Capítulo 8

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Namjoon teve de tirar o carro dali, pois estava obstruindo a passagem, mas foi só até virar a esquina, entrar no estacionamento do hotel e parar junto à caçamba de lixo onde estava o antigo colchão do ômega. Então desligou o motor, entregou a chave ao menor e se virou para ficar de frente para ele.

Observou, por alguns segundos, o estado do homem a sua frente. Estava encharcado, assim como ele. Porém, Seokjin era um ômega, possuía uma resistência menor ao frio. Era inacreditável que ainda estivesse consciente naquele estado. Mais uma vez, Namjoon só conseguiu pensar em como aquele ômega era forte.

— Não sei por onde começar a pedir desculpas — o alfa disse, por fim.

— Esqueça o pedido de desculpas. Eu quero a verdade, toda ela. E pode ligar o aquecimento?

— Não sem a chave do carro.

Sem dizer nada, o loiro lhe entregou de volta a chave e ele ligou o motor e o aquecimento. Eles estavam tão molhados que, mesmo com a temperatura controlada ali dentro, as janelas ficaram embaçadas e o carro ficou com um cheiro de cachorro molhado. 

A gatinha tremia.

Pobre Pebbles.

Seokjin fazia carinho na gata; seus dedos estavam quase azuis de tanto frio, e ele precisava tirar aquelas roupas molhadas.

— Isto é loucura. Deixe-me levá-lo para casa para que possa se enxugar e se alimentar. Você deve estar morrendo de fome, e está com frio. Isso faz mal ao bebê. E olhe a gata, ela também está congelando.

Seokjin olhou para Pebbles e algo pingou sobre ela. Poderia ter sido água do cabelo dele ou uma lágrima, e seu coração ficou apertado.

Namjoon segurou seu rosto, virando-o para ele, e viu outra lágrima escorrer pelo semblante zangado. Ele limpou a lágrima no rosto de Seokjin com o polegar e, em seguida, fitou seus olhos castanhos. Estavam decepcionados. Com ele. O que o deixava triste.

— Deixe-me levá-lo para casa, por favor. Não precisa ficar. Deixarei o portão aberto, poderá sair quando quiser. Não vou machucá-lo, Seokjin.

— Não, mas vai mentir para mim, me manipular, como tem feito desde que nos conhecemos. Não só você, mas seu irmão e seus amigos também. Pensei que estivesse brigando apenas contra Ian, mas você também era meu inimigo o tempo todo. E, pior, um inimigo disfarçado de amigo. Agora você venceu, conseguiu me tirar de lá, parabéns. Como se sente roubando meu bebê? — Ele afastou a mão do alfa abruptamente e enxugou as lágrimas que insistiam em cair com as próprias mãos.

— Nós não...

— Ah, foi! A minha filha tinha uma herança, e agora, Namjoon, vai ser muito mais difícil para ela. Eu sabia que era bom demais para ser verdade, eu cheguei a lhe dizer isso. Mesmo assim, me deixei enganar... Sabe, no fundo, acho que eu só queria acreditar que era verdade, por isso me ceguei diante do óbvio. Não acredito que fui tão burro! Você não devia ter bloqueado a porta, eu deveria poder voltar para lá. Isso foi golpe baixo, Namjoon! Mas, não se preocupe, eu ainda posso dar um jeito...

— Não. — O alfa balançou a cabeça. — É perigoso demais. 

E, como se para ilustrar o que ele dizia, uma folha do telhado voou e caiu diante deles, bem no estacionamento. O lábio do ômega tremeu diante da cena. Seokjin virou a cabeça para o outro lado. 

Em seguida, o telefone tocou. Namjoon atendeu e colocou no viva-voz para que Seokjin pudesse ouvir o que Taehyung tinha a dizer:

— Alguma noticia?

— Eu o encontrei — ele falou para o irmão.

— Graças a Deus! Ele está bem?

— Sim, está.

O ômega grávido | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora