Capítulo 25

400 67 71
                                    

POV'S SHAWN 

Talvez eu tivesse pedido por aquela situação e aquele sentimento horrível de quando você faz algo que não deveria e sabe disso. Bom, na verdade eu não sabia que estava cometendo um erro até agora. Quando eu perdi a Savana quase dez anos atrás me senti incompleto e naquele dia morreram duas coisas. Ela e a minha capacidade de amar outra pessoa. Metade do meu coração foi arrancado de mim.
Por anos, mesmo depois de ter sido processado e preso pela família dela, eu abaixei a cabeça e me deixei ser culpado, porque eu me sentia culpado! Eu me sentia responsável pela morte dela e sempre me senti. Quando ela apareceu no planetário eu vivi algo inimaginável. Eu pensei que fosse amor, mas era só alívio. Ela não estava morta e eu não era o culpado por mais nada. Pude me livrar daquele sentimento obscuro que me dominou por anos. Então, depois de ver seus olhos azuis outra vez, pensei que ainda existisse tempo para nós dois sermos o que deveríamos ter sido.

— Olá! — sorriu.

— Entre, por favor. — disse abrindo a porta.

— Então você está precisando de uma amiga?

— Se você ainda quiser ser minha amiga, sim, estou. 

Donna e eu tínhamos uma história e tanto. Ela era melhor amiga da Savana e nós três andávamos juntos sempre. O que eu não sabia era que Donna escondia a sete chaves que era apaixonada por mim. Quando a ''morte'' da Savana aconteceu, ela foi a única a ficar ao meu lado. Até pediu pra sumir no mundo comigo. E então sumimos por alguns meses. Ela foi uma amiga e tanto e me ajudou a superar o luto inicial, colocando seus sentimentos de lado. 

— Como se eu conseguisse dizer não a você Shawn. — rolou os olhos. 

— Bebe alguma coisa? 

— Oh, mas é claro. — deu de ombros me fazendo rir. 

Fui até o meu armário de vinhos e peguei uma garrafa. Era um vinho italiano muito suave e refinado. Donna pegou as taças e então começamos a beber sentados no meu sofá.

— Lembra como esse sofá ficava cheio de garotas bêbadas balançando os peitos? — riu nostálgica.

— Como eu me esqueceria? — arqueei a sobrancelha — Já tivemos muitas festas loucas por aqui. 

— Eu sinto falta da casa cheia e das meninas. — me encarou. 

Por um momento eu também senti. Quando eu e Donna voltamos para a cidade depois de tudo, comecei a ganhar muito dinheiro como programador. E então vieram os luxos, as bebidas, o dinheiro e as mulheres. Donna gostava da loucura, dos ménages, das danças e das viagens. E depois de um tempo, em meio a tudo isso, eu já estava morando com algumas mulheres sem bem perceber. Foi quando comecei a mansão, comecei os contratos e dei início a uma fase muito movimentada e insana da minha vida. Eu não queria nenhuma relação emocional, então esse era o jeito mais fácil de passar a vida. E por anos foi assim. Conheci garotas ótimas e lindas e as coloquei na minha casa. Nos divertimos como nunca e fizemos todas as insanidades possíveis. Eu adorava aquilo, até a chegada de uma garota em especial. Camila

— Eu também, mas não é como antes. — respirei fundo.

— Como assim ?

— Eu não queria me apaixonar naquela época. Então era bom viver na loucura. Eu não sentia nada por ninguém e quando não se sente nada você não se importa com nada. E eu gostava de não me importar. — pausa — Mas aí eu me apaixonei e tudo aquilo perdeu a graça. — dei de ombros. 

New Girl - (AGCG Volume 2) Onde histórias criam vida. Descubra agora