14.0 🌷

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Oi, esse cap. é um pouco mais pesado que os outros porque o Harry fala sobre o abuso e a autora não escreveu algo detalhado, mas é bom lembrar porque pode ser gatilho para algumas pessoas.

Boa leitura!

— X —

Me diz o que aconteceu. — Draco pediu num sussurro assim que viu Harry se acalmar.

— Ele me segurou e começou dizer coisas... — Mostrou os pulsos extremamente vermelhos e até roxos em algumas regiões.

Harry estava um trapo. Seus cabelos grudando no rosto pelas lágrimas secas e rosto inchado. Ele não sabia o porquê disso acontecer quando está finalmente se sentindo bem. Quando começa acreditar em tudo o que ocorreu em sua vida como uma história, as coisas parecem mais fáceis. Mas então alguém destrói isso da pior forma e Potter se odeia por nunca saber reagir.

Era tão fraco. Se sentia machucado, não fisicamente. Sua mente voltava a assombrá-lo e sua alma doía.

Porém, foi quando suas lágrimas voltavam que Draco segurou suas mãos e beijou cada machucado. Potter respirou fundo tentando não pensar nas coisas.

— O que ele te disse? — Questionou.

— Não importa. — Negou, afastando os braços do homem.

— Importa, Harry. Importa sim! Ele te machucou e não há nada que eu possa fazer a respeito. — Indignação na voz.

— Não importa, sabe por quê? — Fungou. — Porque eu te avisei que ele não gostava de mim, eu te disse isso, Draco, mas você está sempre no seu mundinho perfeito e não se importa com mais nada e ninguém. — Mordeu o lábio com força. — Não importa o que ele disse porque ele me segurou como se eu não tivesse escolha, ele me deixou sem saída. Ele me fez reviver o momento mais assustador da minha vida... — Draco abriu a boca, finalmente entendendo o que Harry queria dizer com aquilo. — Então, não, a merda que ele disse não importa.

— Harry... — Lágrimas grossas pingavam de seus olhos. — Você...

— Sim, Draco. — Ele não tinha mais lágrimas para chorar. — Meu próprio padrasto fez isso comigo, e sabe o pior de tudo isso? — O outro negou totalmente inerte. — É que todo mundo o ama, enquanto eu saí como o culpado. Minha mãe olhou nos meus olhos e disse que eu o provocava e que ele nunca seria capaz de uma coisa dessas. — Engoliu o choro sentindo raiva de si mesmo. — Eu tinha só quinze anos. Por que ele fez isso? Por que minha mãe preferiu me ver fugir de casa e fingir que nada de errado acontecia? Por quê? — Sua voz estava quebrada.

— Eu sinto muito. Sinto tanto. — Limpou as próprias lágrimas. — Me desculpa.

— Eu não estou te culpando por nada, Draco. — Respirou fundo, ficando de pé com dificuldade.

Draco parou em sua frente, mas não moveu nenhum músculo. Ele não queria agir como um idiota e abraçar o menino sem que ele pedisse. Tinha medo de fazer o outro se sentir sem saída. Mas Harry pareceu entender, pois abraçou Draco com força e, mesmo que pensasse não ter mais forças para chorar, lá estavam seus ombros tremendo.

— Havia algo que eu poderia ter dito para fazer o seu coração bater melhor? Se ao menos eu te conhecesse teria lidado com o problema. — Disse no pescoço do menino.

Fake Flowers, People Too | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora