— Quem é ela? — foi a primeira coisa que Selena me perguntou, quando sentou no meu colo.Desviei meus olhos da loira para a ruiva que estava sentada junto com Kurts e Kalíope.
— Cora Armstrong — respondi.
Descobri por acaso com Kurts, que a garota ruiva não gosta de ser chamada de Coralee.
— Ela é bem bonita — Selena comentou olhando para a ruiva que sorria. — Aqueles olhos azuis são perfeitos.
— Ela é bonita mesmo — tomei um gole da minha cerveja.
Imediatamente, o pescoço de Selena se virou e os seus olhos estavam atentos no meu rosto.
— Você acha ela bonita, Bennet? — o seu tom de voz era zangado.
Dei de ombros.
— É claro — concordei o fato. — Até um cego poderia enxergar a beleza dela.
— Ela é mais bonita que eu?
Olhei para a ruiva e depois para a Selena.
Claro que Cora era mil vezes mais bonita que Selena. Quanto à aparência, quanto à personalidade — pelo que percebi da ruiva —, no entanto, quem transava comigo era Selena. E por motivos óbvios, nenhuma mulher seria mais bonita que ela.
Abri um sorriso e acariciei o rosto longo dela.
— Não — o sorriso dela foi enorme. — Você é a mulher mais bonita desse bar.
Meu relacionamento com Selena funcionava assim: ela precisava estar feliz para transarmos. Se ela estava feliz, eu estava feliz.
Selena era daquele tipo de mulher que precisava estar com o ego nas alturas para ficar feliz, ela tinha que ser a mulher mais bonita, a melhor, a mais magra e a preferida em tudo. Ninguém podia ser melhor que ela.
Esses detalhes técnicos eu acho super desnecessário. Mas jamais assumirei em voz alta, porque era ela quem me fornecia o prazer e, para ser claro, eu gostava dela na cama. Selena era a única mulher que aceitava tudo, sem contradizer — ela era bastante submissa na cama, devo assumir. Submissa na cama e na vida. Selena era bastante submissa a mim, em qualquer momento. E isso me deixava louco. Me deixava completamente realizado.
Todo homem sonha com uma mulher submissa e eu nunca trocaria a minha submissa por nenhuma outra mulher. Nem mesmo por uma ruiva que assombrava os meus pensamentos.
Mas mesmo com Selena ali, em cima de mim, meus olhos não abandonavam a ruiva. Cora estava linda com uma calça preta, uma blusa de alça, coturnos de saltos e uma jaqueta preta em cima do balcão. Ela conversava animada com Kurts e Kalíope, naquele momento, uma inveja avassaladora subiu pela minha garganta, me presenteando com um gosto amargo.
Eu queria estar com eles.
Eu queria ser a pessoa que Cora estava olhando.
Era completamente insano, porque eu a conhecia há menos de dois dias e a desejava, eu queria estar com ela e tocá-la. Nunca na minha vida, desejei isso. Nem mesmo com Selena, mesmo tendo sexo sem compromisso há três anos. Mas com a ruiva, senti uma necessidade absurda de estar com ela.
Ainda de olho nela, vi o momento em que ela se levantou, vestiu a jaqueta e abraçou os gêmeos, Kurts e Kalíope. Depois saiu do bar, com um andar confiante e seguro, pude ver os caras parando para olhá-la caminhar para fora do estabelecimento.
Dei um toque em Selena e silenciosamente ela saiu do meu colo. Me levantei, prestes a seguir a ruiva, no entanto Selena me atrapalhou.
— Você já vai?
— Não — respondi preguiçosamente. — Vou respirar ar fresco e já volto.
Ela não perguntou nada ou se ofereceu para ir comigo. Selena era esperta o bastante para saber que eu nunca precisava respirar ar fresco, ela sabia que eu ia atrás de outra. Ela não se importava. Contanto que eu passasse a noite com ela, não se importaria.
Quando cheguei ao lado de fora, a ruiva conversava com um cara, eles pareciam amigos. Mas ela logo se despediu e seguiu para o seu carro. Segui atrás dela, em silêncio.
— Você tá mesmo me seguindo?
Sorri, sem achar graça.
— Por que você acha isso, Coralee?
Ela se virou, como se eu tivesse dito uma ofensa.
— Não me chame assim!
Por um segundo, vi algo queimando em seus olhos azuis, mas tão rápido apareceu, se foi.
— Por quê?
— Por nada, Ben — respondeu com uma sombra de sorriso em seus lábios. Ninguém nunca me chamou de Ben, além da minha mãe. E depois que ela morreu, não deixei que isso virasse costume para as pessoas. Ela era a primeira pessoa que me chamava assim, depois da minha mãe. — Agora me diz, por que você está me seguindo?
— Não estou te seguindo — olhei ao redor e constatei que estávamos afastados da galera que estava fumando por ali. — Apenas achei importante vir aqui falar com você.
— Isso é coisa de psicopata.
— Eu sei, Coralee — afundei meus dedos nos bolsos frontais da minha calça jeans. — Agora me diz, faz tempo que você corre?
— Não — um sorriso satisfeito nasceu em seus lábios. —Só entrei pra vencer você.
Sorri, olhando com mais atenção as sardas no seu rosto.
Era adorável.
— Interessante — murmurei, me aproximando dela. — Acha que pode me vencer em mais alguma coisa?
Ela sorriu, fingindo uma inocência que não pertencia a ela.
— Talvez.
— Sabe, Coralee, sempre quis ter uma namorada com esse nome.
— E a minha mãe sempre me disse para fugir de caras como você.
— E você é obediente?
Ela abriu um sorriso.
— Para o seu azar, sim — se afastou, virando de costas. — Até mais, Ben.
— Nos veremos por aí, Coralee.
E era uma promessa. Eu sempre estaria onde ela estivesse, porque Cora sempre me fez segui-la com um cachorrinho.
próximo capítulo eles vão enturmar melhor :)
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CHAOS THEORY
عاطفيةBennet Miller era o rei da arena de corridas clandestinas em Dallas, a Taurus. Em três anos de corridas, ninguém o venceu ou ultrapassou seus recordes e isso era simplesmente satisfatório para ele. Ele tinha as mulheres ao seu lado, as mesmas que e...