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- Bem como sabem, vocês irão se casar...

- Contra minha vontade deixando bem claro aqui. – Ela interrompe meu pai.

- Sana! – O homem ao seu lado a repreende, meu pai coça a garganta e volta a falar.

- Como eu ia dizendo, vocês irão se casar amanhã, já que está muito tarde para isso, e como um presente meu para o casamento de vocês, eu comprei uma casa! – Diz alegre e olho pra garota que não tinha nenhuma reação.

- Uma casa pra cada uma né? Por que zero chances de eu morar com essa... essa pessoa aí. – Confesso que me magoou, eu não fiz nada para ela tá me tratando assim.

- "Essa pessoa aí" é sua futura esposa, e não, é uma casa para AMBAS morarem juntas! – A mesma revira os olhos. – Inclusive, muito obrigado pelo presente, eu e a Sana ficamos muito agradecidos.

- Fale por você... – Ela sussurra levando a colher com comida na boca, se eu não tivesse uma boa audição, provavelmente nem teria escutado. – Tá olhando o que garota? – Nem percebi que estava a encarando por tempo demais.

- N-nada... desculpa. – Desvio o olhar para o meu prato.

- Já falei que quando eu estiver falando com você, é para olhar para mim! – Olho para ela e novamente peço desculpas, seu pai apenas revirou os olhos passando as mãos no cabelo, já o meu apenas ignorou seu comportamento.

- O casamento será publico ou privado? – Depois de um silêncio constrangedor me pronuncio.

- Publ...

- Privado obvio, não quero que saia no jornal que eu me casei com essa pessoa aí, e muito menos que as pessoas vejam pessoalmente. – Novamente leva a colher cheia até a boca.

- Eu já falei Sana, essa pessoa é sua esposa, e sim, vai ser público, como o senhor Chou estava tentando dizer.

- Vocês que sabem. – Sua fala ameaçadora enquanto come deixou o homem nervoso que olhou desconcertado para mim e para o meu pai como se estivesse pedindo desculpas.

- Não tem problema, pode ser privado, não é filha? – Concorda com a Ruiva tentando amenizar o clima que tinha se instalado no ambiente.

- Sim claro, não me incomodo.

- Claro que você não se incomoda, não é nem famosa.

- Já chega! – Seu pai grita dando um tapa consideravelmente forte na mesa fazendo os pratos darem um pequeno salto, pegando eu e meu pai de surpresa, até Sana ficou pasma. – Peças desculpas para a sua noiva agora!

- Desculpa. – Senti que não foi nem um pouco sincero, sem contar que foi o pedido de desculpas mais seco que recebi em toda minha vida. E o que me fazia acreditar que seu pedido não foi sincero, é seu olhar que conseguia transmitir ódio puro.

- Tudo bem, não precisava. – Sorri sem graça desviando o olhar.

- Se não precisava por que não falou antes ridícula? E quantas vezes vou ter que dizer pra você olhar para mim enquanto eu estiver falando com você?! – Joga o toalhete de pano na mesa com brutalidade e se retira do local em passos largos com seu pai gritando logo atrás.

- Sinto muito filha, você não merece isso... – Sinto a mão do meu pai no meu ombro em forma de consolo, eu ainda estava olhando para frente, sua reação foi... tão sem sentido que não tenho nem palavras para descrever isso.

- Tudo bem pai, sei que isso é para o bem da Agência. – Sorri fraco e ele deposita um beijo na minha testa.

- Por isso que eu te amo, sempre me compreende. – Leva sua mão para o meu rosto fazendo um carinho leve na minha bochecha, em forma de retribuir esse gesto, sorriu para o mesmo.

<...>

- Sana o que foi esse comportamento na casa da sua noiva?! principalmente na frente do seu sogro?! Você não se sente envergonhada não?!

- Não. – Disse simples e meu pai bufa. – Eu não quero me casar com ela, tá me ouvindo pai?

- Mas você vai, quer queira quer não.

Sinto um ódio tremendo subindo, e por causa disso minhas orelhas juntamente com minha calda acabaram aparecendo.

- Cê tá vendo isso?! – Aponto para minhas orelhas indignada. – É culpa sua! Você me deixou estressada! – Cruzo os braços e me viro de costas.

- Filha tente compreender seu pai...

- Vai ter lua de mel não né? – Ignoro o que ele disse.

- Não sei, se ela quiser... – Me viro rapidamente assim que ouço tal burrice

- Se ela quiser? Oi? Me desculpa, mas, a única pessoa que têm que querer alguma coisa aqui sou viu, não ela.

- Está bem... não haverá lua de mel... – Revira os olhos.

- Acho bom, nem morta ela colocará aquelas mãos imundas em mim, e outra, iremos dormir em quartos separados!

- Filha, mas não tem quarto de hospedes na casa de vocês, onde ela irá dormir? – Ele pergunta pasmo.

- Não sei, e também pouco me interessa onde ela vai dormir, por mim ela pode dormir até com os cachorros, mas ao meu lado que ela não vai. – Vejo meu pai me olhar decepcionado negando com a cabeça, por um momento fiquei triste, não gostava quando meu pai lançava esse olhar para mim. Mas logo tratei de não demonstrar o meu desconforto.

- Vá pro seu quarto filha, amanhã sem falta você irá se casar com a Chou. – Vejo ele me dando as costas fazendo uma massagem na sua testa.

Descruzo os braço e caminho para o meu quarto, subo as escadas e caminho até chegar lá, tiro toda minha roupa ficando nua, e pego uma camisola grande e entro no banheiro tomando um banho relaxado e demorado. A água morna entrando em contato com a minha pele me trazia um relaxamento instantâneo tão bom que até esqueci dos meus problemas.

Depois do banho caprichado, me seco e coloco minha camisola, quando me deitei na cama, foi impossível não soltar todo o ar dos meus pulmões, essa com certeza foi a melhor sensação, melhor que a do banho sem dúvidas.

Fecho os olhos afim de dormir, mas fui pega de surpresa quando uma imagem da Chou invadiu minha mente, ela estava linda hoje, isso eu não posso negar, ela é uma mulher bem atraente, e estava mais atraente ainda com aquele vestido preto colado em seu corpo mostrando sua silhueta. Eu nunca fui fã de ter os olhos das pessoas sobre mim, eu prefiro as câmeras fotográficas do que o olhar das pessoas, mas com ela é diferente.

Parece que eu tenho uma necessidade de tê-la me olhando, eu gosto do olhar dela, me deixa arrepiada, sem contar que ela me olha diferente, ela me olha como se quisesse desvendar todos os meus segredos. Eu não gosto disso... mas gosto dela me olhando... mas não gosto do jeito que ela me olha...

- Argh Sana vá dormir! – Pego um travesseiro o ponho na minha cara, só assim eu senti o sono vindo e dormi.

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Arranjado - SatzuOnde histórias criam vida. Descubra agora