Capítulo 19

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Quatro dias depois, Seokjin saiu da clínica obstétrica com a ultrassom da sua filhote em mãos. Na parada de ônibus, ele retirou a radiografia do envelope e analisou a sua bebê mais uma vez. Ela estava tão grande! O peito do ômega se aqueceu diante da imagem e os seus medos se dissiparam por um momento.

Apesar dos últimos meses difíceis, sua filhote estava bem e saudável. E ele sentiu borboletas no estômago só de imaginar o dia que poderia segurá-la finalmente em seus braços. Faltavam menos de dois meses, e isso era surreal. Nunca tinha se imaginado sendo pai, e agora estava ansioso para que a sua bebê nascesse.

Por um momento, lembrou de Seungwoo. O beta tinha ficado tão feliz quando soube que seria avô. Ficou ansioso para contar ao filho, imaginava que tal fato pudesse fazê-lo voltar à Coréia e, quem sabe, desenvolver um pouco de responsabilidade, mas, antes disso, Ken faleceu. Apenas dois dias depois de saber que estava grávido, Seokjin teve que lidar com a morte do ex-namorado e com o ataque cardíaco de Seungwoo. 

Após se recuperar, o beta prometeu ao ômega que cuidaria dele e do neto, que não os deixaria desamparados. Em meio a tristeza de ter perdido um filho, ficava feliz que um pedacinho dele, em alguns meses, viria ao mundo. O neto era a esperança em meio ao caos para o beta. Mas, então, ele também partiu e Seokjin ficou sozinho.

Seokjin queria que a filha tivesse a oportunidade de conhecer o avô, mas como isso não era possível, trataria de contar à pequena o homem bom e generoso que o beta foi. Claro, também pretendia falar sobre Ken. Apesar de seus defeitos, Ken foi bom para ele enquanto eles estiveram juntos. Ele era respeitoso, cuidadoso e nunca levantou o tom de voz com o ômega. Os dois se tratavam com carinho, e passaram bons momentos juntos. 

Porém, em algum momento, eles deixaram de querer as mesmas coisas e o alfa se foi. Seokjin não guardava mágoa dele, sabia que o destino quis que fosse assim e não se arrependia por ter escolhido ficar sem o alfa na Coréia. Ele ficou onde deveria ter ficado, e estava tranquilo com a sua decisão. Além disso, só de não cogitar simplesmente segui-lo para onde quer que o alfa fosse, já era um sinal de que eles não se pertenciam. O ômega não ficou triste quando o alfa partiu e nem sentiu sua falta nas noite mais frias. Poderiam se gostar de alguma forma, mas não se amavam. Ken não era o seu alfa.

O ônibus chegou e Seokjin subiu. Teve um pouco de dificuldade para passar na catraca, mas no final conseguiu. O ônibus estava um pouco lotado por conta das pessoas que voltavam do trabalho àquela hora. Contudo, por estar grávido, logo conseguiu um lugar para sentar.

Cerca de meia hora depois, o ômega desceu e andou por dois quarteirões até a casa de Namjoon. No caminho, pensou no que poderia preparar para o jantar. Talvez, dessa vez, pudesse optar por um dos poucos pratos coreanos que sabia preparar. Fez uma lista mental dos ingredientes e ficou aliviado ao perceber que tinha todos na cozinha.

Digitou a senha no portão e entrou. O carro de Namjoon estava estacionado fora da casa, o que indicava que ele já havia chegado. Talvez fosse um pouco mais tarde do que estava imaginando quando desceu do ônibus.

Assim que entrou na casa, encontrou o alfa na grande sala de estar assistindo televisão. Ele olhou na direção do ômega e sorriu.

— Oi, Jin. Estava no Yoongi de novo? Poderia ter me avisado, eu iria buscar você lá.

O ômega retirou o casaco e o dobrou sobre o antebraço esquerdo.

— Na verdade, eu fui ao médico. Sabe aquela ultrassom que você me obrigou a marcar? Foi hoje à tarde.

O alfa arregalou os olhos. Sentiu-se um idiota por ter esquecido algo tão importante.

— Nossa, eu esqueci totalmente. Você foi sozinho? Deveria ter me avisado, eu poderia ter ido com você. Ou até mesmo o Yoongi. Aposto que ele não se importaria.

O ômega grávido | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora