Selvagem |3

9.

— Eu fico impressionada de como você consegue saber de tudo e ainda cuidar das crianças. — falei.

— Eu tenho meus truques. — disse Lili.

— Estamos entrando meninas. — disse Caspian e abriu a porta. — Fofocando como sempre?

— O que vieram fazer aqui? — perguntei.

— Perderam a noção do tempo? Já está quase de noite. — disse ele.

— Além do mais, estou com fome. — disse Ed.

— Você está bem folgadinho não é pirralho? — perguntei.

— Vou agora mesmo preparar alguma coisa para a vossa majestade, com licença. — disse Lilith e se levantou. — Mas da próxima vez, poderia você mesmo arrumar algo para comer.

— Não quero ser atacado por Ripchip. — disse ele.

Lili sorriu e saiu da sala.

— As crianças já estão dormindo? — perguntei.

— Claro que não. Estão comendo uma sopa que Henry fez. Não deixaram nada para ninguém. — disse Ed.

— E como a Gael está? — perguntei.

— Está bem. — disse Caspian. — Se deu muito bem com Beth.

— É um milagre. E onde está Lu? — perguntei.

— Já foi dormir. Lúcia está com uma mania de dormir cedo, acordar cedo e cozinhar cantando músicas que aprendeu com Senhor Tumnus na Idade do Ouro. — disse Ed.

— Cada um tem suas paixões, uma das minhas é dormir. — falei.

— Passei o dia pensando na névoa verde. O fidalgo disse que houveram casos de pescadores e pessoas que foram levados por ela. Será que algo parecido aconteceu com a família de Lilith? — perguntou Caspian.

— Faz sentido. Só que já faz tanto tempo, será que ainda vamos conseguir encontrá-los? — falei.

— Espero que sim, quero que Lilith seja feliz, cuidamos dela há tanto tempo e ela sempre esteve aqui quando precisamos. — disse Caspian.

— É. — falei.

— Há quanto tempo cuidam dela? Achei que Lilith fosse filha de algum marinheiro. — disse Ed.

— Toda a família dela sumiu na praia há seis anos, quase sete. Nós decidimos cuidar dela e achar a sua mãe e seus irmãos, mas até agora nada. — disse Caspian. — Ela não tem nenhuma família, sua avó faleceu no ano passado. Foi um momento bem complicado.

— Imagino mesmo. Ela deve considerá-los bastante. — disse Ed.

— É. Agora que tal vocês irem conversar lá fora? Vou colocar as crianças para dormir. — falei e me levantei da cadeira. Acho que fiquei muito tempo conversando com Lili mesmo.

— Selvagem, coloque Eustáquio e James para dormir lá embaixo, o resto vocês dividem lá no quarto. — disse Caspian.

— Tá. Você vai dormir lá também? — perguntei mesmo já sabendo a resposta.

— Sim. — respondeu.

— Tudo bem. — falei e saí da sala.

Vi Henry cuidando das crianças e ele é tão fofo. Realmente parece Pedro com esse jeito cuidadoso. Gêmeos separados de mundo.

— Como está lidando com essa criançada tão bem Henry? — perguntei.

— Eu gosto de crianças. — disse ele.

— Não sou uma criança. Na Inglaterra sou quase adolescente. — disse Eustáquio.

— Não está na Inglaterra e aqui você é uma criança, uma criança chata e mimada. Além de ser extremamente insuportável. — disse Beth.

— Tá bom Beth, chega. James leve Eustáquio lá pra baixo e encontre um bom lugar para dormirem. O resto me acompanha. Henry, vá descansar, você merece. — falei.

— Já falei que não precisa ficar se preocupando comigo. — disse Henry.

— Não tô me preocupando, estou mandando. Portanto obedeça a rainha se não quiser andar na prancha. — falei e peguei minha espada. Coloquei em seu pescoço e as crianças estavam espantadas.

— Sim senhora rainha. — disse Henry segurando a risada e levou James e Eustáquio.

— Venham meninas. Posso contar algumas histórias para você dormir Gael. Já vivi tantas coisas legais nesse navio. — falei.

— Pra mim você nunca contou histórias. — disse Beth.

— Você sabe que já Elisabeth. Venham. — falei e levei as duas.

Entramos em silêncio na cabine porque Lúcia e Louis já estavam dormindo (como anjinhos).

Beth e Gael subiram na cama e acho que não vai ter espaço pra mim naquela cabine.

Ainda bem que eu sou previnida e mandei Caspian instalar um sofá que é só puxar para virar uma cama na cabine de reuniões.

— Boa noite meninas, qualquer coisa me chamem, vou estar na outra cabine. — falei e saí dali.

Desci para onde os homens iam dormir e fui dar boa noite para James.

Estava uma bagunça total lá embaixo. Lilith estava louca tendo que servir sopa para aquele tanto de gente.

— Boa noite querido. — falei e abracei ele.

— Boa noite mãe. Eu queria fazer um pedido. — disse ele.

— Pode fazer meu amor.

— Será que dá tempo de voltarmos para Nárnia antes do meu aniversário? Faz tempo que não tenho um aniversário em terra firme.

— James, eu sei que passa todos os aniversários nesse navio, mas não dá meu bem. Até voltaríamos se Lúcia e Ed não tivessem aparecido.

— Tudo bem. Boa noite mãe.

Ele se revirou e foi dormir.

Já é a segunda vez que não conseguimos voltar para Nárnia no aniversário deles.

Beth não liga muito já que ela gosta mesmo de mar, mas James prefere os bosques. Nisso ele puxou a mim.

Peguei um prato de sopa e fui para a cabine de navegação arrumar tudo para dormir.

Odeio dormir sozinha, o mar me dá agonia.

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A arquitetura do Peregrino da Alvorada tá diferente simmm

Já clicou na estrelinha darling?

Plágio é CRIME