1 - A chegada

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N/A: Olá, pessoinhaaaas! Espero que vocêses estejam bem!!! Aqui estou eu com mais um projeto, confesso que estou animada com isso! Há dias estava tentando desenvolver essa ideia mirabolante que tive, porém, meu bloqueio criativo não estava ajudando, mas finalmente consegui desenvolver alguns capítulo e estou satisfeita com ele, espero que vocês gostem bastante :)

Caso tenham gostado, não se esqueça de votar e comentar muito, os feedbacks de vocês me ajudam bastante e eu me divirto com eles.

Estou aberta a sugestões, viu? Caso tenham ideias legais para o desenvolvimento da fic, mandem mensagem no chat privado ou coloque ali nos comentários mesmo :)

Enfim, é isso, aproveitem o livro :) Boa leitura!
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Amabel abriu os olhos vagarosamente, sentindo todo o seu corpo doer. A jovem de cabelos escuros e olhos amarelos tocou o chão a sua volta e sentiu a areia fina entrelaçando seus dedos, alguns segundos depois, a água gelada - provavelmente do mar - tocou seus pés, fazendo-a se arrastar um pouco para longe, vagarosamente.

A menina puxou o fôlego com dificuldade e se sentou, olhando ao redor com curiosidade, tentando lembrar o que aconteceu. Não demorou para localizar um pouco distante, à sua esquerda, um corpo inerte, já quase se perdendo entre os grãos caramelados da areia.

Mesmo com a dor intensa em seus músculos, Amabel se levantou e praticamente se arrastou para perto do corpo, quando se aproximou, fez questão de limpar a areia do rosto de seja lá quem fosse. Não demorou muito para revelar-se o rosto - já sem cor - de seu irmão mais velho. Os olhos estavam fechados e a respiração já lhe era inexistente.

- Aiko... - Os olhos de Amabel transbordaram imediatamente e as lágrimas não demoraram para rolarem livremente por seu rosto. - Acorde, Aiko! Por favor...

A jovem olhou ao redor mais uma vez, na esperança de encontrar alguma pessoa - viva - que pudesse ajuda-la e salvar o seu irmão, mas a única coisa que encontrou foi outro corpo, cujo as ondas já estava o arrastando para o mar. A menina nem precisou chegar perto para ver, sabia que se tratava de sua mãe... ao visto, apenas ela havia sobrevivido.

Amabel abraçou as próprios joelhos e escondeu o rosto entre eles, desejando que tudo aquilo fosse apenas um pesadelo passageiro, desejando também que qualquer um dos membros de sua pequena família retornasse a vida.

Enquanto se perdia entre pensamentos e lágrimas, sentiu alguém tocando o seu ombro. A garota se assustou e se afastou rapidamente ao ver uma mulher de cabelos bem pretos e pele escura parada na sua frente. Seu corpo estava coberto por um vestido branco e bem desenhado, nem parecia que a mesma estava numa praia.

- Não se assuste, Amabel. Sou Uriel, estou aqui em missão de paz - Disse, com a voz extremamente suave. A garota arregalou os olhos ao notar que aquela desconhecida sabia o seu nome.

- Como você sabe o meu nome? - Amabel passou a mão nos olhos e engoliu o choro quase que imediatamente. - Como me conhece?

- Você terá tempo para saber tudo, sim? Agora deixe-me fazer o meu trabalho.

Uriel, primeiro, caminhou até o corpo de Aiko e o tocou carinhosamente. Uma silhueta transparente se levantou, transpassando as roupas de Aiko. De início, a alma parecia meio perdida, com medo. Olhava para todos os lados ansiosamente, até que encontrou os olhos de Uriel.

- Aiko, sua missão chegou ao fim. Está na hora de parar. - Disse a mulher, apontando para além do mar. A silhueta assentiu, em seguida, fitou os olhos de Amabel, ficando assim por longos segundos. A menina tentou tocá-lo, mas era como uma fumaça, sua mão o atravessava, tornando impossível esse tipo de comunicação.

Não demorou muito para que a alma de Aiko seguisse em direção ao caminho que lhe foi indicado, sumindo por entre as águas.

O mesmo aconteceu com o corpo de sua mãe... seria Uriel uma espécie de ceifador de almas? Um anjo? Uma bruxa? Amabel não tinha essas respostas... era muita surpresa para pouco tempo e sua mente era incapaz de absorver tantos acontecimentos.

- Pra onde eles foram? - Perguntou com a voz trêmula, tornando a chorar copiosamente.

- Foram para um bom lugar, querida... eles terminaram a vida terrena, precisavam partir.

- Mas... por que eu fiquei viva? Por que não morri como eles? - Antes que Amabel pudesse fechar a boca, Uriel sumiu pelos ares, deixando a garota sozinha e confusa.

Do interior da ilha, de dentro de sua casa, Hamiel e Haamiah - Ambos serzinhos mágicos em formação, mais precisamente, crianças - esperavam ansiosos para conhecer o novo membro da ilha. De tempos em tempos, demarcados por datas incertas e aleatórias, chegavam novos membros às ilhas sagradas. Todos eles já eram marcados desde o nascimento e uma hora ou outra, eram enviados à ilha para o resto de suas vidas, e às vezes, isso implicava em perder seus familiares terrenos.

Todos os moradores da ilha podiam escolher e se prontificar a receber as crianças chegadas à ilha. Muitos optavam por criar a família com filhos biológicos apenas, outros, se voluntariavam a receber os recém-chegados. Gzrel e Celine prometeram receber todas as crianças chegadas no verão, portanto, Amabel era sua responsabilidade agora.

- Papai, vamos logo! - Hamiel pediu, pulando animadamente. Gzrel sorriu observando a animação de seu pequeno. Haamiah não ficava muito atrás do irmão, tentando alcançar o trinco da porta.

- Se acalmem, crianças. Temos que esperar Celine, sim?

- A mamãe vai demorar, papai! Vamos sem ela! - Hamiel cruzou os braços decididos e Gzrel balançou a cabeça em negação, em seguida afastou os filhos da porta, vagarosamente, e os colocou sentado no sofá branco, recostado na parede do corredor.

Não demorou muito para que Celine surgisse no local, com os vestidos longos arrastando-se pelo chão. Gzrel admirou a esposa com maestria, enquanto a mesma se aproximava dele e dos filhos.

- Consigo sentir a animação deles lá do quarto - Disse ela, estendendo a mão para as crianças. Ambos agarraram a mão da mãe de forma animada. Gzrel abriu a porta e logo, a pequena família seguiu rumo a praia.

A casa dos seres mágicos ficava no alto da colina, um pouco distante da praia. Gzrel, Celine, Hamiel e Haamiah desceram pela escadaria de pedra, admirando a paisagem à sua frente.

O sol iluminava quase todo o mar, misturando as cores vermelhas, laranjas e amarelas ao azul turquesa da água.

A ilha era cercada por árvores de um verde bem vivo e também carregava uma variedade de flores, frutos e animais diferenciados e os moradores faziam o possível para mantê-la organizada.

A família finalmente havia alcançado o mar e avistado Amabel sentada na areia, abraçada aos próprios joelhos. Hamiel se desprendeu da mão da mãe e correu até a garota, que nem percebeu a aproximação do garotinho.

Celine se aproximou também e tocou o ombro da garota, fazendo a mesma se virar para olhá-la. Os olhos de Amabel estavam inchados por conta do choro.

- Olá, querida... me chamo Celine, esse é meu marido Gzrel, meu filho Hamiel e minha filha Haamiah... estávamos esperando por você.

- Por mim?

- Sim, Amabel. Vamos explicar tudo pra você, com calma. - Gzrel completou, lançando um sorriso carinhoso para a menina. Amabel respirou fundo e passou a mão nos olhos.

- Vão me ajudar a voltar pra casa?

- Aqui é sua nova casa agora, criança.

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