Capítulo 12

1.7K 280 71
                                    

Na manhã seguinte, a campainha tocou logo depois que Namjoon saiu para o hotel para mais uma reunião com Min Joon-ho. Seokjin, que estava ocupado tentando descobrir como o aspirador de pó que o alfa tinha funcionava, estranhou. Achou que, se alguém chegasse, avisaria pelo interfone do portão, mas ele ouviu a campainha da porta, e a única vez que a tinha ouvido antes fora no domingo. E tinha sido Taehyung.

Por isso, ele não se surpreendeu quando abriu a porta e viu um jovem ômega bonito, de fios escuros e ondulados, com ar preocupado. Mesmo que só o tivesse visto de costas, Seokjin o teria reconhecido imediatamente, e o carro que estava parado atrás dele era o mesmo que vira no domingo.

Seokjin não se sentia pronto para encará-lo ainda, mas então percebeu que já tinha passado por situações muito piores ao longo daquele ano. Em comparação a elas, enfrentar Taehyung era fichinha. Além disso, ao aceitar o emprego que Namjoon o oferecera, ele sabia que teria que encontrar o ômega uma hora ou outra. Chegou a conclusão que era melhor enfrentar logo aquela situação constrangedora. 

Depois de um instante de silêncio, Seokjin resolveu falar.

— Olá, Taehyung. Meu nome é Seokjin. 

Taehyung levou alguns segundos para responder.

— Podemos ser civilizados ou você quer que eu vá embora?

— Bem, isso não depende de mim, não é mesmo? — ele disse educadamente. — Esta é a casa de Namjoon, e você, além de irmão dele, veio trabalhar no jardim. Tem mais direito de estar aqui do que eu.

— Na verdade, eu vim falar com você.

— Então, é melhor entrar — ele disse, e depois que Taehyung entrou, fechou a porta. — Aceita um café?

— Não, obrigado. 

Os dois ômegas caminharam em silêncio até o sofá, onde, com um gesto com a mão, Taehyung pediu que Seokjin se sentasse.

— Eu lhe devo minhas desculpas. Não devia ter dito aquilo sem conhecê-lo. Conheço bem meu marido e meu irmão, e eles são bons demais. São incapazes de ver o perigo diante de si e são muito vulneráveis quando o assunto se trata de ômegas. Sinto muito se você ouviu aquilo tudo. Não era pessoal.

— Nem poderia ser, pois você não me conhece — Seokjin foi franco. — Não fiquei perturbado só com o que você disse, mas também pelo fato de Namjoon ter omitido a ligação com o hotel. Por isso, tudo o que ele disse parecia ser mentira. Por isso eu fui embora, me senti enganado e manipulado.

— Posso imaginar. Mas ele não iria mentir para você, Seokjin. Ele não é assim. Ele pode lhe dizer tudo, pode até ser irritantemente teimoso, mas não mente e nem trapaceia. Sinto muito se o magoei, de verdade, mas eu estava falando sério e vou repetir olhando para você — ele continuou, falando baixo, mas firme: — Não o magoe. Não engane, não trapaceie e não se aproveite dele, ou vai se ver comigo. Ele não merece isso.

Bem, ele foi bastante claro, pensou Seokjin, e de certa forma, ele admirava Taehyung por ter tido a coragem de dizer isso olhando-o nos olhos. Também admirava a forma como ele tentava proteger o irmão apesar de ser mais novo. Seokjin queria que alguém se importasse tanto com ele a ponto de defendê-lo daquela forma.

— É justo. Mas posso lhe assegurar que não tenho nenhuma intenção de enganá-lo nem de roubá-lo. Não precisa ter receio de mim.

— Ótimo. Eu adoro o meu irmão, e ele já sofreu demais. Não quero que ele passe por isso de novo.

— Refere-se a Jackson?

— Ele lhe falou sobre Jackson? — perguntou, surpreso.

— Não. Foi você quem disse alguma coisa sobre ele no domingo, e ontem à noite, no escritório, eu vi uma foto de Namjoon com ele.

O ômega grávido | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora