Feelings

Capítulo 25

Camila parou em frente a minha casa às dez e meia da manhã, sai animada porque estava com saudades de Chloe e Chelsea e hoje levaria Camz para conhecê-las também. 

— Oi, amor — Eu disse assim que entrei fechei a porta de seu carro. 

Ela me deu um selinho e sorriu.

— Oi, Lo. 

Camila deu partida e fomos em direção ao orfanato. Eu sabia com toda a certeza que as meninas iriam adorar Camila, tanto por seu jeito brincalhão quanto por ser moleca como mas meninas. 

Quando paramos em frente ao enorme prédio, saímos e uma das mulheres que cuidavam dali sorriu ao me ver. 

— Olá, Lauren.

— Olá, Marie — Sorri e ela acenou para Camila que fez o mesmo.

— As meninas estão super ansiosas para ver você.

— Eu também estou com saudades delas — Sorri e me despedi dela.

Entramos no orfanato e fomos em direção ao quarto que as meninas ficavam, elas sempre me esperavam lá. Quando entrei no quarto e as duas me viram, elas correram até onde eu estava para me abraçar. 

— Eu estava com saudades, Laur! — Chelsea disse.

— Eu também estava! — Chloe disse, um pouco mais contida do que Chelsea.

— E eu estava com saudades de vocês duas também. Tenho uma pessoa para apresentar a vocês.

Elas se afastaram e só então viram Camila. 

— Eu já vi você! — Chloe disse — Junto com as mamães da Katherine! 

— Eu sou a madrinha dela — Camila disse sorrindo.

— Ela está bem? Eu sinto tanto a falta dela!

— Está sim, Chloe. — Camila disse. Eu tinha mostrado uma foto delas, então ela sabia quem era quem — Ela está muito feliz.

— Quando a Laur adotar a gente eu vou ficar muito feliz também — Chelsea disse animada e eu sorri, sentindo meu coração apertar por medo de não conseguir fazer isso a tempo e nunca mais vê-las. 

— Mas agora ela não pode, Chelsea. — Chloe rebateu não escondendo a chateação em suas palavras.

— Vocês sabem que por mim vocês já estariam comigo, mas as coisas não são fáceis assim, meninas. Infelizmente. — Suspirei.

Camila se abaixou e eu a observei. 

— Em breve daremos um jeito nisso, meninas. — A vi piscar.

— Você irá nos adotar? — Chelsea disse animada. 

— Por que não? — Camila disse animada — Apenas peço que guardem segredo e esperem mais um pouco.

Arregalei os olhos. Como Camila estava prometendo isso para as meninas sem nem saber se realmente isso aconteceria? Eu não achava certo fazer com que elas criassem uma grande expectativa quando nem sabíamos como iríamos ficar, ainda mais com todo o preconceito que minha família tinha. Sem contar que, para Camila adotar sozinha, faltaria tempo para cuidar das crianças e eu não achava certo deixá-las com uma babá na maior parte do tempo, porque era basicamente o que acontecia no orfanato. 

— Ela vai nos adotar, Lolo! — Chelsea disse animada e Chloe deu um tapa nela. 

— Você não ouviu que é para manter em segredo, Chelsea! Não seja burra! — Negou com a cabeça. 

Camila gargalhou e as puxou para o parque que ficava nos fundos do prédio. Mas assim que saíssemos daqui eu faria questão de perguntar sobre essa história de adotá-las. 

(...)

A manhã e o começo da tarde foi extremamente animada, Camila tinha muita energia e aceitava qualquer tipo de brincadeira. Eu também brinquei um pouco, mas logo precisei ir dar aula de canto as crianças mais velhas. 

Uma hora e meia mais tarde quando voltei, Camila estava lendo um livro para as duas que olhavam-a atentamente. Meu coração se apertou ao ver o modo como os olhinhos delas brilhavam e o medo de que Camila não cumprisse o que disse a elas tomou conta de mim. 

Eu não podia dar certeza que realmente daríamos certo, principalmente por não conseguir imaginar que tipo de reação meus pais teriam ao saber que eu estou com Camila. Tinha muito medo, e era por isso que não sabia se realmente o que ela disse iria acontecer, mas me sentiria péssima se as duas pequenas sentirem-se frustradas por não terem sido adotadas, como o prometido. 

Após o almoço, Camila e eu nos despedimos das pequenas e fomos em direção ao carro. Eu não conseguia tirar as palavras dela da cabeça. Adotá-las seria realmente um sonho, mas será que tinha realmente chances de se tornar real, quando não tínhamos certeza do nosso futuro?

— No que está pensando? — Camila disse, assim que entramos no carro.  

— No que você disse para elas. — Encarei-a. 

— Sobre adotá-las? 

— Sim. Não deveria ter dito e se não for possível? Crianças não esquecem algo quando combinado. 

— E por que não seria? — Camila franziu o cenho — Você não acha que vamos dar certo?

— Não é isso, Camz — suspirei — O problema é que as coisas não são tão fáceis. Meus pais não aceitariam nosso relacionamento e além de tudo começamos agora. Até que tudo se ajeite para que comecemos a ir atrás disso, vai demorar um pouco e até lá pode ser tarde demais. 

— Tudo vai dar certo, Lo. Confia em mim, independente do tempo necessário para isso, nós vamos conseguir adotar elas. Eu me apaixonei por elas, são crianças incríveis! O que eu falei para elas foi totalmente de coração. Além de tudo, eu não vou desistir de você, independente do que seus pais digam ou façam. 

Isso eu não tinha como discordar, as duas eram crianças apaixonantes. Meu medo estava exatamente aí, elas eram fofas demais para durarem muito tempo ali, ao mesmo tempo, do tempo em que estavam, eu particularmente achava estranho que ninguém tivesse sido cativado por elas e tentado. De qualquer forma, se fosse para serem nossas ou só minhas, não poderia ser mais feliz. 

E eu também não desistiria de Camila, de forma alguma. 

— Tudo bem, amor. É só medo de nunca mais vê-las — Suspirei. 

— Fica tranquila. — Ela me deu um selinho demorado e sorriu.