13.

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Não consegui pregar os olhos. Parece que uma enorme tempestade estava nos perseguindo.

Pelo visto ninguém iria dormir essa noite.

Saí da cabine e fui atrás de Caspian.

Estava ajudando a tirar a água do navio.

— Que azar não é? — perguntei.

— Um pouco. O pior é que a nossa comida e água podem não durar até o fim da jornada. — disse Caspian. — Vá para a cabine de reuniões e chame Edmundo.

— Certo.

Saí da chuva e fui atrás de Ed.

Ele estava na parte de baixo do navio ajudando a tirar água.

— Ed! Caspian mandou que fôssemos para a cabine de reuniões. — gritei e ele apenas assentiu.

Fui de pressa para a cabine e tudo aquilo estava parecendo um sonho muito realista.

Troquei minhas roupas molhadas e fiquei esperando Caspian e Ed.

Não demoraram a chegar.

— A nossa situação é crítica. Provavelmente ficaremos nessa tempestade por um bom tempo. — disse Caspian. — James fez alguns cálculos e serão aproximadamente duas semanas de chuva e mais chuva.

— Não vamos conseguir pregar os olhos. — disse Ed.

— Vamos revezar. Peça para Drinian dividir todos em dois grupos. Um trabalha enquanto ou outro descansa e vice versa. — falei. — Estou triste por esse ano o aniversário das crianças ser no meio de uma tempestade.

— James pediu tanto para estarmos em Nárnia. Mas terão muitos outros aniversários para comemorarmos em terra firme. — disse Caspian.

— Quantos dias faltam mesmo? — perguntou Ed.

— Dois dias. — respondi.

— Podemos fazer uma festa com tema de xadrez. Passamos o dia todo jogando e comendo. — disse Ed.

— Ótima ideia Ed. Eu tinha esquecido de que você era um mini gênio, apesar de ter concordado com seu irmão naquela época.

— Todo mundo comete erros.

— Acho melhor não ter comida demais, não quero ninguém passando fome. — disse Caspian.

— Ninguém vai passar fome. Teremos comida, música e partidas de xadrez. — falei.

— Eu sabia que iam gostar, eu sou o dono das melhores ideias do mundo. — disse Ed.

Ficamos olhando para a cara um do outro até que eles decidiram sair da cabine, então fui dormir.

**

— Nunca mais nos veremos de novo. — disse uma voz familiar.

Estava tudo escuro quando abri os olhos. Peguei minha espada e me levantei.

Tive pesadelos a noite inteira. Sonhos tão horríveis com Pedro e Susana.

Fui até a cabine onde as crianças estavam, apenas para me certificar de que estava tudo bem com elas.

Quando cheguei encontrei Lúcia sentada de frente à lareira.

— Lu? — perguntei assim que cheguei. Ela se assustou mas parecia mais aliviada quando me viu.

— Ainda bem que é você. — disse ela e se levantou.

— Também não conseguiu dormir bem?

— É. Era sobre isso que Koriakin estava falando. Preciso ir atrás de Edmundo.

— E eu de Caspian. Vamos lá.

Peguei em sua mão (que estava gelada e até tremendo um pouco), e fomos até o "dormitório" dos homens.

— Edmundo. — disse Lúcia assim que chegamos. Ed estava com a espada apontada para o nada.

— Lúcia. — disse ele e respirou aliviado. Logo Caspian também acordou.

— Perdemos o sono. — falei.

— Já até sei, são pesadelos. Ou estamos enlouquecendo. Ou estão brincando com as nossas mentes. — disse Ed e se deitou de novo.

— Que coisa bizarra. — disse Caspian e se deitou. — As crianças estão bem?

— Estão. É melhor voltarmos Lu. — falei.

— Posso dormir na sua cabine? — ela perguntou.

— Claro. — falei e saímos dali.

Peguei uma lamparina e deixei com Lúcia. Aquela cabine estava um breu.

— Qualquer coisa me chama. — falei.

— Tudo bem. Obrigada. — disse ela e se deitou.

Fui para a cabine das crianças e parece que elas estavam imunes aos pesadelos.

Também fui dormir (não tão bem, mas melhor do que antes).

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O mundo caindo: Selvagem: Hm, vou dormir.
Sonhos esquisitos e todo mundo sendo tentado: Selvagem: 😴

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Plágio é crime

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