Capítulo 2

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Kerem

Depois daquela situação no quarto fui tomar um copo de água para relaxar. Aquela mulher tem um fogo capaz de queimar qualquer um. E eu caí na armadilha, agora vou ter que lidar com o princípio de uma ereção que isso me causou.
Merda. O banheiro fica no meu quarto, e sem chance de voltar lá agora. Sentei no sofá e procurei algum canal aleatório na TV,  qualquer besteira que me tirasse a atenção dela. Depois algum tempo voltei ao quarto e verifiquei se ela estava aprontando algo ainda, mas Hande já tinha se deixado vencer pelo cansaço e dormiu abraçada com o travesseiro. Aquela vista era altamente tentadora, eu ficaria a noite inteira observando ela dormir vestida na minha camisa e usando apenas essa calcinha de renda por baixo. Achei que não seria certo e pareceria meio tarado então segui para o banheiro onde tomei um banho frio e demorado. Quando saí,  troquei de roupa rápido e o mais silenciosamente possível, fui para o sofá da sala, ia dormir ali mesmo.

Hande

Na manhã seguinte abri meus olhos meio zonza tentando me localizar, até que os eventos da noite anterior vieram a minha mente, eu estava na casa de Kerem, mais precisamente na sua cama. Parecia ser de manhã cedo, ouvi o som do chuveiro,  Kerem devia estar tomando banho. O som parou, ouvi a maçaneta da porta e fechei meus olhos por uns instantes, abri novamente. Ele não tinha notado que eu estava acordada e pude ver aquele homem pós banho, com uma toalha na cintura e o peitoral a mostra. Kerem era lindo, agora pude perceber bem melhor e com mais calma. Ele tirou a toalha e eu arfei, mas para a minha decepção, ele já estava com uma cueca box por debaixo da toalha. Fiquei muito frustrada. Se ele era lindo assim pelo que eu vi, imagina onde ainda não vi. Acho que devia ter ido pra cama com ele ontem, se eu não vê-lo novamente,  então perdi uma grande chance.
Mas infelizmente não estava nas minhas melhores condições. Felizmente aquela pomada parecia ter aliviado um pouco a dor na coxa. Kerem vestiu uma calça moletom preta, pegou uma camisa e saiu do quarto.
Fiquei um pouco mais de tempo deitada, levantei e fui até o banheiro, lá tinha uma pia com um balcão e um espelho. Havia também uma escova novinha embalada lá em cima, sorri. Apesar de ser um cara fechado, ele era bem atencioso realmente. Lavei meu rosto, escovei os dentes e fiz um coque no cabelo. Senti o cheiro de café da manhã sendo preparado. Saí e fui até a cozinha. Que maravilha ele estava fazendo omeletes e ainda não tinha posto a camisa que pegou no quarto, o que gostei bastante. Ele desligou o fogo e virou-se, foi quando me viu encostada na porta da cozinha.
- Bom dia Hande.
-Hm acho que realmente é um bom dia. Começar o dia com um cara bonito sem camisa fazendo café para mim... simplesmente é um ótimo dia!

