Hoje avistei uma nova flor
Brotando forte no jardim,
Mas essa não verei crescer,
Pois sinto que acabou pra mim...
Dessa cadeira eu vejo tudo,
A paisagem de outro mundo,
Talvez o que você
Esteja agora...
O vento forte me balança,
E eu sem vontade pra parar,
De tanto que essa vida cansa,
Me solto e deixo trabalhar
Essa cadeira velha que
Me faz lembrar você aqui,
E por mais um segundo assim
Eu posso, sem ver, te sentir.
Mas o pior é que depois
Eu olho sempre pra você,
Sentada do meu lado, e
Não está lá...
Agora nesse novo tempo,
No meu compasso fraco e lento,
Eu ando sobre o nosso campo;
E as flores que você plantou
Por pouco ainda se mantém,
Já não mais com o seu encanto,
Como eu!
E por aqui até o mar
Parou para sempre de pulsar,
E os pássaros cantantes
Já não voam mais!
Não fecho os olhos pra dormir,
Prefiro não ter que acordar
Tão ansioso para olhar
Na janela, e não te encontrar.
Antes do mundo se apagar,
Um dia eu quis saber lidar
Com a saudade de um lugar
Onde eu tinha sentido.
Mas essa vida já passou,
E o último ato chega ao fim:
Na cena, velho e sem amor,
O futuro é silêncio pra mim.
Hoje avistei uma nova flor
Brotando forte no jardim,
Mas essa não verei crescer,
Pois sinto que acabou pra mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Alma
PoésiePoemas de amor, liberdade, melancolia e amadurecimento. Registros da adolescência até a vida adulta de um jovem que sonhava em ser jogador de futebol mas, para o seu dissabor, se encontra somente na poesia. Atendendo a pedidos de uma querida fã.
