5.

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Depois que saíram do leme, trouxeram uma luneta para vermos a cidade mais de perto.

Peguei logo (já que tenho meus privilégios) e tentei enxergar alguma coisa. Como não vi nada interessante, devolvi a luneta para Caspian.

— As Ilhas Solitárias, porto estreito. — disse Drinian.

— Que estranho, nenhuma bandeira de Nárnia a vista. — disse Caspian.

— Mas as Ilhas Solitárias sempre foram de Nárnia. — disse Ed e pegou a luneta para ver algo.

— Parece suspeito. — disse Caspian.

— Não parece, é suspeito. — falei.

— Acho melhor a gente desembarcar. — disse Ed. — Drinian?

— Me perdoe majestade, mas a cadeia de comando começa pelo Rei Caspian neste navio. — disse Drinian.

— Deveria começar por mim e Ed também. — falei.

— Vamos usar os botes. Pegue alguns homens e vá até a praia. — disse Caspian.

— Sim majestade. — disse Drinian.

— Tavros avise a todos. Selvagem vem comigo. — disse Caspian.

Fui atrás dele. Eu já imaginava o que iríamos fazer.

Entramos na cabine onde, milagrosamente, encontramos Beth com suas bonecas. James estava lendo outro livro de umas 500 páginas.

— Eu escutei que tinha terra à vista. — disse Beth. — Não vão me deixar ir né?

— Quando você crescer e ficar mais forte você vai. — disse Caspian. — Por enquanto, treine bastante para superar a sua mãe.

— Como é a história? — perguntei. — Ninguém é melhor que a selvagem aqui.

— Se comporte Beth e obedeça a Lilith e Henry. — disse Caspian.

— Tá. Até depois então. — disse ela e voltou sua atenção para as bonecas.

Saímos e fomos para os botes.

Eu não sei quem teve a péssima ideia de levar Eustáquio, mas tudo bem, acho que seria pior ele ficar com Beth, era capaz de ela atirar uma flecha nele.

Os homens foram remando até chegarmos às terras.

— À frente a emoção do desconhecido nos espera. — disse Rip e saiu do bote. Também saímos.

— Não podiam ter esperado até de manhã? — perguntou Eustáquio.

— Não há honra em dar as costas para a aventura rapazinho. — disse Rip.

—Escutem. Cadê todo mundo? — perguntou Lúcia.

— Me dê logo essa mão rapazinho. — disse Rip e estendeu a mão para Eustáquio.

— Eu consigo sair sozinho. — disse ele e tropeçou. Bela queda.

— Ah. — suspirou Rip.

— E é parente de sangue de vocês? — perguntou Caspian.

Fomos andando devagar enquanto eu segurava minha besta, apenas para caso aparecesse um indivíduo indesejado.

Um sino tocou e todos se armaram.

— Rip, fique aqui com os homens de Drinian e protejam o lugar, nós vamos entrar. Se não voltarmos até o amanhecer mande nos procurar. — falei.

Fomos andando com cautela e observando tudo. Era estranho porque não havia ninguém ali, aparentemente.

— É, parece tudo abandonado, já podemos voltar? — perguntou Eustáquio.

— Você quer ficar aqui de guarda ou ajudar? — perguntou Ed.

— Ah tá. — disse o menino e correu até nós. — Boa ideia primo.

Eu poderia morrer de rir da cara de Ed, mas mantive minha postura.

— É bem lógico. — disse Eustáquio.

Caspian deu uma adaga para ele e fomos ver como entrar na torre.

— Deixa comigo, pode deixar, numa boa. — disse Eustáquio.

Abrimos aquele portão e entramos.

O lugar era escuro, sujo e eu diria que era abandonado se eu não conhecesse Nárnia muito bem. Depois que começamos as expedições eu vi coisas que achei que nunca veria.

Chegamos ao centro da sala, onde tinha um enorme livro com nomes riscados.

— Quem são essas pessoas? — perguntou Lúcia.

— Por que riscaram os nomes? — perguntou Ed.

— Parece algum tipo de tarifa. — falei.

— Mercadores de escravos. — disse Caspian e imediatamente um sino tocou.

Gritos e homens descendo de cordas.

Fui acertando flechas neles o mais rápido que pude, mas a gravidade fez eles chegarem ao chão mais rápido do que eu conseguia carregar a besta.

Peguei minha espada e lutamos contra aqueles homens.

Até um grito ensurdecedor tomar conta do local e pararmos a luta.

— Se não quiserem ver este aqui gritar como uma garotinha, eu sugiro que entreguem as armas. — disse o mercador. Pelo menos deduzi que fosse.

— Garotinha?! — perguntou Eustáquio mas logo se calou.

— Agora! — disse o homem.

— Eustáquio. — disse Ed com uma certa raiva.

Colocamos tudo no chão.

— Algemem todos eles. — ordenou o mercador.

Logo um deles vieram me amarrar.

— Eu vou me vingar de você, não deveria se meter com a mais selvagem entre nós. — falei.

— Com certeza vai, bonitinha. — disse o homem. Eu farei questão de matá-lo antes de qualquer outro.

— Vamos levar esses três para o mercado. Os outros dois para a masmorra. — disse o mercador.

— Escute aqui seu tolo insolente, eu sou seu rei! — disse Caspian, que já estava vermelho de tanta raiva.

— Você é meu rei. — falei chegando mais perto de Caspian.

Bom, não adiantou nada ele dizer isso, só fez darem um murro em Ed por nada.

— Você vai pagar por isso! — disse Ed.

— Na verdade outras pessoas vão pagar por todos vocês. — disse uma voz atrás de nós. Me atrevi a olhar mas o homem que me prendeu puxou o meu cabelo antes disso. Por isso chutei sua canela.

Me arrastaram juntamente de Eustáquio e Lúcia. Ainda segurei a mão de Caspian mas foi em vão.

— Caspian! — gritei tentando me soltar enquanto me puxavam. Mordi aquele homem e ele acabou me soltando, então corri, mas me pegaram antes que eu fugisse.

O homem que estava atrás de nós anteriormente veio até mim.

— Eu só não te coloco com os que não são vendidos porque eu sei que vou ganhar muito dinheiro com você. — disse ele. Provavelmente ele era o chefe dos mercadores.

Me calei e me levaram com Lúcia e aquele pirralho piolhento.

Olhei para Caspian e ele estava com os olhos d'água. Uma mistura de raiva e ódio. Talvez um pouco de medo de algo acontecer comigo já que sou sua esposa e mãe dos seus três filhos.

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Eu namoro a relação deles
Escutem a música do Ben (ator do Caspian), tá tão linda, uma vibe bem fim de ano

Já clicou na estrelinha darling?

Plágios é crime 🚨

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