Capítulo 47

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Any Gabrielly

Algumas semanas depois

Ando pelo enorme corredor da universidade, como sempre pensando como o Josh deve estar, será que ele está se alimentando? Será que se machucou? Ele está bem? São tantas perguntas em minha cabeça que sem querer esbarro em alguém.

— me desculpe, eu estava distraída e não te vi. - digo e olho para o homem a minha frente.

Ele é bonito, cabelos escuros, um rosto angelical, e um par de lindos olhos azuis.

— me desculpe você, eu estava pensando demais e acabei não olhando por onde andava. - ele diz e sua voz é um pouco grave.

— tudo bem. - digo começando a caminhar, mas sou para por ele segurando meu braço delicadamente.

— eu poderia saber o nome dessa linda mulher em minha frente?

— Any, Any Gabrielly. - quando digo ele fica confuso - sou brasileira, lá o significado de Any é diferente do daqui.

— eu amo o Brasil, perdi a conta de quantas vezes já fui lá. - ele sorrir, um sorriso que mostra seus alinhados dentes brancos.

Quando eu ia falar, Joalin aparece do nada e olha de cara feia ao homem que não sei o nome, e depois olha pra mim sorrindo animada.

— o Josh ligou! - ela diz e não consigo disfarçar minha alegria. - ele ligou para o telefone fixo lá de casa, quem atendeu foi meu pai. Ele disse que está bem, não está machucado e está morrendo de saudades de todo mundo.

Meus olhos automaticamente começam a marejar. Nunca senti tanta saudade de alguém como estou sentindo dele.

Sempre que sinto saudades, o que é praticamente a todo tempo, penso em nossos momentos juntos, as danças no meio da chuva, os encontros malucos e divertidos, os beijos e toques.

Não vejo a hora dele voltar.

— ele disse que é difícil tentar se comunicar com a gente. São poucos telefones para muitos soldados com saudades da família. - ela diz e eu assinto, deve ser muito difícil ficar longe da família nessas circunstâncias.

— eu já vou indo, foi um prazer te conhecer Any. - o homem diz e eu sorrio com gentileza.

— digo o mesmo, mas ainda não sei o seu nome.

— ah claro, meu nome é Max. - ele sorrir.

— parece nome de cachorro. - Joalin diz e eu lhe dou uma cotovelada em repreensão.

— Joalin!

— ué eu tô mentindo? - diz e Max da uma leve risada.

— tudo bem Any, não se preocupe, não me ofendi. Te vejo qualquer dia desses Moranguinho. - ele diz me olhando, e arregalo levemente meus olhos em surpresa.

— Moranguinho? - eu e Jojo dizemos em uníssono.

Ele rir sem graça coçando a cabeça.

— é por causa dos tênis e seu colar. - ele diz me fazendo entender.

Estou com um par de tênis com alguns desenhos de morango, e um colar de morango que Josh me deu em um de nossos incontáveis encontros.

— e quem te deu essa intimidade? - Joalin diz sendo grossa e eu envergonhada pego em seu braço a puxando para andarmos.

— tchau Max, foi bom te conhecer. Me desculpe por minha amiga. - digo olhando para trás onde ele está e o mesmo apenas sorrir.

— tudo bem, achei ela engraçada. - ele diz e Joalin para de andar na hora.

— tá me chamando de palhaça? - ela diz e Max apenas rir e vai embora. - não gostei dele!

— jura? Nem percebi, você foi tão educada. - digo debochadamente e ela rir.

[...]

Já é de noite e acabo de entrar em casa, a primeira coisa que faço é me jogar no sofá. Hoje o dia da cafeteria foi cansativo e eu ainda tive que ir na casa dos Beauchamp's para ir passear com o Buster.

Ele anda muito quetinho, só se anima um pouco quando me vê. A alguns dias atrás levei ele para o veterinário e ele disse que Buster pode estar com saudades de alguém.

Quando os cachorros sentem muita falta de alguém, seja uma pessoa, outro animal, ou até mesmo objetos como brinquedos, eles ficam cabisbaixos. Buster deve estar sentindo saudades do Josh.

Saio de meus pensamentos com o toque do telefone fixo aqui de casa. Com muito esforço me levanto e vou até a estante onde o telefone está.

alô?

— alô, eu poderia falar com a melhor namorada do mundo por favor? - meus olhos automaticamente enchem com as lágrimas.

Josh - digo em um sussurro.

oi bebê - ele diz e sei que está sorrindo pelo outro lado da ligação.

Começo a enche-lo de perguntas e ele com toda a paciência do mundo, responde cada uma delas.

eu estou com tanta saudade de você. - deixo as lágrimas caírem.

— eu também estou meu amor, todo nascer e por do Sol eu sento e aprecio a paisagem pensando em você. Porquê você é o meu Sol Any. - sua voz está embargada e saber disso faz com que as lágrimas desçam sem piedade.

— eu te amo tanto Josh. - digo e escuto algumas vozes no fundo.

eu tenho que ir, eu te amo. Até logo Any. - ele diz depois de um tempo em silêncio.

— até logo Josh.

[...]

— eu e o restante dos professores conversamos muito e decidimos fazer algo diferente com vocês. Um dos diretores da universidade é amigo de um dono de um hospital, ele conversou com esse amigo e na próxima semana todos os alunos de medicina vão ter uma aula experimental nesse hospital. Cada um na área que irão se formar. - a professora diz no final da aula.

Todos presentes na sala começam a conversar, fazendo um grande barulho ecoe pela sala.

Como a aula acabou saímos da sala, vou em direção ao refeitório mas paro vendo o mural de notícias, ando para perto dele e vejo que ainda a vagas para estudar música.

Fico lá para olhando aquele pedaço de papel até que volto a andar, mas não para o refeitório, ando para a sala da secretária pois é ela que nos ajuda a mudar de curso ou fazer mais um.

— licença, Marie está ocupada agora? - pergunto assim que entro na sala e vejo a senhora adorável sentada na cadeira atrás de sua mesa.

— pra você nunca estou ocupada querida. - diz dando seu sorriso amoroso - então querida em que posso lhe ajudar?

— eu queria começar a fazer uma nova aula. - digo me sentando na cadeira em frente a mesa.

— e qual seria?

— música. - digo e ela não disfarça sua surpresa.

Continua←★

Eu tô pensando em fazer uma maratona. Se tudo der certo eu faço ela ainda essa semana.

•O SOLDADO•beauany [Concluído✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora