Capítulo 13

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Hiko se viu perdido diante do olhar intimidador de Nobuyuki, recordou das palavras de seu irmão que quase esqueceu e tentou pronunciá-las. Na frente daquele chefe, até mesmo a pior fera se deixava intimidar.

— E então? — Nobuyuki encarou-o de cima.

— Ele saiu em missão. Não me deu muitos detalhes. — Hiko pronunciou, sorrindo em seguida para omitir seu nervoso.

— Está falando a verdade? Nada passa para ele sem ir para mim antes. — O rosto do senhor se enrugou ao fechar o semblante. — Posso confiar em você?

O corpo de Hiko tremeu, nunca desejou tanto sumir como naquele momento. Parecia que seu pai já sabia a verdade e que estava somente aguardando sua confissão, o clima pesou em suas costas, uma gota de suor escorreu pela lateral do seu rosto, o menino implorou em pensamentos que algo surgisse para atrapalhar.

— Hiko... — Chamou-o em um tom ameaçador.

— E-Eu não sei. Ele só saiu! — Pronunciou em um tom elevado e rápido. Fechou os olhos com força quando seu pai ficou sem expressar nada, sabia que algo viria disso. — Não fique bravo.

— Ele foi atrás de Umeko, não foi? — Ele conhecia bem seus filhos, sem contar que era inteligente, não demorou para entender tudo. — Seu irmão não queria que ela fosse. Só não pensei que fosse me decepcionar dessa forma.

— P-Papai, ele não foi atrás dela. — O garoto tentou manter a mentira e acabou recebendo um tapa na face. Parou pelo choque e olhou perplexo para sua figura paterna que jamais tinha feito algo parecido com ele.

— Não irei tolerar traição de meus próprios filhos! — Nobuyuki se virou e caminhou em direção a sua casa. — Já está na hora de você fazer algo bom. Se prepare, vai viajar. 

— Sim, senhor meu pai. — Pronunciou a baixando a cabeça, escondendo a vermelhidão.

Nobuo estava distante de chegar a metade do caminho, parava somente quando sabia que seu cavalo precisava descansar. Segundo seus cálculos, os alcançaria antes mesmo de chegar ao palácio do imperador.

...

Sukuna estava sentado na varanda de seu quarto, observando a vasta floresta de poucas folhas a sua frente. Contou a Umeko sua história, omitindo partes que achava melhor não contar, como por exemplo, se ele era humano ou não. A garota adormeceu após ouvir atentamente cada palavra dita, despertou sem que ele a chamasse e foi de encontro ao seu mestre na varanda, sentando-se ao seu lado.

— Bom dia. Acordei tarde? — Ela indagou. Sukuna esperava que seu assunto fosse sobre sua história, mas Umeko decidiu não tocar muito nessa cicatriz. — Está chegando o inverno, será que hoje mesmo neva?

— Não sei. — Respondeu curto, olhando o céu quase coberto por nuvens.

— Acho melhor irmos logo então, imagino que viajar na neve seja bem difícil. — Disse se levantando, então retornou ao seu quarto para pegar suas coisas.

Os viajantes seguiram estrada novamente, poderiam chegar em uma semana ou menos talvez. O silêncio os acompanhava, deixando até mesmo Shiro incomodado. Umeko não parava de pensar no que ouvira. Uma pessoa sem família, sem um real nome, sem ninguém agora. Chegou a se perguntar o que Sukuna faria após aquela viagem agora que estava sozinho.

Sukuna mantinha sua mente vazia, como seu semblante. Após andar por um longo tempo, pararam em uma floresta a beira de um campo aberto para treinar. Deixaram suas coisas próximas de Shiro e se posicionaram frente a frente no campo.

Desejo Velado - Ryomen SukunaOnde histórias criam vida. Descubra agora