New Girl - (AGCG Volume 2)

capítulo 23

Depois de dançar o resto da noite com Alex, qual agora era o meu namorado, voltamos para o apartamento dele. Queria deixar minhas amigas sozinhas na primeira noite de casadas.
Quando amanheceu, olhei para os lados e me vi na cama do Alex. Estávamos enrolados em seus lençóis e ele mantinha sua mão sobre a minha barriga. Era bonito de ver sua expressão quando estava dormindo. Embora aquilo ainda fosse novo para mim, eu gostava. Quer dizer, gostava de ter alguém como ele comigo.
Logo que acordamos Alex me levou de volta para casa. Era quase hora do almoço quando entrei e vi minhas amigas correndo de um lado para o outro.

- Nossa, pensei que vocês estariam deitadas na cama e se olhando com muita leveza, calma e amor. - ri - Que baderna é essa?

- Estamos aprontando as malas para nossa lua de mel. - Mandy respondeu.

- Lua de mel? - franzi a testa.

Valéria havia me dito que ainda não tinham dinheiro o suficiente para prepararem uma lua de mel em outra cidade. Elas resolveram que passariam no apartamento mesmo até que pudessem viajar.

- Ganhamos uma viagem para o Caribe por duas semanas com tudo pago! - Mandy disse quase desacreditada.

Eu imaginei quem havia as presenteado dessa forma. Queria não achar aquilo o máximo, mas realmente, ele tinha arrasado no presente de casamento para elas. Valerie, vendo minha expressão se fechar ao me lembrar dele, vejo até mim com toda sua preocupação com o meu bem estar.

- Espero que não fique chateada por ele ter feito isso e a gente estar gostando. É que bom, não tínhamos uma lua de mel e do nada estaremos no Caribe! - elevou o olhar e riu.

- Valerie, eu já disse que eu não ligo. Vocês merecem isso e podem aceitar qualquer presente. É o momento de vocês e eu achei incrível que ele tenha feito isso. É óbvio que vocês tem que aproveitar muito! - sorri segurando sua mão.

- Você é o máximo! - me abraçou sorridente - Deveria me ajudar com a minha mala, o que acha?

Acabamos rindo e eu fui ajudá-la. Valerie e Mandy estavam tão ansiosas que cada uma delas aprontou duas malas gigantescas. Elas eram vaidosas e gostavam de roupas, então não disse nada e apenas ajudei que fossem até o carro com elas. Carro qual Shawn Mendes também era proprietário. Quando descemos vimos Campbell. Ele havia mandado seu melhor homem para isso. Realmente o admirei naquele segundo por se dedicar realmente as minhas meninas. Assim que as malas foram colocadas no carro as duas se despediram de mim e seguiram para a lua de mel perfeita.

[...]

Eu estava me trocando depois de tomar um belo banho demorado e quente. O apartamento agora era meu por duas semanas inteiras. Andei pelada por todos os lados até que finalmente coloquei uma roupa e me joguei no sofá.
A noite tinha sido cansativa. Parei para refletir em tudo e quando olhei o Facebook quase engasguei. Alex Miller havia me marcado em um status de relacionamento e postado uma foto nossa do casamento com a legenda ''Minha linda namorada''.

- Jesus! - disse a mim mesma.

No primeiro momento eu quase tive um ataque. Quando vi que ele estava depositando em mim tanto carinho. Depois de olhar bem a foto eu sorri. Afinal, ele era um homem bom e estava do meu lado desde que saímos pela primeira vez. E então me acostumei com a ideia. Curti nossa foto e comentei alguns emojis apaixonados. Em meio aos meus pensamentos confusos escutei a campainha tocar. Me levantei, fui até ela e abri.

- Eu não tenho um segundo de paz com você, não é? - cruzei os braços.

- Posso entrar? - pediu.

Rolei os olhos, mas dei passagem para ela. Georgina entrou e então se sentou no sofá com uma expressão abatida. Parecia mesmo uma freira pelo seu jeito de se vestir e de olhar, mas eu via que no fundo daquele tratro de ''sou uma nova pessoa", se escondia a mesma Gina de sempre.

- Diz logo. - disse.

- Bom, eu fui enviada pela sua família para tentar fazer com que você os encontre. - pausa - Deus quer isso Camila, não fuja!

- Quem você pensa que é para falar em nome de Deus? - ri - Você não é essa garotinha de orfanato de freiras que fala em nome de Deus e abaixa o olhar como se aceitasse ser mandada!

- Deus mudou a minha vida no orfanato. Sei que não vai acreditar, mas quando sai daquele antro de pecados que era a mansão, eu não tinha mais nada. Fiquei sozinha e desamparada. Foram as freiras que me acolheram e me deram propósito. - sorriu.

Eu não sabia se deveria acreditar nela. Eu acreditava em mudanças. As pessoas poderiam mudar para melhor. Mas Georgina era alguém de caráter duvidoso e tinha o olhar e a mente de uma mulher manipuladora.

- Se Deus mudou a sua vida como você diz, vá servir a ele e esqueça que eu existo.

- Eu preciso do seu perdão. - me olhou nos olhos - Eu errei com você e fui a pior amiga que alguém poderia ter. Eu me arrependo disso todos os dias e esse é o pecado que mais me dói. Quando seus pais foram atrás de você eu vi ali o jeito qual poderia fazer algo bom por você.

- Algo bom? - franzi a testa.

- Te devolver a família que você não teve, mas que é sua. Essa é a minha missão. - sorriu - Vou fazer algo bom a você e espero que isso te deixe ainda mais próxima de me perdoar.

Georgina se levantou do sofá e veio até mim. Se aproximou e segurou as minhas mãos. Eu estranhei, mas deixei que ela dissesse algo antes de tirar minhas mãos das dela.

- Só quero fazer o certo. Uma amiga quer a felicidade da outra e eu quero que volte a me ver como amiga. Eu amo você como uma, ou melhor, como irmã. - disse com olhos cheios de lágrimas.

Ao mesmo tempo que eu queria acreditar eu desconfiava. Georgina me fez mal, mas ainda era a mesma pessoa com quem eu cresci a vida inteira. Talvez eu devesse dar o meu perdão a ela, mas talvez ela estivesse mentindo em todas suas palavras. Era confuso. Tirei as minhas mãos delicadamente e respirei fundo vendo ela quase chorar.

- Não vou dar o meu perdão a você, mas posso conversar com eles. - enfim a seco - Diga a eles que os espero para um almoço amanhã.

Eu não queria ter que conversar com eles, mas naquele momento parecia o certo. A dois meses eles entraram em contato comigo e eu os rejeitei, mas agora eu me sentia mais segura. Talvez fosse a hora certa de saber o porquê de me abandonarem. Talvez agora eu conseguisse aguentar a verdade.