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2.

Draco mexia no notebook no momento em que Ron bateu na porta de sua sala. Ele pediu que o homem entrasse e que tivesse todas as soluções para seus problemas.

Malfoy ainda não havia escolhido ninguém para a coleção pois, segundo ele, o perfil perfeito para isso era um mendigo mal educado e mal agradecido. Mesmo que houvesse se passado uma semana, ele sabia que nada sairia como queria se não fosse Harry ali.

— Já conferiu os perfis que te mandei? — Weasley questionou, apoiando-se na poltrona frente à mesa do seu chefe.

— Estava fazendo isso nesse exato momento e não obtive nada, além de decepção. — Fechou o aparelho com força.

— Eu sinceramente não sei mais o que fazer. — Respirou fundo. — Não há mais ninguém. — Disse sincero.

— Na verdade... Tem sim. — Cruzou as pernas, repousando as costas no encosto da poltrona de couro. — Harry.

— Oh, não. O mendigo? — Temia a resposta.

— Exato. Eu quero que você encontre aquele garoto e o convença de vir até a empresa, diga que receberá dinheiro adiantado ou algo assim. Revire a cidade inteira, mas não apareça aqui sem ele. — Sua voz era rígida.

— Ok, licença. — Ron queria dizer que aquilo era uma total loucura, mas não poderia o contrariar. Ainda que fossem amigos, o trabalho vinha em primeiro lugar e ele não está em posição de ditar ordens.

E não foi difícil para Ron encontrá-lo, pois Harry estava no mesmo lugar que da última vez. Weasley pediu que o motorista parasse, mas que ficasse atento, caso ele quisesse lhe assaltar ou ser agressivo em algum momento. Receoso, o ruivo se aproximou do menino e pigarreou atrás de si, uma vez que estava oferecendo sua mercadoria para as pessoas que não davam a devida atenção.

— Harry Potter. — Disse formalmente.

— Meu nome. — Ele não tinha cabeça para aquilo naquele instante, estava aborrecido por não ter vendido nem mesmo uma flor e aquele rosto conhecido não lhe fazia bem algum.

De qualquer forma, agradecia aos céus por não ver Draco ali também.

— Eu venho aqui mais uma vez a pedido de Draco Malfoy. Ele ainda tem a oferta de pé e garante fazer o pagamento adiantado.

— Pois diga para aquele senhor que, mais uma vez, eu estou recusando. — Se virou, voltando a oferecer as rosas para os pedestres que ali passavam, mas não se davam o trabalho de parar.

— Eu não entendo. Olha para as circunstâncias em que vive e está recusando a única e maior oferta de sua vida. — Disse, querendo ir embora logo dali.

— Eu que não entendo. — Voltou a atenção para o ruivo. — Por que estariam oferecendo um emprego de modelo para um mendigo, como vocês mesmos me chamam? Eu durmo em cima de revistas com rostos bonitos e de pessoas limpas. É assim que as coisas são e eu não confio em vocês! — Falou rude.

— Eu não posso te responder isso, porque eu também não sei o porquê. Eu estou aqui obrigatoriamente e cumprindo ordens. O único que pode te dar as respostas é o meu chefe e ele pediu que eu te levasse até ele.

— Pois diga ao seu chefe que eu mandei ele ir se ferrar mais uma vez.

— Quer o adiantamento agora mesmo? — Sorriu, tentando simpatia.

— Não! — Bufou. — Olha, só me deixem em paz, por favor. Eu preciso vender essas flores.

Sua mente dizia para aceitar, mesmo que não soubesse de quanto o outro estava falando, qualquer quantia seria o suficiente. Porém, essa história não fazia o mínimo sentido em sua cabeça.

Fake Flowers, People Too | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora