Capítulo 12

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Kerem

Após o banho, desço e vou para a cozinha.  Hande já estava arrumada pondo o café da manhã.
- Se arrumou rápido hoje em...
- Porque não precisa de tanta preparação já que vou me arrumar no camarim da sessão de fotos.
- Entendi
- Além disso não demoro tanto assim para me arrumar...
- Não? Lembro de ter esperado você cerca de 2 horas ontem...
- Que mentira Kerem, não foi isso tudo... mas mesmo assim eu tinha que me arrumar melhor, já que ia jantar com as meninas e ir pra boate depois.

Eu rio e vou por meu café da manhã. Eu tinha começado a rir e sorrir com mais frequência depois que encontrei Hande.
Terminamos de comer e fomos para o carro.
Saímos para o ensaio fotográfico dela.
Quando chegamos lá, Hande já foi recebida por várias pessoas que a levavam de um lado pra outro. Cabelo, maquiagem,  roupas, etc. Fiquei sentado em uma parte do estúdio apenas observando o vaivém das pessoas lá.
Logo, logo Hande está pronta e é posicionada em frente a câmera.  Ela estava estonteante. Sempre tinha alguém vindo dar um retoque na maquiagem dela entre uma foto e outra. Mas eu acho que a beleza de Hande não precisa de retoque nenhum. Mesmo sem toda aquela produção, ela continua linda. Ela sorria e acenava pra mim de vez em quando. O jeitinho Hande de ser.

Com o fim da sessão de fotos, ela voltou para o camarim para trocar de roupa e depois veio até mim.
- Oi Kerem, o que achou?
- Você tem talento pra coisa,  estava linda.
- Obrigada!... agora temos que ir ao alfaiate.
- Essa história de alfaiate de novo...
- Vamos Kerem, sem resmungar.
Então saímos para o carro e fomos no ateliê do tal alfaiate. Quando chegamos lá Hande vai até a recepção e somos encaminhados para o escritório de criação do homem.
- Senhor Lorenzo, olá!
O homem levanta-se da cadeira e cumprimenta de volta Hande afetuosamente. Parece que já se conhecem a tempo.
- Querida, seja bem-vinda, então este é o rapaz de que falou?
- Sim senhor Lorenzo e estou imensamente grata de você ter aceitado fazer isso por mim, em tão pouco tempo.
- Ah querida, é um prazer. Acho que até já tenho um pré preparado que vai caber certinho. Precisará de poucos ajustes. Venha meu rapaz,  vou tirar suas medidas.
E Hande me empurra até a sala do ateliê onde o homem me põe um terno e começa a me encher de alfinetes. Não estava gostando muito dessa situação, mas por Hande eu suportei. Ela é sempre tão obstinada com o que quer. Não vou ser um obstáculo. Senhor Lorenzo termina e vira para mim.

- Bom, está muito bom.
Ele começa a falar baixinho apenas para mim.
- Vou até guardar essas medidas, sei que futuramente serão úteis.
Fico sem entender nada, mas deixo pra lá. Nos despedimos e saímos para o carro.
- Ficou ótimo Kerem, quando estiver pronto vai ficar tão sexy em você...
- É só uma roupa Hande, não acho que faça grande diferença...
- Ai Kerem, as vezes você é chatinho... Curta o momento apenas.
- De onde você conheceu esse senhor?
- Ele é amigo de longa data do meu pai e era da minha mãe também. Fez até o terno do casamento de papai. Ele me disse que já tinha as medidas guardadas de papai por precaução, desde quando minha mãe trouxe meu pai lá a primeira vez... Senhor Lorenzo viu que dali sairia um casamento, então quando aconteceu, ele já estava com todos os preparativos feitos.

Comecei a tossir nesse momento. O que aquele homem quis dizer com vai guardar as minhas medidas? Ele acha que serei noivo de Hande? Impossível.
- Kerem você está bem?
- Es...tou... Estou bem...
- Quer uma água?
- Não, obrigada.
- Enfim, essa é a história. Conheço senhor Lorenzo por causa da minha família,  mas graças a minha mãe principalmente, eles já chegaram a trabalhar juntos em uma grife, até que o senhor Lorenzo abriu a própria alfaiataria e minha mãe, que era estilista,  criou sua própria marca... A marca de minha mãe foi um grande sucesso aliás, mas se foi com ela. Meu pai não quis que outra pessoa ganhasse dinheiro usando o que ela criou. Pra ele isso tudo era somente dela...
Hande se emociona um pouco ao citar a mãe, paro o carro.

