Seu parceiro de roubo botou a cabeça para fora e observou atentamente a rua.
— Nenhum sinal do segurança.
— Que bom. Acho que ele nem se preocupou, é preguiçoso demais. — O ômega inclinou a cabeça para o lado. — Preciso sair e procurar alguma coisa para comer — disse, sem entusiasmo, se preparando para comer de novo feijão enlatado, frio.
— Você ainda não se alimentou hoje? — o alfa perguntou, espantado.
— Não, ou não estaria falando de comida.
Namjoon se afastou, e pela primeira vez o ômega pôde ver rosto dele, parecia meio hesitante.
— Que tal comprarmos uma refeição para viagem?
— Mas você não disse que precisava dar um telefonema?
— Depois eu faço isso. De qualquer forma, também preciso comer. Podemos comer na praia, estou convidando.
Parecia bom. Se fosse na casa dele, o ômega não iria, mas na praia não teria problema. Era mais seguro e ele não se afastaria por muito tempo.
— Eu aceito — respondeu, sem querer recusar comida, qualquer que fosse a sua origem.
Vivia com fome por causa da gravidez, claro, o bebê sugava tudo que precisava, e ele vinha se alimentando muito mal ultimamente. O ômega não conseguia ganhar quase nada, e todo seu dinheiro era destinado a pagar as despesas com o processo.
— Comida chinesa, indiana, tailandesa, italiana...?
— Indiana, nem pensar. Pode ser chinesa?
— Claro. Tem um bom restaurante aqui perto. Venha, vamos caminhando; a não ser que esteja cansado.
— Estou bem, só estou com fome.
— Então vamos comer. Alguma preferência?
— Camarões empanados com legumes e arroz — respondeu sem demora.
E pelo celular, o alfa fez o pedido, acrescentando yakisoba de frango.
O restaurante ficava de frente para o mar, no final da colina que terminava na praia. O ômega já havia comido lá uma vez, com Ken, quando voltaram para a cidade. Parecia que havia passado uma vida inteira.
Duas vidas...
— Vamos entrar? — o alfa perguntou.
— Sim, claro.
Finalmente, com as luzes do restaurante, o ômega conseguiu vê-lo direito enquanto aguardavam a refeição no balcão. Seu carregador de colchão era bem interessante. Que era alto, ele já sabia, mas agora podia ver a beleza do seu rosto e do seu corpo.
O alfa usava camisa social branca com as mangas arregaçadas, revelando antebraços fortes e bronzeados e um pescoço poderoso. Seus ombros eram largos, nenhuma barriga e pernas compridas e torneadas no seu jeans confortável. Seu cheiro amadeirado só completava o pacote. Saudável em todos os sentidos, era realmente um alfa muito bonito e devia fazer sucesso entre ômegas e betas; talvez até entre outros alfas.
Seu cabelo escuro era sedoso e brilhante, e o ômega logo pensou no próprio cabelo depois de várias semanas lavando com água fria e detergente, e secando ao vento. Só podia estar medonho naquele momento. Não era um palpite, era um fato. Disfarçou e desviou o olhar, um pouco envergonhado pelo próprio estado. Olhou em volta, mas as demais pessoas não pareciam se importar com a sua presença ali.
O alfa estava tão afastado dele que era ridículo, será que sentia nojo de si? Pensou em verificar o próprio cheiro, mas como não sabia um modo de fazer isso discretamente, desistiu. Afinal, por que se importar com o que aquele alfa achava? O ômega nem sabia por que ele estava se incomodando com ele. Provavelmente por pena, mas o ômega não ia recusar uma refeição completa por questões morais, seria burrice.
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O ômega grávido | Namjin
RomanceOs caminhos de Namjoon e de Seokjin se cruzaram de uma forma inesperada: o alfa ajudou o ômega a substituir um colchão bom por um ruim em uma caçamba de lixo. Jin morava em um hotel totalmente sem condições de habitação, apenas para tentar garantir...