7 • Hospital

3.2K 315 556
                                    

Narrador

Sina observou o waffle no seu prato por mais de quinze minutos, os amigos conversavam durante o café da manhã mas ela mal conseguia escutar de tão concentrada.

Ela não conseguia mais ficar naquela mesa, ela se levantou e se trancou no bainheiro do corredor.

Ouviu duas batidas na porta mas as ignorou e passou água pelo rosto.

— Olha aqui Deinert, se você tá toda esquisita por causa da brincadeira que eu fiz ontem, foi mal. — todos os pelos do corpo de Deinert se arrepiaram ao ouvir a voz do moreno. — Não tô fazendo isso por que alguém me mandou ou sei lá, só tô deixando as coisas menos piores.

— Tudo bem, vai embora. — ela gritou do lado de dentro sentido tudo dentro de si arder como fogo.

O amor não deveria doer, mas é o que acontece quando se ama do jeito errado, não que a pessoa queira errar mas é preciso tentativas para a perfeição ou quase isso.

— O que tá acontecendo?

— VOCÊ NÃO LIGA! VOCÊ NUNCA LIGOU PRA NADA! — ela gritou sentindo o ar faltar em seus pulmões.

O amor não deveria tirar seu ar de maneira que te faça morrer.

— Abre a porra da porta. — ele bateu na mesma.

— Pra que? pra você continuar me chamando de vadia, só que na minha cara?

— Pra você crescer Sina, se continuar fugindo dos seus problemas nunca vai resolvê-los e se o problema continuar sendo a comida, você morre!

Errado ele não estava.

— Idai se eu morrer, você não liga. — Sina fez um coque com seu cabelo.

— Não mesmo, mas a sua mãe liga, pense nisso quando for se matar de fome, Cherie. — ele deu dois tapinhas na porta e Sina se escorregou pelo outro lado da mesma.

Sina apoiou a cabeça nos joelhos e chorou baixo se lembrando da sua mãe.

Ela não havia visto a mãe desde que saiu da Califórnia, ela adiou cada encontro, não sabia como encarar a mãe depois de fazer o que fez consigo mesma.

Envergonhada, assim ela se sentia.

Se sentia envergonhada por estar doente.

Sina se levantou e se olhou no espelho, sentindo ódio do que via.

Levantou a camiseta e observou seu abdômen sentindo ódio de si mesma, ódio por fazer o que fazia e ódio por não conseguir parar mas ao mesmo tempo sentia necessidade em emagrecer, acreditava que só seria feliz se estivesse em seu menor peso possível.

[...]

Noah estava com Claire deitada no seu colo enqunto ela mamava sua mamadeira assistindo na televisão algum desenho infantil.

Eles se conheciam há pouco tempo mais já tinham uma relação muito especial, mesmo Noah não sendo tão bom com crianças.

Já que só Sabina, Sina, Noah e Claire estavam em casa, o local parecia bem mais silencioso.

— Tio, cabeça. — ela disse e Noah voltou a fazer o cafuné que fazia minutos atrás. — TIA! — ela gritou quando viu Sina no corredor.

𝘁𝗲𝗻𝘀𝗶𝗼𝗻² | 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁Onde histórias criam vida. Descubra agora