Capítulo 14

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— Venha, Shiro! — Umeko corria pela neve com seu cachorro.

Decidiram parar para descansar um pouco após tanto caminhar. Aquela tarde fria estava linda, não havia uma árvore que estivesse sem neve em seus galhos e não tinha sequer um verde em meio aquele branco. 

— Vai buscar. — Ela jogou um graveto para longe e o cachorro foi atrás. Olhou Sukuna sentado em uma enorme pedra meditando. — Por que não vem se divertir um pouco?

— Recuso. — Disse apenas.

— Nunca brincou de neve, não é? — Deduziu. Não achava que em algum momento de sua vida, Sukuna brincou ou fez algo realmente divertido. — Posso te ensinar.

Ele ficou calado, permanecendo em sua meditação de olhos fechados. Umeko levou suas mãos a cintura e ficou pensativa, então fez algo que normalmente temeria fazer, mas como se sentia mais à vontade que ele, decidiu fazer mesmo assim. Se agachou e juntou neve com as mãos, formou uma bola e lançou nele. Sukuna abriu seus olhos, expressando nada. De início, a menina gelou mais que a neve pelo medo, logo viu seus cabelos róseos com branco e se permitiu rir.

Sukuna movimentou seus dedos no ar, cortando um galho acima dela que segurava um amontoado de neve. A neve caiu nela e ele esboçou um mínimo sorriso.

...

— Devemos chegar lá em cinco dias. — Sukuna olhava a vila por onde passavam. — Isso se não formos treinar mais.

— Acha que já estou forte? — Umeko quis saber, precisava. — Forte em um nível que poderia lidar com diversos grupos de uma vez?

— Posso dizer que sim, dependendo desse grupo.

Conforme o dia se ia mais uma vez, a temperatura abaixou mais e uma tempestade de neve se iniciou. Não haviam alojamentos disponíveis naquela aldeia, tudo estava lotado por viajantes que foram obrigados a parar também.

— Para onde vamos agora? — Umeko elevou seu tom de voz para que ouvisse. O vento não cessava, os flocos de neve batiam contra seus rostos.

— Conheço um lugar. — Sukuna não teve escolha.

Eles entraram em um estabelecimento de pouca iluminação, haviam tecidos em vermelho pendurados, neles tinham algumas escrituras em sua língua. Umeko se perguntou o que aquilo era, a pobrezinha era mais ingênua do que pensava.

— Com licença. — Sukuna disse para uma senhora no atendimento. — Eu vim...

— Senhor Sukuna? Quanto tempo. — Falou extasiada. A senhora ergueu suas mãos e bateu palmas brevemente para chamar atenções de quem precisava. — Meninas, venham ver quem retornou.

Umeko ficou afastada com Shiro. Sugiram gueixas perfeitamente arrumadas que sorriram em tamanha alegria por ver seu antigo cliente de volta, elas cercaram o homem e levaram para um quarto antes que pudesse reagir. 

— O senhor gostaria de um chá? Ou prefere saquê? — Duas delas perguntaram, mostrando as garrafas com copos.

— Gostaria de roupas mais quentes, senhor? — Surgiram com vestes apropriadas.

— Que tal um banho antes? — Uma das mais belas perguntou ao se aproximar e tocou seu quimono na região do peitoral dele. — Posso lhe fazer aquelas massagens que tanto amava.

— Meninas, se acalmem. — A anciã ordenou e obedeceram imediatamente. Ela se virou para Sukuna e sorriu. — O senhor gostaria de várias, como sempre? Temos mais belas que chegaram recentemente.

Desejo Velado - Ryomen SukunaOnde histórias criam vida. Descubra agora