Como ele prometeu, ele me beijou e so cessou quando meu corpo se acalmou, eu nunca senti algo confortável e aconchegante como é estar com ele, mesmo sentindo a fúria e o ódio dele, em todo momento eu não deixei o medo me abalar.
Me ajeitei no carro, visto que estava na mesma posição por horas, parecia que quando mais ele dirigia mais penetrávamos a floresta, concluir que iriamos ficar no interior, olhei de relance para ele, tão moderno, eu juraria que ele seria o tipo de cara que odiaria a natureza.
-Estamos chegando -Declarou percebendo a minha curiosidade sobre a paisagem, essa foi a primeira frase depois do nosso acontecimento.
Abri a janela permitindo que o vento da tarde me entrelaçasse, a calma e os som dos animais me encantavam, neste instante eu avistei uma fazendo que era consideravelmente grande, os camponeses que pareciam trabalhar na região carregava suas cestas e baldes para a cidade um pouco mais a frente, seguranças cercavam a região, era muitos mas ficavam espalhados
-Por que tantos há seguranças? -Questionei me sentindo insegurança e insatisfeita com a minha roupa, revirei os olhos percebendo que a minha fobia estava vindo ao ar.
-No momento que alguém tem poder e dinheiro, essa pessoa tem inimigos -Ele terminou de estacionar e me encarou -E eu tenho muitos inimigos -Adicionou, saiu do carro me dando a permissão de interpretar como quisesse.
Segui ele, me limitei a ficar escondida dos olhos curiosos dos camponeses.
-Isso comprova, que eu não tenho inimigos, e provavelmente nunca terei -Falei alegre sem dar atenção para seu tom serio, seus lábios esticaram, um sorriso.
Ele se virou totalmente, seu olhar estava em chamas, era como se tivesse despertado um lado maníaco, seu olhar estava em mim mas a sua alma parecia distante.
-Você nunca terá um inimigo sequer, ninguém conseguira mexer num fio de cabelo -Ele tocou meu cabelo, e levou para seu rosto, cheirando ele, o arrepio subiu, e eu soube que ele sentiu.
Seu corpo ficou tenso, levantei meu rosto que ficou abaixado ate esse momento, eu senti algo estranho um pouco em cima da coxa, seu rosto estava fechado, será que ele estava sentindo alguma dor?
-Voce esta com dor? -Toquei seu peito na intenção de me inclinar para olhar para seu rosto melhor, ele era alto e robusto que eu tinha uma certa dificuldade de olhar para ele.
-Como uma garotinha consegue me tirar do controle... -Ele fechou os olhos, inspirando como se faltava oxigênio entre nos, sua mão se fechou em volta da minha com força
-Patrão! Você voltou! -Uma voz aguda e estridente me chama atenção, a dona da voz aparenta ter 23 anos.
Como um ato rápido eu tentei puxar minha mão dele, mas ao contrário do que eu imaginei o aperto dele não diminuiu, pelo contrário aumentou.
-Avise para todos que eu tenho visita, deixe ela o mais confortável possível -Ordenou sem se importar nem olhar para ela, ele me olhou e sem falar nada se virou indo embora.
A menina parecia ter ficado aborrecida, ela bufou se virando para mim, seus cabelo loiro esta preso em um laço grosso, ela usava um vestido verde com flores e seu pé tinha uma bota surrada
Eu não tinha falado para ele que tinha problemas com comunicação, com foi tão fácil conversar até agora... mas meu trauma não ia embora do nada.
-Bonequinha da cidade... -Aquilo saiu como um insulto, olhei assustada, o que eu tinha feito de errado? -Me segue.
Ela se virou soltando o ar, toda a ingenuidade tinha evaporado, eu tentei pensar na onde eu errei mas isso so me fazia suar mais, ela começou a andar rápido pela terra, e eu que estava de chinelo tive uma certa dificuldade mas isso não pareceu incomodar ela.
-A fazenda é gigante mas só há dois quartos disponíveis, um abandonado e do chefe, você terá que dormir na sala ate o chefe decidir aonde te colocar -Deu os ombros como se isso não fosse importante, para falar a verdade eu não me incomodaria em arrumar o abandonado, fiquei quieta recebendo as instruções.
Entramos na casa que parecia brilhante e bem rústica, tudo que se encontrava aqui era de madeira, o vento gelado circulava fácil ali, um arrepio subiu, esse frio me fez perguntar se eu tinha pegado roupade frio, acompanhei a loira ate o que parecia ser a cozinha.
-Não tem comida, mas se não me engano tem sucrilhos -murmurou para si mesma, so de escutar a palavra comida a minha barriga roncou.
Ela abriu a geladeira que se encontrava quase vazia e no fundo da geladeira ela tirou um pacote de sucrilhos de açúcar.
-Tem brinde? -As palavras saíram de mim felizes, eu amava as comidas que tinha brinde.
-O brinde é você não morrer de fome -Zombou me servindo, que pessoa mais irritante, ela deveria ficar de castigo no feijão -Na casa da fazendo só tem eu e mais uma empregada -olhei para ela com a boca cheia.
Soltei um murmúrio concordando, parece não tem ninguém que cozinhe aqui, que bom! Eu sempre quis aprender, vai ser moleza... voltei minha atenção para ela percebendo que agora seu olhar estava raivoso.
-Escute bem, eu não sou sua mãe, minha ajuda você não terá aqui dentro, a única pessoa que eu obedeço é o patrão.
Fiquei com a boca entreaberta com a agressividade da menina, ela olhou nos meus olhos pela primeira vez e abriu um sorriso malicioso percebendo que eu não ia falar nem rebater.
-Qua..ndo ele vol..ta? -Sussurei com os olhos lacrimejando, eu estava na defensiva, ele me jogou aqui e saiu, sozinha escutando ignorâncias
-Não sei, eu já estou indo embora por hoje -Sorriu ainda mais vendo meu arrepio, medo de ficar sozinha aqui -Parece que você vai ter que ficar aqui sozinha, eu ficaria de olho bem aberto a noite! A vizinhança escuta barulhos arrepiantes de madrugada.
Ela saiu rindo me deixando com a casa assombrada, eu senti a forte vontade de chorar mas segurei as lágrimas firme, dei um pulo da cadeira da bancada e fui em direção ao que parecia ser uma sala.
Tudo estava limpo e organizado mas o ambiente era pesado, me sentei no sofá olhando para janela e para poder ver
-Será que ele vai demorar muito... -Conversei comigo mesmo, olhei em volta, estou tão desconfortável e solitária, escuto o barulho da árvore.
-Estou com medo -Me encolho no sofá.
Passo horas naquele sofá esperando ele voltar e não ficar sozinha, percebo que ja passa das 23h, suspiro me deitando no sofá e erguendo a minha velha boneca de pano.
-Pelo menos eu tenho você aqui para me proteger -Sorrio a abraçando e caindo no sono.
[......]
Acordo assustada de um pesadelo, olho em volta percebendo que estou coberta por um coberto, sento no sofa deixando a boneca escorregar para o chão
-Sua sapeca, volte aqui -Brinco sonolenta, abaixo minha mão sem olhar mas sinto algo apertar a minha mão.
Isso foi o ápice, um grito alto e assustado saiu da minha garganta e assim a batalha foi vencida pelas lágrimas, começo a chorar tudo o que guardei.
-O que houve?! -Escuto sua voz alta na minha direção, suas mãos se encontravam no meu rosto limpando minhas lágrimas, ele agora estava sentado do meu lado.
-Esta em casa, você me abandonou aqui sozinha com os fantasmas -Me joguei nele apertando fortemente seus ombros, meu choro foi diminuindo.
-Boneca, eu estou bem aqui - ele levantou o rosto me fazendo o olhar -Estarei com você todos os dias, mesmo que você não precise mais de mim
Ele desceu seus dedos para meu pescoço e sem esperar selou nossos lábios em um beijo urgente e quente, seus lábios são macios, sua língua entrou na minha boca, sua umidade me derreteu em seus braços, ele diminuiu o ritmo como se estivesse me ensinando a como beijar.
-Você é o que eu estava procurando -Ele beijou minha bochecha e sussurrou no meu ouvido -Nunca deixarei você ir
O meu destino estava selado
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Anjo Bastardo
Romance-Você é o meu anjo da guarda -Afirmou segurando nas mãos grandes e macias do homem ao seu lado. -Anjo da guarda? Acho que você esta errada sobre mim, garotinha -Sussurrou fazendo os pelos do corpo da menina se arrepiarem, porem, ela não deu importân...