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— Majestades! Majestades! — dizia um homem atrás de nós enquanto Drinian o segurava. Isso me irrita, já falei que quem quiser falar conosco que venha sem ser impedido. Drinian me irrita.

— Está tudo bem Drinian. — disse Caspian.

— Minha mulher foi levada esta manhã, eu imploro que me levem, por favor. — disse o homem.

— Eu quero ir. — disse uma menininha.

— Não, Gael fique com a sua tia. — disse o homem. — Sou um bom marinheiro, passei minha vida inteira no mar.

— É claro que pode vir. — falei e continuamos andando.

Na saída da cidade, me perguntei se eu estava nas Ilhas Solitárias ou nas ruínas de Cair Paravel ao ver um ancião segurando uma espada mais velha do que a idade de todos nós juntos.

— Meu rei! Meu rei! — dizia o velho. Sou tão insignificante assim? Odeio esses desenformados.

— Não falou que é casado? — perguntei para Caspian.

— Pessoas velhas costumam esquecer as coisas bem rápido. — respondeu ele e fomos até o velho.

— Recebi essa espada do seu pai. Escondi em segurança numa caverna todos esses anos. — disse ele.

— É uma espada da Nárnia antiga. — disse Ed.

— É da Idade do Ouro de Nárnia. Existem sete espadas dessa, presentes de Aslan para proteger Nárnia. Seu pai as confiou a nós. Pegue. — disse o fidalgo e Caspian pegou a espada.

— Obrigado, vamos achar seus cidadãos perdidos. — disse Caspian.

Saímos dali e fomos de volta até o navio.

— Mamãe! Papai! — gritaram a Beth, James e Louis em uníssono e correram até nós.

É uma sensação ótima abraçá-los depois de passar esse tempo longe deles.

Caspian é um pai incrível e eu me derreto toda quando vejo ele com as crianças.

— Se comportaram bem? Espero que não tenham dado trabalho para Lili e Henry. — falei.

— Onde vocês estavam? É verdade que saíram para passear? Como foi o passeio? Posso ir lá também? Por favor. — disse Louis.

— Na verdade fomos lá resolver algumas coisas, não foi muito legal. Acho que você não iria gostar Lou. — falei.

— Eu tenho certeza que foi muito legal. — disse Beth.

— Pelo menos se livrou de Eustáquio, Beth, não imagina como foi insuportável ficar escutando as reclamações dele. — falei.

— E agora eu vou me dar mal, terei que dividir minha cama com ele. — disse James.

— Deveriam colocar ele para dormir junto dos outros. Eustáquio é muito chato. — disse Beth.

— Você que é uma chata. — disse Eustáquio passando por nós.

— Tá vendo? Se ele for dormir no mesmo cômodo que eu, faço questão de dormir lá embaixo. — disse Beth com os braços cruzados.

— Elisabeth será que pode ser mais educada? — perguntou Caspian. — São visitantes, não vão viver aqui para sempre.

— Mas enquanto viverem, quero distância de Eustáquio. — disse ela. — Burrice pode ser uma coisa contagiosa.

— Quer saber? Vão todos dormir lá embaixo. Aquele quarto agora vai pertencer à mim, Lúcia, e Louis, porque é o mais novo. — falei.

— Só pode estar de brincadeira! — disse Caspian. — Está me torturando como quando nos tornamos reis.

— São só visitantes, não vão viver aqui para sempre. — falei e Caspian fez uma careta, provocando risadas nas crianças.

— Tudo bem, são só visitantes. — disse ele.

— Bom, vou arrumar algumas coisinhas lá dentro, depois a gente se fala. — falei. Não tenho nada para arrumar, foi só uma desculpa para que eu possa terminar um livro.

— Já eu vou arrumar um jeito de fazer Eustáquio pular desse barco por vontade própria. — disse Beth.

— E você James, vem comigo, precisa aprender algumas coisas sobre ser rei. — disse Caspian.

— Cadê Louis? — perguntei quando notei que ele não estava ali. — Um dia eu ainda infarto nesse navio.

Saí dali correndo e fui atrás daquele menino.

É perigoso demais deixar ele andando por aí, principalmente por que estamos rodeados de água.

Procurei em tudo que era lugar mas não o encontrei. Provavelmente minha pressão já estava caindo e o desespero estava tomando conta de mim.

— Caspian! — falei quando subi no leme. — Louis não está em lugar nenhum.

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Essa selvagem hoje estava estresse puro, parece eu.

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Plágio é crime 🚨

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