19 - Limbo

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N/A: Oiii, gente! Espero que vocês gostem do capítulo de hoje :)

Ah, quero compartilhar uma alegria com vocês! EU TERMINEI O ENSINO MÉDIO, AMIGUINHOS AAAAAAAA e agora sou técnica em eletrônica! (eu estudava no Instituto Federal, que faz ensino médio com curso técnico integrado) enfim, estou muito feliz por ter concluído mais um ciclo da minha vida! É isso, pessoal, só queria dizer o quanto estou realizada.

**Aos novos leitores, sejam bem vindos! Espero que aproveitem a história da melhor maneira!!!

**Capítulo não revisado, pode ter erros de digitação!!!

**Não se esqueça de comentar sua opinião e deixar seu voto registrado, isso é importante pra mim :)

Abraços e boa leituraaaa

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Amenadiel observou, da pequena janela da cabana, onde estava se escondendo dos demais da ilha, o forte clarão que cobriu a paisagem durante alguns segundos. Antes que pudesse ter alguma reação, um peso decaiu sobre suas costas e uma força descomunal o arrastou para fora do casebre.

- Holly Island lhe concede liberdade, Amenadiel Monreal. Use-a como quiser, mas saiba que, assim que você estiver fora dos limites da ilha, não haverá maneiras de retornar – A voz arrastada e desconhecida ressoou na mente do homem e ele quase sorriu, sentindo o coração pulsar rapidamente e de forma descompassada... há séculos ele não sentia tamanha emoção e alegria.

Amenadiel apagou durante alguns minutos e, assim que abriu os olhos, percebeu que estava deitado sobre um gramado. O homem sentou-se vagarosamente e esfregou os olhos, na tentativa de enxergar alguma coisa, mas tudo que viu, foi um horizonte distante e escuro. A paisagem ao seu redor estava completamente morta, sem cor... não havia sequer faíscas de vida ali.

O homem se assustou com o som do lago, que corria ferozmente atrás de si. Diferente dos rios de Holly Island, as correntezas desse pareciam arrastar algo pesado e seguiam para lugar nenhum. Não era exatamente assim que Amenadiel imaginava o exterior da ilha... ele estava num limbo, num lugar em que existia somente ele e a natureza morta, como se a vida estivesse toda concentrada dentro da ilha.

- Foi um erro você ter saído, meu filho – A voz que ressoou pelo campo de trevas fez o coração de Amenadiel parar durante alguns segundos e o homem ficou se perguntando internamente se deveria virar para olhar ou se deveria ficar parado – Não precisa ter medo, eu sou exatamente a pessoa que você está pensando que eu sou.

Amenadiel respirou fundo, sentindo o ar gélido e espesso adentrar suas narinas, então virou e sentiu o chão debaixo de seus pés sumir, se manteve forte para continuar em pé e encarar o homem que ele não via há séculos, desde que fora preso naquela casa...

- P-pai? – Ele gaguejou e apertou os olhos, cuidando para que aquilo não fosse apenas uma visão ou alguém lhe pregando uma peça. Zander sorriu sem emoção alguma. Seu rosto estava com algumas marcas do tempo e ele parecia cansado e meio perdido – O que...como...o que faz aqui?

- Oras, Amenadiel, pense um pouco e vais saber como vim parar aqui... você destruiu metade da ilha, se recorda? Você estava preso por motivos que nem vale a pena lembrar – O pai de Amenadiel ainda tinha uma voz firme e autoritária, e aquilo ainda lhe deixava com certo medo – Eu tinha que colocar a ilha, a minha ilha de volta aos eixos e, assim como Melchior, tive que fazer um sacrifício...

Amenadiel respirou fundo e pensou um pouco, dessa vez com mais clareza e sentiu o peso em suas costas novamente, assim que entendeu o que havia acontecido. Antes que pudesse dizer alguma coisa, Zander continuou.

- Quando decidi me entregar a um sacrifício, pedi para que não houvesse plateias, nem coisa do tipo, preferi fazer isso em silêncio e o único recado que deixei foi para que seu irmão cuidasse da ilha, enquanto eu estivesse afastado...

- É por isso que o senhor nunca mais retornou... se não fosse a cria de Gzrel, então eu jamais sairia daquele castigo inútil?

- Não, seu irmão tinha ordens para lhe libertar, se você esperasse mais um pouco... como sempre, fazendo as coisas sem pensar nas consequências, não é? Você realmente não deveria ter saído dos limites da ilha...

Amenadiel balançou os ombros.

- Aqui não me parece ser tão ruim.

Zander balançou a cabeça negativamente e sentou ao lado do filho, em seguida apontou para o horizonte.

- Não há nada aqui, filho... você pode caminhar por séculos e não vai encontrar nada, a não ser escuridão. A partir do momento em que sai da ilha, a ilha também sai de você, consequentemente, os poderes, os conhecimentos, a imortalidade... agora você é somente você, sem magia, sem alma, sem absolutamente nada. Sua vida vai se esvair aos poucos e então iras morrer e fim. É assim que sua história acaba... nunca se perguntou o porquê te prendi na ilha quando poderia, facilmente, lhe expulsar dela? Eu sabia desse lugar e todos os esforços que fiz foi para que você não acabasse aqui, mas parece que eu errei na forma de fazer isso, não é? Você acabou aqui, de qualquer forma.

As palavras de Zander perfuraram o peito de Amenadiel, que levantou atônito e passou a mão pelos cabelos, sem acreditar no que o pai havia lhe dito... ele fizera tanto esforço para acabar nisso?

- Isso não é possível! Não... eu não posso ter feito tanto esforço em vão, pai! – Amenadiel começou a andar em círculos, tentando pensar no que fazer – Deve haver um jeito de sair daqui ou, sei lá... fundar outra ilha, tão boa quanto Holly Island.

- Eu já lhe expliquei, não vou repetir tudo que disse... essa é a consequências das minhas e das suas escolhas, filho... só o que podemos fazer é esperar e torcer para que a morte nos busque depressa, já que não vale a pena ficar séculos vivendo no nada. Bem-vindo ao limbo, querido...

(...)

- Arthur? Você precisa comer, criança... – Celine se aproximou do rapaz, que estava sentado na varanda e olhando para os vagalumes no jardim. As lágrimas rolavam silenciosas sobre o rosto do jovem rapaz.

- Obrigada, senhora, mas eu não estou com fome...

- Meu anjo, você precisa se alimentar, está até pálido. Não queremos ninguém doente nessa casa – Disse a mulher, carinhosamente, estendendo o prato de torta em direção ao jovem. Arthur suspirou, passou a mão pelos olhos e pegou o prato com pouca vontade, fazendo Celine sorrir fracamente – Tente comer o máximo que conseguir, ok?

- Sim senhora... o-obrigada.

- Não precisa agradecer... depois entre e tome um banho, assim você pode descansar um pouco e mais relaxado, sim?

Arthur assentiu e fez um esforço para comer um pedaço da torta enquanto Celine estava lhe observando. A mulher deu-se por satisfeita e retornou para dentro, caminhando até a sala, onde estava seu marido e sua filha Amabel.

A jovem estava sentada no sofá, abraçada aos próprios joelhos, com os olhos estalados e um pouco vermelhos, provavelmente por causa do choro. Gzrel também estava sentado, com a cabeça entre as mãos, pensando em formas diferentes de iniciar a conversa com a menina rebelde à sua frente.

Celine acariciou o ombro do marido e sentou ao seu lado. O homem de olhos roxos respirou fundo e passou a mão pelo rosto, em seguida contou até dez e, por fim, olhou para Amabel. Era nítido que ela estava com medo do que iria acontecer, não havia dito uma palavra sequer, apenas chorou em silêncio desde que tivera a pequena intriga com Arthur, portanto, para não assustar ainda mais a menina, Gzrel teria que ser cuidadoso e o mais paciente possível.

- Muito bem, vamos conversar, filha... – Disse de forma baixa, porém séria – Quero ouvir tuas explicações a respeito dos últimos acontecimentos... as mentiras, as faltas de respeito, a fuga... estou lhe dando a chance de se explicar antes da minha mão conversar com esse seu traseiro rebelde.

The Holly IslandOnde histórias criam vida. Descubra agora