17.0 🌷

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17.

As coisas não estavam nada boas na cabeça de Harry. Draco continuava a evitá-lo e mesmo
que tivesse feito parte de um ensaio fotográfico e Malfoy estivesse lá presente ele o tratou como trata todos os outros modelos. E Potter entende que ele só estava sendo profissional, mas não é como se ele fosse só mais um.

E durante toda a semana Harry pensou que poderia apenas esquecer o que tiveram e seguir a vida. Mas não era fácil. Ele já havia aceitado o fato de que está perdidamente apaixonado pelo outro, porém não achou que as coisas funcionassem assim. Mas Potter estava entendendo as coisas agora e uma delas é que o amor realmente é uma linda guerra como Draco disse, porque pelo que parece ter a pessoa que você gosta em seus braços não acontece em um passe de mágica.

Por isso Harry decidiu que precisava estabelecer algo ou enlouqueceria. Tocou a campainha do homem e com um pouco de espera lá estava um Draco o olhando desconfiado enquanto tinha uma colher na boca e um pote de sorvete em mãos.

— Hã... Oi? — Deu espaço para o outro entrar junto do cachorro aos seus pés. — Por que não ligou? Eu poderia ir te pegar.

— Eu vim de táxi. — Deu de ombros e foi sentar no estofado.

— Olha só. — Sorriu e se jogou no outro sofá. — Quem te viu, quem te vê, Harry Potter.

— Chega um momento em que precisamos assumir nossas responsabilidades, querendo ou não. — Fez Draco arquear as sobrancelhas surpreso.

— Ok... Mas o que te trouxe aqui hoje? — Indicou o sorvete e o menino tomou de suas mãos junto da colher. Harry não respondeu, comeu uma ou duas colheradas do gelado de chocolate e finalmente o encarou.

— Precisamos esclarecer algumas coisas. — Suspirou visivelmente abalado.

— Eu sei. — Sentou devidamente. — Eu sabia que uma hora ou outra a gente teria essa conversa.

— Então por que não tomou a iniciativa? — Franziu o cenho.

— Porque eu não sei se você está certo dos seus sentimentos e eu estou tentando reprimir os meus durante todo o tempo que estamos longe um do outro. — Deu de ombros unindo as mãos sobre os joelhos. Estava visivelmente preocupado. — Você sabe, eu tive um relacionamento conturbado durante cinco anos. Eu tenho receio de que as coisas sejam sempre assim depois de um tempo.

— Você está dizendo que eu sou como ele? — Abriu a boca.

— Não! Óbvio que não, Harry. — Pegou o pote de sorvete pra si novamente e comeu um pouco antes de continuar. — Só não quero me machucar de novo, e principalmente, não quero que você se machuque.

— Eu não entendo. — Juntou as sobrancelhas. — E não me importo... Eu gosto de você e sei que é estranho porque na maior parte do tempo ficávamos insultando um ao outro, mas a partir de um certo momento eu só fazia aquilo para ter um motivo de te ter por perto. — Baixou a cabeça sentindo-se envergonhado da própria exposição.

— Harry... — Mordeu o lábio inferior com força sentindo o coração palpitar. Draco não poderia enganar a si mesmo e dizer que não sente nada pelo garoto, é claro que sente. Mas Harry é tão frágil e ingênuo que Malfoy teme quebrá-lo de alguma forma. — Eu não quero que você entre nessa de cabeça sem ao menos ter certeza. Eu também gosto de você e não há como esconder isso, mas você já sofreu tanto e eu não quero que isso aconteça de novo.

— Eu tenho certeza do que quero, Dray. Sei que às vezes pareço um garoto idiota e sim, eu sou. Mas eu quero que você saiba que não sou uma criança e se o que te impede é o medo de me quebrar, saiba que já estou quebrado há muito tempo e é você quem tem me ajudado a me consertar. — Disse tudo com certa urgência, mas Draco tinha os olhos lacrimejados para sua surpresa. — Desculpa.

Fake Flowers, People Too | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora