Para sempre

1.5K 124 45
                                    

Abro meus olhos, paredes brancas me cercavam, aonde eu estou? Tento me levantar mais uma dor insuportável em meu braço me impede, eu estava recebendo soro na veia, solto um gemido frustrada, com minha outra mão livre coço meus olhos os sentindo inchados e doloridos.

-Como você esta se sentindo? -Olho para voz e percebo que era um cara alto e moreno em uma jaleco branco e folgado, um medico.

Meus lábios se separaram para responder mas a voz não saia, minha garganta estava tão seca que mesmo que eu quisessem eu não conseguiria falar, olho para ele em duvida se eu falava que queria agua ou não, mas nada saiu novamente da minha boca, eu odiava ser tão inútil com essa timidez.

-Você parece estar bem para uma pessoa que ficou desacordada por 4 dias, deve ter sido um choque forte a morte de seus pais, meus pêsames -Sua voz saiu tão seca e fria como se ele não ligasse, meus olhos sem arregalaram, meus pais..., parecia que tudo tinha voltado como um soco no meu rosto, eles lagrimejam mais nada caiu, como meu coração que não batia tão forte, era como se eu não pudesse sentir nada, o que esta acontecendo? -Você vai ficar meio sonsa por causa dos calmantes e remédios que foram aplicados em você, então, só durma mais um pouco, seu responsável vai vim a noite.

Responsável? Mas eu não tenho mais ninguém, e eu não tinha nem como expressar a minha angustia e tristeza por causa dos malditos remédios que eles meteram em mim, eu quero meus pais, e o enterro deles? eu dormi por 4 dias? Levantei minha mão para protestar mais já era tarde demais, o moreno a minha frente já tinha colocado alguma coisa em meu soro, como resposta meu corpo foi ficando pesado e sonolento, talvez dormi mais não seria uma má ideia.

[......]

Sinto dedos passarem por meu rosto, meus olhos se abre mas demoro para me acostumar com a iluminação do ambiente, sinto os mesmos arderem , olho para cima, seu olhar frio e penetrante agora estavam encarando os meus, abro a boca porem minha garganta pede agua, estremeço sentindo agora sua palma da mão encostar minha bochecha, sinto bolas pequenas em sua mão, era como se tivesse buracos nela, mesmo com meu susto seu toque não se desfez, ao contrario se tornou mais firme.

-Decisão horrível.... -Escuto ele sussurrar mas era como se ele estivesse falando com ele próprio.

Em poucos minutos como se ele lê-se a minha mente ele pegou com um copo de agua com um longo canudo, levo minha mão que esta fraca e tremida ate o copo mas ele me impede de segurar, erguendo o corpo na frente dos meus lábios, abro os mesmo sentindo a agua chegar em minha garganta.

-Obrigada -Agradeci me sentindo mil vezes melhor, ele por sua vez ignorou me agradecimento sentando no sofá ao meu lado, seus dedos caíram para a revista que tinha ao lado.

Abri minha boca para fazer as perguntas que estavam me matando por dentro, e suas respostas foram curtas e grossas, meus pais já tinham sido enterrados, eu tinha dormido 4 dias por causa dos remédios e parecia que ainda estava sobre enfeito deles, nenhuma lagrima queria descer e meu coração parecia normal, eu já tinha recebido alta só estavam esperando eu acordar.

-Preciso que você assine -Sebastian me entregou dois papeis, e lá estava escrito alguma coisa de contrato, leio o final vendo a assinatura com o nome "Ian Duarte"

-Quem é Ian? -Questionei confusa por estar realizando um acordo com um desconhecido, o contrato parecia um acordo sem volta, não tinha clausulas de quando se quebrar um termo

-Sou eu -Falou dando os ombros, seu nome verdadeiro é Ian mais lindo que o Sebastian -Sebastian era o nome do meu avo e falam que eu pareço com ele, então eu fiquei conhecido como Sebastian júnior, a sombra de uma lenda -Comentou com a voz de desgosto

-Vou te chamar de Ian, eu gosto mais do seu próprio nome, as pessoas não deveriam ser comparadas com lendas -Avisei, seu olhar deixou o jornal por um momento e se recaiu sobre mim, assinei sem me importar -Eu não preciso ler nada, eu confio em você.

-Novamente outra decisão horrível e não me chame de Ian -Suspirou passando os dedos em seu cabelo que agora estava solto e que tocava em seu queixo, sua cicatriz estava lá, o deixava mais sexy e misterioso, olhei para folhas assinadas querendo tirar uma duvida.

-E se eu não cumpri o que esta no contrato? não tem nada esclarecendo isso aqui -Atormentei olhando novamente o contrato.

-Se você não obedecer, eu vou te punir dependendo do grau -O olhei assustada, vai haver punição? Eu odiava ficar de castigo por muito tempo, não tinha como ele ser mais severo que meus pais, dei os ombros.

-Não obedecer? Você não é meu pai -Rebati

-Vou começar cortando essa sua língua afiada pela raiz -Ameaçou, seu corpo levantou do Grande sofá, suas mãos foram para o terno o arrumando.

-Eu ja posso sair? Hospitais me dão calafrios -Estremeci, começo a tirar o fino lençol que estava sobre mim, minha roupa já não estava em meu corpo, pelo contrário, eu estava usando uma camisola hospitalar.

   Sinto sua mão forte indo até minha cintura, ela se fechou grosseiramente nela, era como se eu fosse fugir a qualquer momento, seus machucados agora já não me incomodavam mais, com um simples puxão eu já estava de Pe em sua frente, me viro indo até a porta pronta para ir embora.

-Aonde você pensa vai com a bunda aparecendo? -Zombou fazendo minha mãos irem até ela, me virei ficando em sua frente

-Pronto, agora podemos ir -Confirmei com a cabeça repetidamente, minhas mãos seguravam fortemente o pano fino, para poder esconder minha nudez.

   Sua sombracelha subiu violentamente, seu rosto se fechou em uma máscara de deboche e em passos calmos ele se pôs em minha frente, se abaixou deixando sua respiração bater em minha bochecha.

-Vire-se -Pediu ignorando minha vergonha, e sem questionar me virei ainda com a mão agarrada fortemente em minhas nadegas.

    Sinto sua mão desfazer as minhas facilmente, seu ar agora batia em meu pescoço nu, pois, meu cabelo estava preso em um coque desarrumado, em um ar de surpresa sinto a camisola se apertar em meu corpo, ele estava a amarrando.

-Não gosto que outras pessoas olhem o que me pertence por direito, faz eu agi de modo muito grosseiro -Ameaçou, sua cabeça se inclinou suavemente em meu pescoço, seu nariz exalou suavemente meu cheiro, meu corpo estremeceu com  seu contato indireto.

   Eu estava sobre sua liderança.

Anjo Bastardo Onde histórias criam vida. Descubra agora