancei com Alicia, mas minha cabeça não estava mais ali, foi como se de repente tudo fizesse sentido. Eu olhei as feições dela, tão linda e perfeita e eu me lembrei da pessoa que eu tentava lembrar, lembrei de mim, Alfonso criança. Ela podia ter muitos traços de Anahi, eu diria que ela era a própria Anahi quando criança, se não fosse por alguns pequenos detalhes que faziam dela parecida comigo. A pontinha do nariz era exatamente como o meu, o sorriso, o formato da boca, o formato dos olhos, meu Deus, ela era minha. 

Assim que terminei de dançar com ela, voltamos para a mesa e ela foi para o colo de Maite, que sorriu fraco para mim, como se pedisse desculpas por aquilo. Anahi fez o discurso, as doações aconteceram, a festa chegou ao fim e eu fingi ir embora, eu precisava conversar com ela, Alicia não tinha somente traços que faziam dela parecida comigo, ela tinha a pequena mancha, exatamente igual a minha, apenas em local diferente, mas era a mesma, a mesma que minha mãe tinha e exatamente no mesmo lugar, ela poderia me tirar por idiota, mas não precisava ser nenhum gênio para ligar os pontos. Meu Deus, como eu pude ser tão idiota. A idade, os traços, a mancha. Como ela pode? Como ela pode me fazer perder quatro anos de vida de uma filha que também é minha? 

Eu me escondi na garagem da mansão, eu vi o momento em que Maite foi embora, assim como vi o momento em que o tal Nate deixou a casa com Alicia em seu colo e a babá da menina, achei que fosse perder a oportunidade de falar com Anahi, mas ela não foi com eles, continuei esperando e torcendo para que ela saísse daquela casa, ela falaria comigo nem que isso fosse a última coisa que eu fizesse, e ela falou, tentou negar, tentou me passar pra trás mas isso não aconteceria outra vez.

Eu estava atento para que ela não desviasse do caminho até mesinha casa, eu não faria um escândalo, eu não iria expor Alicia, mas Anahi joga com as armas que ela tem, então eu faço o mesmo. Ela me seguiu, sem nenhuma intercorrência e assim que chegamos a minha casa, ela estacionou o carro dela ao lado do meu na garagem e saiu, batendo a porta com força 

Anahi: onde estamos? - perguntou olhando ao redor

Alfonso: minha casa - respondi seco, abrindo a porta que fica dentro da garagem e dá acesso a cozinha - fique a vontade - disse, enquanto colocava a chave em cima da mesinha e acendia as luzes 

Anahi: por que você está fazendo isso? - perguntou ainda parada na porta 

Alfonso: isso o que? - perguntei sentando no sofá, recebendo o olhar gelado dela 

Anahi: falando que Alicia é sua filha. De onde você tirou isso? - perguntou em um tom de voz baixo 

Alfonso: porque ela é - suspirei - não minta, Anahi. Isso só vai fazer perdermos mais tempo. Eu não quero brigar, não quero gritar, eu só quero a verdade

Anahi: a verdade é que Alicia Portilla é minha filha, o pai dela é de Los Angeles, foi um caso rápido que tivemos e eles se veem uma vez por ano. Essa é a verdade! - falou rapidamente 

Alfonso: então me diz, o pai de Alicia tem uma mancha como essa? - perguntei, mostrando a lateral do pé para ela - porque Alicia tem exatamente a mesma mancha, mesmo formato, mesma coloração e não é só uma mancha que eu tenho, mas que minha mãe também tinha, então eu te pergunto, o pai de Alicia tem essa mancha? - perguntei olhando nos olhos dela e eu vi o pânico em que ela ficou 

Anahi: como eu vou saber? É só uma mancha, qualquer pessoa pode ter - falou fazendo pouco caso e voltando para a garagem 

Alfonso: Anahi, por favor - falei indo até ela - só me diga a verdade! - pedi me aproximando dela, colocando ela contra o carro - eu não estou te julgando, eu só quero saber a verdade - pedi passando o polegar nos lábios dela e ouvi ela respirar fundo 

De volta ao Lar - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora