Seokjin estava mais do que cansado, estava exausto.
O dia tinha sido longo demais. Ele ajudou Taehyung no jardim, fez bolo, e ainda passou camisas e calças de Namjoon. Depois foi até a cidade comprar as sementes, e a sra. Jessop e a filha chegaram, e ainda trabalhou na horta no final do dia.
Quando estava pronto para cair na cama, ele deu pela falta de Pebbles, que a essa hora deveria estar se enroscando em suas pernas pedindo comida ou carinho. O pote com ração estava cheio, e a caixa de areia limpa. Poderia ter ido lá fora fazer suas necessidades, mas Seokjin começou a se preocupar.
Preocupou-se, e muito.
Seokjin procurou a gatinha por toda parte, depois foi até o escritório de Namjoon e bateu de leve na porta.
— Oi, algum problema?
— Não encontro Pebbles. Achei que poderia estar aí com você.
— Não, quando a viu pela última vez?
— Não lembro. Acho que bem mais cedo. Ela estava no jardim quando eu e Taehyung estávamos lá, depois não a vi mais.
— Deixou o portão lateral aberto quando os da frente estavam abertos também?
— Não. Os portões da frente estavam fechados.
— Pode ser que tenha ido para o jardim da frente e ficado presa lá agora que o portão lateral está fechado. Vamos lá ver.
Juntos, eles vasculharam a casa. Em seguida, Namjoon acendeu as luzes externas e eles saíram para o jardim procurando por baixo de arbustos, atrás de caixas e qualquer outro lugar em que ela pudesse ter se escondido.
Até que Seokjin notou que Namjoon estava parado, fitando-o.
— Você a encontrou? Onde ela está?
— Debaixo do velho lilás — ele disse, baixinho. — Ela sempre se deitava ali, para aproveitar o sol. Eu a via sempre do meu escritório. Também gostava de ficar ali à noite.
Seokjin se levantou devagar, apreensivo com o tom e o tempo verbal usado por Namjoon.
— Mostre-me — disse, emocionado, temendo o pior.
O maior o pegou pelo braço e o levou até o lilás, onde, lá embaixo, toda encolhida, como se dormisse, estava sua gatinha. Seokjin se ajoelhou e a acariciou, mas ela estava fria e sem vida.
Sentiu sua garganta travar e os olhos arderem. Continuou a acariciá-la, esperando que ela esboçasse qualquer reação, mas nada aconteceu. Recolheu a própria mão devagar e encarou, com a vista embaçada, o corpo da sua gatinha.
— Ah, Namjoon, não vou aguentar — disse, sentindo que não conseguiria controlar o choro. — Ela também não. Por favor, ela não.
Então Namjoon se ajoelhou do lado dele e abraçou-o carinhosamente enquanto ele chorava. Quando enfim Seokjin se acalmou e parou de soluçar, Namjoon se sentou e o fitou, preocupado.
— Você está bem?
— Vou ficar. — disse e depois enxugou os olhos úmidos na camisa que vestia. — Pebbles foi o único bichinho de estimação que tive, assim como Seungwoo foi o único pai que conheci, e eu nunca chorei de verdade pela morte dele... A minha filhinha nunca vai conhecer o pai e o avô, é muita coisa para suportar... foi tudo tão de repente e em tão pouco tempo... eu...
Seokjin recomeçou a chorar. Namjoon o acolheu em seus braços enquanto o ômega chorava por Ken, por Seungwoo e pela gatinha surda que amava incondicionalmente.
— Sinto muito — o alfa disse depois de um tempo.
Seokjin se afastou um pouco do alfa e se preparou para limpar mais uma vez o rosto na própria camisa quando Namjoon lhe ofereceu um lenço. Seokjin o recebeu e se perguntou se o alfa já pressentia, antes de saírem, que encontrariam a gatinha daquela forma no jardim.
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O ômega grávido | Namjin
RomanceOs caminhos de Namjoon e de Seokjin se cruzaram de uma forma inesperada: o alfa ajudou o ômega a substituir um colchão bom por um ruim em uma caçamba de lixo. Jin morava em um hotel totalmente sem condições de habitação, apenas para tentar garantir...