Capítulo 14

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Namjoon estava exausto.

Tinha trabalhado o dia todo, correndo de um lado para o outro, para cima e para baixo, verificando detalhes e decidindo várias coisas ao mesmo tempo quando os fornecedores traziam problemas atrás de problemas. E entre uma coisa e outra, ele esteve procurando pelo testamento, sem sucesso.

Ele só queria tomar um banho, vestir roupas limpas e relaxar no jardim com uma boa taça de vinho. Só não esperava chegar em casa, na sua casa, e encontrar Seokjin sentada com duas ômegas estranhas tomando chá na sua sala de jantar! 

O alfa parou na porta e o loiro lhe lançou um olhar suplicante, dizendo:

— Ah, Namjoon, chegou bem na hora. Esta é a senhora Jessop. Foi o marido dela quem construiu a casa original, era ela que morava aqui, antigamente. E esta é sua filha, sra. Gray.

Ele respirou fundo e foi cumprimentá-las, mas seu olhar para Seokjin era de crítica. Seokjin ficou firme e não desviou seu olhar até que ele desistiu de enfrentá-lo, e sorriu para as duas senhoras.

— Sra. Jessop, que prazer conhecê-la. — E ao segurar sua mão frágil, de dedos retorcidos, e fitar seus olhos cansados, que já tinham visto muita coisa e que perderam tudo, sua raiva desapareceu.

— Espero que não se importe com a nossa presença — disse a sra. Jessop, segurando sua mão. — Não queríamos forçá-lo a nada, mas Seokjin nos garantiu que não se importaria, e foi tão maravilhoso poder entrar aqui novamente... Pedi a minha filha Joan para me trazer aqui, para olhar da rua mesmo; nunca imaginei que seria convidada a entrar.

Nem ele imaginou isso, mas ficou extremamente feliz por Seokjin ter recebido estas senhoras.

Então, ele puxou uma cadeira e sentou-se do seu lado, ainda segurando sua mão.

— Não me importo de maneira alguma. Estou feliz de poder conhecê-la e ter uma chance de conversar com a senhora. Não sabia que foi seu marido quem construiu a casa original, do contrário já a teria procurado.

— Ah, foi sim. Ele construiu esta casa logo depois de nos casarmos, em 1946.

— Em 1946?! Mas foi há mais de 75 anos!

— Por isso me sinto como se tivesse 96 — ela disse, sorrindo.

— Nossa! Tomara que eu fique tão bem quanto a senhora quando tiver sua idade.

— Não se sinta obrigado a me elogiar.

— Mas sou obrigado a reconhecer como está bem.

— Gostei de você, meu jovem, e gostei da sua casa. Meu marido teria gostado de conhecê-la. Não tivemos dinheiro para construir algo assim tão grandioso, mas, se pudesse, ele teria adorado. E você ainda tem um belo gramado. Ninguém entendia o motivo de não plantarmos nada nele, mas com esta vista linda quem precisa de mais alguma coisa?

— Concordo plenamente. — Ele se virou para a outra senhora e se desculpou: — Perdoe-me, não lhe dei atenção, meu nome é Namjoon — disse. — Então, você deve ter muitas lembranças de infância.

— Ah, sim. Brinquei muito na praia. Mas ela era maior no meu tempo. Estivemos lá e vimos que o trecho de areia está menor do que costumava ser.

— Mas foi muito bom poder revê-la. — a mais velha disse. — Havia anos que eu não chegava até o final do terreno. Desde que Tom morreu, em 2001, o mato cresceu muito, pois eu não pude pagar um jardineiro.

— Deve ter sido sofrido viver aqui tanto tempo sem ele — Seokjin disse baixinho.

— Foi sim. Foi muito tempo, e eu o decepcionei, não cuidei como devia. Mas você fez um belo trabalho, Namjoon, ele teria adorado ver.

O ômega grávido | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora