Capítulo 01

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POV. Sheilla

Olhei na direção da janela após sentir os primeiros raios de sol do dia surgirem contra minha pele. Hoje era mais um daqueles dias onde minha única vontade era permanecer na cama pelo resto do dia, mas, querendo ou não eu tinha um milhão de compromissos para cumprir e dentre eles, o mais satisfatório, ser mãe!

Eu sabia que logo minhas pitucas iriam acordar e exigir minha atenção como sempre, então tratei de levantar o mais rápido possível e seguir rumo ao banheiro, onde fiz minha higiene matinal e aproveitei para tomar um banho rápido, buscando despertar mais ainda o meu corpo.

O dia de hoje estava nublado, cinzento e com o aspecto extremamente triste, principalmente pra mim que há pouco mais de um mês descobri uma traição do meu então marido. 

Foram mais de oito anos dedicados ao matrimônio e por mais que muitas vezes eu fosse ausente por conta da minha profissão eu nunca coloquei outra coisa se não minha família como prioridade na minha vida. Mas tudo que recebi em troca foi um belo par de chifres e a desculpa mais esfarrapada de todos os tempos "você não para em casa, eu sou um homem com necessidades", adivinha bonitão? Eu nunca tive minhas necessidades satisfeitas por você e nem por isso te trai com o primeiro cara mais novo que apareceu na minha frente.

Mas a verdade é que a traição me doía mais pelo meu ego ferido do que pela decepção em sí, Bernard e eu não estávamos bem há muito tempo e apenas fizemos questão de manter as aparências pelas nossas filhas. Se não acabasse assim seria de qualquer outra forma. Eu não o amava mais e ele muito menos.

Termino meu banho e após me secar visto a primeira camiseta que aparece na minha frente juntamente com um short frouxo de malha. Rumo para o quarto das meninas e as encontro ainda dormindo.

Após acordar meus dois bebezinhos (não tão bebês assim) eu dou um banho rápido em ambas e as arrumo para escolinha. Bernard viria buscá-las então eu não teria que me preocupar em vestir algo melhor para levar as duas.

A parte boa do divórcio (ainda em curso por questões patrimoniais) é que apesar de tudo nós dois estávamos mantendo uma relação amigável, principalmente no tocante às meninas. Eu sempre quis garantir à elas um lar estruturado e mesmo que não seja da maneira tradicional ainda faço questão que elas cresçam em um ambiente feliz e tranquilo.

Caminho com as duas até a porta do meu apartamento após escutar batidas na porta.

_ Oi Sheilla, bom dia! - Bernard me comprimenta com um sorriso amigável no rosto antes de se abaixar para pegar as filhas.

_ Bom dia, você vai lavar as duas pra tomar café da manhã, né?

_ Sim, elas amam aquela lanchonete perto da escola.

Eu gostava de manter a alimentação das minhas filhas saudável mas, isso não significa que elas não mereciam umas besteiras às vezes. Todo mundo merece.

Nos despedimos e eu fui terminar de arrumar minhas malas. Eu viajaria amanhã para o meu provável último compromisso com a seleção Brasileira. A VNL começaria em pouco mais de trinta dias e todas as jogadoras convidadas deveriam se apresentar em saquarema depois de amanhã.

Tenho consciência de que não estou mais no meu melhor condicionamento físico e provavelmente não estarei na lista das doze convocadas para Tóquio, mas ainda assim trataria esse último campeonato com toda seriedade e respeito que sempre tratei os demais. Sempre foi uma honra pra mim vestir aquela camisa e agora não seria diferente.

Era uma nova fase na minha vida em todos os quesitos, tanto pessoal quanto profissional e eu mal podia me aguentar de ansiedade para encará-la de frente!





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