Ele vai em direção a camisa, mas eu estava mais perto e me adiantei, peguei a camisa dele.
-Por favor não estrague o meu bom dia vestindo essa camisa.
-Hande
Faço beicinho e ele desiste de insistir, ou foge de mim mais uma vez.
-Fiz omeletes, tem pão,  suco de laranja ou café se preferir. Não deve ser o que você está acostumada...
-Pra mim está perfeito
Interrompo antes dele continuar com a ladainha que as pessoas costumam falar. O lance de que pessoas mais ricas são esnobes e não comem coisas como pessoas normais,  de classe social diferente.
Pego um prato e me sirvo do omelete, ele também faz o mesmo. Nos sentamos.
-Hmm, isso aqui está delicioso Kerem. Você tem muitas habilidades .
-Obrigado, mas não é nada tão grandioso fazer um omelete.
-É sim, qualquer um pode fazer um omelete. Mas isso não quer dizer que irá ficar bom.
-Faz sentido.
Ele tomou um gole do suco e eu continuei.
-Então, obrigada por tudo o que você fez por mim.
-Não precisa agradecer, apenas ajudei alguém que precisava. Aliás você mencionou que sabia quem estava por trás do ocorrido.  Quem é? Tem certeza que não irá atrás de você novamente?
- Sim eu conheço o autor que orquestrou aquela cena ridícula, é uma longa história e vou resolver isso logo logo, não se preocupe. Mas não queria tocar nesse assunto,  podemos falar de outra coisa?
- Ok
- Você não quer ligar pra ninguém? Alguém deve estar preocupado com você agora.
- Acho que não, estava na festa com duas amigas e provavelmente elas devem ter achado que arranjei algum carinha e fui pra cama com ele e não deu tempo de avisar. Elas mesmas já fizeram isso algumas vezes. Não moro com meu pai, ele vive com minha madrasta Elizabeth, então dificilmente sabem onde estou. Não tem muita gente pra sentir a minha falta nesse momento.
- Impossível
- O que?
- Alguém não sentir sua falta.
Aquilo aqueceu meu coração. Não estou acostumada a ouvir coisas gentis de homens,  aliás de quase ninguém. Kerem levanta e pega nossos pratos para lavar, eu o ajudo pegando os copos. Ele põe na pia e leva a mão as costas.
- Ei onde você dormiu?
- Ah, dormi no sofá.
- Deve ter dado uma dor nas costas terrível. Por que você não dormiu comigo? Quer dizer
...na mesma cama, eu não teria me importado.
- Não, tudo bem, estou bem.
- Se quiser posso retribuir a massagem que você me deu ontem a noite...
Dou um sorriso malicioso.
-Não precisa.
-Ah vai... só uma massagem,  seria um agradecimento. A que você fez em mim ontem, eu amei, você tem muita habilidade com as mãos, eu adoraria conhecer todas as habilidades delas...

Nossa e como eu adoraria. Kerem fica tenso com o comentário e aperta a borda da pia. Começo a pensar nas coisas que essas mão podem fazer... me arrepio, sinto meu mamilos endurecerem. Esse homem é um tesão.
Kerem olha para mim e desce o olhar vagarosamente até meus seios,  como esta camisa é fina, claramente dá para perceber meus mamilos duros. Ele cerra o maxilar e sai da cozinha. Sim, Kerem você foi capaz de me deixar excitada. Lide com isso.
Vou atrás dele, sem ligar.
- Vou tomar um banho no seu banheiro tudo bem?
- Fique a vontade.
-Depois vou pegar um táxi e ir embora.  Infelizmente tenho muitos assuntos para resolver e não vou poder ficar na sua cama.
Digo fazendo beicinho.
-  Você não precisa ir de táxi,  posso te deixar aonde quiser.  Aliás você estava sem bolsa quando te trouxe, não deve estar com dinheiro, certo?
- Merda, minha bolsa ficou na boate, você tem razão. Ok,  então você me leva até meu apartamento.
- Tudo bem.
Saio em direção ao banheiro, pego meu vestido e coloco no balcão. Tiro a camisa de Kerem e ponho sobre o mesmo balcão. Tiro a calcinha, uma ideia passa pela minha cabeça e eu sorrio. Entro no chuveiro, a água estava um pouco fria mas nada de mais. Pego uma toalha na gaveta do balcão. Me enxugo e ponho o vestido, consigo subir uma parte do zíper, saio do banheiro trazendo a camisa dobrada de Kerem e a coloco em cima da cômoda. Vou até a sala e encontro Kerem no sofá.
-Ei bonitão, fecha o meu vestido.
Kerem me olha e levanta. Viro as costas para ele que segura com força o vestido e fecha o zíper de uma vez.
- Obrigada.  Ah, o banho estava ótimo. Preferia ficar nua e molhada de outra maneira aqui, mas tudo bem.
Dou uma risadinha. Kerem ignora meu comentário.
-Vamos
E saiu na frente pegando a chave do carro.

Resista-me se puderOnde histórias criam vida. Descubra agora