Anjo Bastardo

Bullying

"O Bullying só acaba quando você volta com uma arma"

Seu carro estava tão rápido que me fazia ficar com frio por causa da roupa do hospital, o vento gelado batia em meu corpo violentamente, um vento refrescante, a noite estava tão gelada, esse gelo me lembrava o momento em que aqueles moços me atacaram.

-O que aconteceu com aqueles caras? -Indaguei, me sentindo culpada por eles, todos tem a chance de mudar, uma segunda chance.

-Não precisa mais se preocupar com eles, se foram. -Respondeu sem ao menos me olhar, ele estava totalmente focado com a estrada em sua frente

meu coração se apertou, eu os matei, o olhar dele se virou para mim era como se ele se incomodasse com o meu silêncio e dando os ombros ele adicionou

-Nenhuma má ação sai impune! Pode demorar mas um dia o destino vai te achar e te cobrará - Sua voz saiu gelada e sombria, sua citação fez meu corpo se arrepiar como se eu estivesse devendo ao próprio ceifador, ele estava certo o mal nunca vence, essa era a verdade

-Está certo! Os vilões nunca saem ganhando, uma pessoa como você nunca vai ser cobrada, você me salvou! -Elogiei, ele estava me ajudando, ele era a pessoa pelo qual eu queria viver, Ian me analisou novamente como se eu escondesse algo que ele queria.

- Talvez você tenha se enganado sobre isso! Eu tenho muitas dividas a serem cobradas, o destino somente não me encontrou ainda. - Discordou do meu elogio - eu irei fugir, não sou uma isca fácil

-E eu estarei do seu lado, fugiremos dele juntos ate o fim do mundo

-Não gosto de mentiras -Rugiu, eu pode sentir o ódio em suas palavras

-Que bom, pois eu não minto -Confirmei, mas seu olhar duvidoso não diminuiu- eu prometo que nunca vou mentir para voce.

Viro meus olhos para janela que agora está completamente fechada por causa do vento e mesmo que eu quisesse abrir charlie a tinha trancado em seu lado do carro, suspiro, percebo que era o caminho para minha casa.

-Iremos passar na sua casa para pegar seus pertences e depois poderemos ir para a minha. -Avisou como se não ligasse para os meus sentimentos.

-Eu não quero ir para sua casa, a minha é perfeita e eu tenho amigos -Esbravejei me posicionando no assunto.

-Não irei discutir isso com voce -Seu olhar virou severamente, que bruta montes sem coração

Cruzei meus barcos não querendo ouvi-ló mais, ele iria me tirar da eu fortaleza, a muralha que meus pais construíram para mim, quando mais eu pensava sobre o assunto, eu percebia que não tinha razoes para ficar, tudo que prendia a esse lugar se foram, as correntes que me prendia foram quebradas violentamente.

quando voce passa tanto tempo fazendo uma coisa e difícil acreditar que voce esta livre.

Abri meus lábios para afirmar que eu estava a favor mas ele saiu do carro logo percebi que estava em casa, casa? era isso que a minha fortaleza era?

-Pegue suas coisas, estarei te esperando aqui. -Ele se apoio no capo de seu carro e virou sua atenção para seu celular.

Sai do carro olhando em volta, um carro tão refinado era logico que chamaria a atenção do bairro inteiro, me arrepiei recendo a atenção que eu não queria, murmúrios começaram a se alastrar me fazendo querer vomitar, "Olha, é a muda" "Por que esse cara esta com essa louca" "vadia deficiente" " Ela so pode estar se vendendo por dinheiro" "Puta imunda".

Eu poderia sentir o pânico me abraçando tão forte que e a falta de ar veio na mesma hora, corri para dentro de casa sentindo as lagrimas se acumularem, todos ali me odiavam, ninguém queria ficar perto da esquisita que não sai de casa, eu aguentei todos esses anos os insultos e humilhações, o bullyng era a palavra que definharia isso, e com tanto tempo suportando isso ficar quieta so fazia isso piorar.

-Eu estou livre, não vou mais ser a "mudinha", o medo foi minha amiga por muito tempo, e agora eu preciso tomar a rédeas, eu vou ser forte! -As palavras saíram firmes da minha boca, falei com a possibilidade de que meus pais estivessem ouvindo ou o meu eu se levantasse.

fiz minha mala mas eu não tinha muita coisa por não demorou e quando eu estava saindo uma coisa me impediu...

-Milena? -Olhei em volta e sentado na janela eu enxerquei alguém que eu tinha esquecido, ou queria esquecer, meu noivo.