Capítulo 3

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CAMILA CABELLO

Se tinha algo que eu realmente gostava, eram os finais de semana. Eram os dias que eu podia descansar e desligar minha cabeça da empresa um pouco. Eu sempre fui grata por tudo o que conquistei, mas tinha algumas vezes que eu queria jogar tudo para o ar e mandar aquela empresa para a puta que pariu.

Eu tinha vinte e sete anos, havia começado com dezoito, pois foi quando meu pai precisou se ausentar urgentemente, porque minha mãe não estava muito bem, sua gravidez era de risco e ela não podia fazer esforço algum, meu pai achou necessário ficar com ela durante esse tempo, mas infelizmente todos os esforços para que a gravidez seguisse em frente não funcionaram e ela perdeu o bebê.

Meu pai ficou alguns meses sem ir para empresa, os dois estavam muito abalados, e eu também. Porém, não podia negar que eles sentiam bem mais do que eu.

Dois anos anos depois, minha mãe engravidou de Sofia, minha irmã mais nova. E entre esses dois anos, meu pai teve tempo o suficiente para me ensinar o necessário para continuar sendo chefe daquela empresa. Como ele mesmo dizia: A chefe mais nova, porém não menos competente.

Não que eu esteja me gabando, mas eu sempre fui realmente boa no que faço, eu me dedicava dias e noites para aquela empresa, só para mostrar para os meus pais que eu conseguia sim dar muito orgulho para eles e ser totalmente competente. Diferente da minha adolescência, que eu só dava trabalho. Meu pai costumava de dizer que os fios brancos nasceram mais cedo em seus cabelos e de mamãe, porque eu dava muito trabalho. O que eu tinha de quieta quando bebê, tive de terrível quando adolescente.

Quando eu completei vinte e quatro anos, meu pai decidiu que estava na hora de se aposentar, e eu me tornei a verdadeira dona de toda aquela empresa, claro que às vezes quando está muito entediado ele passa por lá, mas ele havia decidido dar um descanso para si mesmo, aproveitar um pouco a vida. Já que ele começou muito cedo, com quinze anos, para ser mais exata. Ele se privou de muita coisa para conseguir subir na vida e proporcionar uma boa vida à ele e a sua futura família. Eu o admirava muito por isso.

Agora, apesar de ser bem competente e responsável, eu morava sozinha e adorava uma boa festa, mas não era tão louca quanto antes, eu tinha uma imagem a zelar. Como a dona de uma grande empresa poderia se envolver em escândalos? Por isso, eu tentava ser o mais discreta possível com meus relacionamentos, que não passavam de sexo. Porque eu nunca me apaixonei realmente, e até me sentia feliz e orgulhosa por isso.

Costumavam me chamar de coração de pedra, mas eu não ligava. Pois, na época que eu era muito boa e coração mole, muitos tentaram me passar a perna, desde funcionários até "amigos". Sem contar as mulheres interesseiras, são de longe as que mais me irritam. Fazem tudo para ser bancadas por você e ainda torcem para se casar contigo, você morrer e a herança ficar totalmente para elas. Patético.

Para conhecer a verdadeira Camila Cabello, era necessário conquistar a minha confiança - e isso não era tarefa fácil. Mas, se a pessoa realmente gostar de mim, não terá problema em aguentar a minha fase chata. Pelo menos eu acredito que não. De qualquer forma, até agora, as que tentaram desistiram facilmente. Por sorte, eu não fazia questão de ter um relacionamento sério agora, e nem tão cedo.

Meus pais pegavam um pouco no meu pé por isso, diziam que logo eu teria trinta anos e nem uma namorada eu tinha. Como se isso fosse necessário para viver. As coisas vinham no seu tempo, mas eles não entendiam isso.

Eu já estava muito feliz com o amorzinho da minha vida, que se chamava Sofia, minha irmã mais nova. Qualquer um percebia o quanto eu era apaixonada por aquela menininha de sete anos que se parecia muito comigo. Ela era meu xodó, e nós éramos muito apegadas. Quando eu completei vinte e cinco, decidi que estava na hora de ir morar sozinha, e quando eu fui, Sofia me ligava todas as noites pedindo para que eu fosse lá lhe dar beijinho de boa noite. Ela era dramática, mas dizia que não gostava de ficar longe de mim. Eu a amava muito.

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