Capítulo 4

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LAUREN JAUREGUI

Eu nunca me senti tão animada ao ouvir um despertador tocando às sete da manhã. Entretanto, eu também queria ficar deitada em minha cama quentinha e fofinha.

Desliguei-o e me levantei, antes que eu desistisse da ideia de trabalhar. Fui até o banheiro e tomei um banho rápido. Depois, escovei os dentes e passei uma maquiagem leve, quase não parecia que eu usava e finalizei com um gloss coral nos lábios. Eu não fazia questão de ir extremamente maquiada.

Voltei para o meu quarto e peguei uma calça jeans, uma regata azul e coloquei um blazer preto por cima. Eu acho que estava bom, coloquei um scarpin preto com saltos médios, peguei minha bolsa preta e desci as escadas, pedindo um táxi em meu celular.

Fui até a cozinha e peguei uma maçã. O lado ruim de acordar antes de todo mundo era que ninguém estava lá para fazer café para você, e eu não tinha tempo. Triste.

O tempo que eu levei para comer a maçã, foi o tempo que o táxi demorou para chegar. Eu a joguei no lixo e corri para fora de casa, abri o portão e Judith, uma senhora muito simpática que morava em frente a minha casa sorriu para mim, retribui o sorriso enquanto fechava o portão e corri para dentro do táxi.

— Bom dia! — Sorri.

— Bom dia! — Ele sorriu e eu lhe disse o endereço da empresa de Camila.

Coloquei meus fones de ouvido e dei play na minha playlist da Beyoncé. Apoiei minha cabeça em meu braço analisando as coisas que passavam pela janela. Eu estava nervosa e com medo. Tinha medo de não agradar, dela não gostar de mim, de que aquele dia no orfanato a fizesse ficar em meu pé.

Camila parecia ser uma boa pessoa, mas eu sei que nem sempre a primeira impressão conta. Na empresa ela estava tão séria, mas no orfanato, mesmo sem sorrir ela foi legal comigo.

Outra coisa que não saía da minha cabeça era, o que ela estava fazendo em um orfanato? Será que ela era casada e estava adotando uma criança? Mas Camila era capaz de gerar um filho, pelo que eu havia lido ela era intersexual. E não tinha uma esposa, muito menos uma namorada.

Será que ela era voluntária também? Mas eu nunca tinha visto ela nas festas do orfanato, nem nos dias das apresentações das crianças. Confuso.

— Senhorita, chegamos. — O taxista disse e só então eu percebi que havia me perdido em pensamentos.

— Desculpe — Sorri e ele me disse o preço da corrida. Eu paguei e sai do carro, guardei meus fones de ouvido e olhei em meu celular o horário: 07h55min.

Observei o prédio gigante em minha frente e entrei cumprimentando os seguranças dali.

Chloe estava lendo algo em seu computador, com uma expressão séria.

— Bom dia — Eu disse assim que parei em frente a sua mesa.

Ela ergueu o olhar para me encarar e arregalou os olhos.

— Oh, meu Deus! É você mesmo que eu estava esperando — Ela disse desesperada — A sra. Cabello está furiosa com você, Lauren.

— Por que? — Olhei-a confusa.

— Você está atrasada.

— Não estou, não. Eu estou três minutos adiantada.

— Nada disso. Você deveria ter chego aqui no máximo, às sete e quinze. Você perdeu a explicação da sra. Cabello sobre como funciona a empresa, como ela gosta que as coisas sejam feitas, os trajes certos.

— Puta merda — Murmurei — Mas ninguém me avisou, Chloe. Como eu poderia adivinhar?

— Avisamos sim, srta. Jauregui. Uma das regras mais importantes daqui é: manter seu e-mail sempre atualizado e checa-lo todos os dias. Quando você preencheu sua ficha estava lá que seu e-mail seria indispensável para esse trabalho. Os avisos são dados por lá e eu mesma mandei os avisos sobre a reunião para os estagiários.

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