- Você quer dar uma saída?
- Não,  estou bem...
Abro meu cinto de segurança e me aproximo dela. Enxugo delicadamente suas lágrimas. Ela segura minha mão e deita o rosto nela por um instante. Pego a mão dela e trago até mim, dando um beijinho nela. Hande sorri para mim agradecida. Seguimos viagem, vamos almoçar e depois ir para o próximo compromisso do dia.

Hande

Hoje foi o dia de mais uma sessão de fotos, amo ser modelo mas as vezes tem tarefas demais... fotos, desfile, prova de roupa, ensaios... muita coisa. Pelo menos depois das fotos fui com Kerem ao alfaiate,  um velho amigo da família e não ne negou esse favorzinho. Ele ficou até meio surpreso, porque sempre ligo pra ele pra arrumar algo para meu pai e dessa vez foi para alguém diferente. Mas eu acho que Kerem merece esse mimo.
Na volta do alfaiate nos conversamos no carro sobre o senhor Lorenzo e acabei tocando no assunto sobre a minha mãe, o que me deixou um pouco emotiva. Kerem parou o carro só para me confortar e eu me senti tão especial, tão bem, fico tocada com a sensibilidade dele comigo. Ele me desperta sentimentos tão maravilhosos, que eu nem sabia que tinha.
Seguimos adiante depois e fomos para o restaurante. Kerem abre a porta do carro para mim e eu saio.
- Será se você não deveria ligar e dizer que vai mais tarde?

- Por que Kerem? Ainda temos tempo o suficiente para o almoço.
- Temos, mas você vai ter que comer com pressa, nem pode relaxar um pouco depois do almoço.
- Muitos compromissos Kerem, não posso relaxar agora. Além disso, tenho ensaio do desfile amanhã, então precisam verificar se está tudo certo com a roupa.
- Tá, tudo bem, você ganhou.
Entramos no restaurante e nos sentamos. Chamo o garçom que logo nos traz o menu.
- Então, vou querer uma salada apenas e um suco de laranja.
Kerem me olha com olhos arregalados.
- Você só vai comer isso?
- Sim Kerem, qual o problema?
- Isso não vai matar a fome, coma um almoço decente.
- Você virou meu nutricionista?
- Só alguém que se preocupa com seu bem-estar.

Aí ele me pegou, contra isso eu não poderia negar. Pedi 2 ovos cozidos junto a salada e Kerem pediu o almoço dele, bem mais farto.
O garçom traz nossos pedidos e comemos.  Kerem ainda tenta me dar parte da comida dele, eu rio, ele era muito fofo as vezes.

Ao terminar, voltamos para o carro e vamos para o próximo compromisso do dia.
Vou com Kerem ao meu lado pro salão onde acontecerá o desfile daqui à alguns dias. Ou melhor, os desfiles,  pois estão programados 2 dias de desfiles. Descanso? Não há.
Vou provar os vestidos no camarim e Kerem fica lá próximo. As outras modelos começam a cochicar, estão babando no meu segurança lindo... mas que pena meninas, é só meu... Jean, o estilista vem trazendo os vestidos na arara e logo me chama para começarmos os trabalhos.
Visto as roupas e Jean verifica que há apenas uns detalhes rápidos para ajustar. Está tudo bem, então logo posso ir.
- Prontinho Kerem, podemos ir.
- Ótimo,  não estava sabendo lidar mais com os olhares dessas modelos... estava me sentindo uma presa...
- Mas você é, porém a predadora é somente eu.
Pisco pra ele.
- Com isso acho que posso lidar...
Eu sorrio, Kerem põe a mão em minha lombar e me guia para fora.
- Então minha predadora preferida, o que mais temos para hoje?
Algo com ele me chamando de "minha", me deixou arrepiada.
- Vamos para casa.
- Finalmente.

Resista-me se puderOnde histórias criam vida. Descubra agora