Capítulo 2

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Seu parceiro de roubo botou a cabeça para fora e observou atentamente a rua.

— Nenhum sinal do segurança.

— Que bom. Acho que ele nem se preocupou, é preguiçoso demais. — O ômega inclinou a cabeça para o lado. — Preciso sair e procurar alguma coisa para comer — disse, sem entusiasmo, se preparando para comer de novo feijão enlatado, frio. 

— Você ainda não se alimentou hoje? — o alfa perguntou, espantado.

— Não, ou não estaria falando de comida.

Namjoon se afastou, e pela primeira vez o ômega pôde ver rosto dele, parecia meio hesitante.

— Que tal comprarmos uma refeição para viagem?

— Mas você não disse que precisava dar um telefonema?

— Depois eu faço isso. De qualquer forma, também preciso comer. Podemos comer na praia, estou convidando.

Parecia bom. Se fosse na casa dele, o ômega não iria, mas na praia não teria problema. Era mais seguro e ele não se afastaria por muito tempo.

— Eu aceito — respondeu, sem querer recusar comida, qualquer que fosse a sua origem.

Vivia com fome por causa da gravidez, claro, o bebê sugava tudo que precisava, e ele vinha se alimentando muito mal ultimamente. O ômega não conseguia ganhar quase nada, e todo seu dinheiro era destinado a pagar as despesas com o processo.

— Comida chinesa, indiana, tailandesa, italiana...?

— Indiana, nem pensar. Pode ser chinesa?

— Claro. Tem um bom restaurante aqui perto. Venha, vamos caminhando; a não ser que esteja cansado.

— Estou bem, só estou com fome.

— Então vamos comer. Alguma preferência?

— Camarões empanados com legumes e arroz — respondeu sem demora.

E pelo celular, o alfa fez o pedido, acrescentando yakisoba de frango. 

O restaurante ficava de frente para o mar, no final da colina que terminava na praia. O ômega já havia comido lá uma vez, com Ken, quando voltaram para a cidade. Parecia que havia passado uma vida inteira.

Duas vidas...

— Vamos entrar? — o alfa perguntou.

— Sim, claro.

Finalmente, com as luzes do restaurante, o ômega conseguiu vê-lo direito enquanto aguardavam a refeição no balcão. Seu carregador de colchão era bem interessante. Que era alto, ele já sabia, mas agora podia ver a beleza do seu rosto e do seu corpo. 

O alfa usava camisa social branca com as mangas arregaçadas, revelando antebraços fortes e bronzeados e um pescoço poderoso. Seus ombros eram largos, nenhuma barriga e pernas compridas e torneadas no seu jeans confortável. Seu cheiro amadeirado só completava o pacote. Saudável em todos os sentidos, era realmente um alfa muito bonito e devia fazer sucesso entre ômegas e betas; talvez até entre outros alfas. 

Seu cabelo escuro era sedoso e brilhante, e o ômega logo pensou no próprio cabelo depois de várias semanas lavando com água fria e detergente, e secando ao vento. Só podia estar medonho naquele momento. Não era um palpite, era um fato. Disfarçou e desviou o olhar, um pouco envergonhado pelo próprio estado. Olhou em volta, mas as demais pessoas não pareciam se importar com a sua presença ali.

O alfa estava tão afastado dele que era ridículo, será que sentia nojo de si? Pensou em verificar o próprio cheiro, mas como não sabia um modo de fazer isso discretamente, desistiu. Afinal, por que se importar com o que aquele alfa achava? O ômega nem sabia por que ele estava se incomodando com ele. Provavelmente por pena, mas o ômega não ia recusar uma refeição completa por questões morais, seria burrice.

O ômega grávido | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora