New Girl - (AGCG Volume 2)

Capítulo 38

Depois daquele beijo eu fui beber com as garotas. Mandy deixou a música rolando e se juntou a nós quatro. Dançamos, nos divertimos e rimos muito. Paola estava agarrada no corpo do Steve descendo até o chão, Mandy beijava a sua esposa e minha melhor amiga Valerie, e Lucy conversava comigo sobre as novidades.

— Você faz falta. — disse.

— Eu quis dar uma pausa. Quer dizer, ainda trabalho por aqui, mas fora do país não. — expliquei.

— Está sendo idiota. — me encarou — Em menos de dois meses estaremos indo passar algum tempo em Paris. — sorriu. 

— Paris? — estava impressionada. 

— Loki finalmente deixou o seu namorado espanhol e resolveu se envolver com uma marca de vestidos francesa. — suspirou — Estaremos modelando em Paris e isso é mais que um sonho!

— Eu posso imaginar. — disse fantasiosa. 

— Deveria ir com a gente Camila. Loki colocaria você no elenco facilmente.

Naquele momento me imaginei em Paris vestindo enormes casacos e comendo croissant. Sorri animada ao pensar nas passarelas e na cidade da moda.

— Quem sabe eu pense nisso.  — disse sugestiva.

E então voltamos a beber. Nos juntamos as garotas e curtimos mais algumas músicas. Estava tudo indo bem. Eu me divertia com minhas amigas e curtia cada momento enquanto gravavam vídeos engraçados. Até que resolvi procurar por ele. Eu estava alterada e obviamente não respondia pelos meus atos com sanidade. Queria achar o Shawn e talvez beijar a sua boca macia.

— A aniversariante já está bêbada?  — Billy segurou a minha cintura.

— Um pouco.  — respondi me segurando no mesmo.

Billy tinha braços fortes e me segurava para que eu não caísse já que estava meio tonta.

— Você gosta de se divertir não é? — sorriu.

— Eu adoro. — respondi — Bom, você viu o Shawn? — perguntei procurando o mesmo com os olhos.

— Acho que ele subiu. Quer que eu te ajude a subir também?

— Pode ser. — sorri agradecida. 

Billy me guiou até a pequena escada da minha casa e subimos juntos para o andar de cima. Estava totalmente vazio, mas as portas dos quartos estavam abertas.

— Ele deve estar aqui. — ele disse.

Entramos no quarto e naquele momento eu não soube de quem era, mas abri até o armário a procura dele. Na minha cabeça confusa e tonta só vinha a sua imagem. 

— Por que você está pagando pra gente morar aqui? — escutei ele perguntar curioso.

— Ah, longa história. — apertei os olhos tentando ficar um pouco mais sã.

— Você não coloca vários homens na sua casa se não for uma garota safada.  — pausa — É um fetiche? — me encarou mordendo os lábios. 

Olhei para ele e vi o quanto estava ficando animado com a conversa. Naquele momento não vi a real situação e só sorri sem graça.

— Ele não está nesse quarto.  — disse esfregando os olhos.

Eu só queria achar o Shawn. Quando notei que ele não estava ali resolvi andar até a porta para continuar procurando nos outros quartos, mas quando tentei sair ele me segurou. Billy tinha braços grandes e me agarrou completamente.

— O que está fazendo? — perguntei.

— Você me atrai pro quarto e não sabe o que isso significa? — riu de canto da boca. 

— Eu só quero achar ele. — expliquei tentando sair dos seus braços. 

Billy me apertou ainda mais no seu corpo e encheu suas mãos para segurar a minha bunda por baixo do meu vestido. 

— Você gosta de homens e por isso estamos aqui. Você quer ter vários paus pra sentar. — sorriu — Safadinha e gulosa. — rangeu os dentes.

Ele avançou na minha boca e me beijou a força. Eu não tinha dimensão do que estava acontecendo. Me sentia fraca e sem poder de reação. Então quando não o empurrei o mesmo pensou que eu estivesse gostando. 

— Gosto de mulheres fogosas como você.  — continuou a dizer. 

Queria gritar alguma coisa, mas não saia nada. Eu estava assustada e presa em um grande vazio angustiante  dentro de mim. Enquanto ele beijava a minha boca eu me mantinha calada. Ainda não estava processando o que ele estava fazendo comigo. Mas quando me levou para a cama e apertou os meus seios eu me senti suja. Me senti tão suja que me lembrei das palavras da minha mãe. Ela havia sido abusada e naquele momento entendi que aquilo também era um abuso.

— Sai de cima de mim! — gritei.

Billy não parou. Suas mãos nojentas ainda apertavam os meus seios com força.

— Não se faça de difícil.  Você quer o meu pau dentro de você. — disse esfregando a boca na minha orelha.

Tentei empurrar o seu corpo, mas ele era pesado demais. Seus músculos eram enormes e me prendiam contra o colchão. 

— Sai Billy! Eu não quero isso! — eu gritava.

Ele não respeitou o meu não. Começou a morder a minha boca com força e senti meus lábios sangrarem. Meus olhos se encheram de lágrimas que escorriam pelo meu rosto e paravam no sangue da minha boca. O gosto da lágrima e do sangue juntos era difícil de engolir. Era um gosto de fraqueza, violação e dor. Eu não sabia mais o que fazer para que ele saísse de cima. Isso era desesperador! 

— Você está me provocando faz tempo. Só estou respondendo a altura.

Billy rasgou a minha calcinha com a mão. Senti quando seu dedo passou sobre a minha vagina. Ele estava lá. Ele sorria me vendo chorar. Ele estava excitado com o meu desespero.

— Seu filho da puta!  — escutei antes de desmaiar.