11 - Coisas que acontecem

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N/A: Boa tarde, gente! Espero que vocês estejam bem e saudáveis e também que vocês gostem do capítulo de hoje :)

**Capítulo não revisado, pode ter erros de digitação, mas serão corrigidos em breve!

Boa leitura!

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- As coisas começaram a sair fora do controle quando decidi criar o meu próprio mundo – Amenadiel estendeu a mão para frente e fechou os olhos por alguns segundos, até que Amabel viu-se em um local diferente do que estava há segundos atrás, mas não demorou para notar que era uma espécie de projeção... talvez fossem as memórias do homem de olhos dourados.

Agora, a jovem encontrava-se em uma praia calma, cuja as ondas quebravam silenciosamente na baía. Não demorou muito para que ela avistasse uma casa, erguendo-se no meio da vegetação e de lá, dois homens caminhavam em direção à praia, ambos pareciam nervosos e com pressa e um deles, um pouco difícil de reconhecer, era Amenadiel... ele estava diferente, parecia mais jovem, mais vivo... a beleza que estampava seu rosto, pelo visto, tinha se perdido com o tempo.

- Não irei permitir que se exponha à tais riscos, Amenadiel – O outro homem, cujo Amabel nunca tinha visto, de olhos vermelhos como os de Israfil e um rosto jovial, falava com um tom de voz firme e segurou Amenadiel pelo braço, fazendo com que o mesmo olhasse para ele – Não vou deixar que faça isso, eu sou teu pai e é meu dever manter você e Israfil seguros.

- Eu não sou mais uma criança! – Amenadiel praticamente gritou no rosto do homem e puxou o braço das garras do pai com certa força – Está na hora de você me deixar ter escolhas próprias! Acha mesmo que quero passar a eternidade obedecendo as tuas ordens, assim como o idiota do Israfil?!

- Não quero lhe impedir de ter escolhas, meu filho, mas não quero que mova energias para criar outro mundo, isso é perigoso e você precisa ter plena consciência do que está fazendo, algo que nem mesmo eu tenho, com tantos milênios de experiência e conhecimento! As chances de suas vontades tornarem-se uma catástrofe é de cem por cento, pois você nunca mexeu com uma magia tão forte, abstrata e de tamanha proporção!

- Você não confia em mim com magia!

- É claro que confio, eu que ensinei você a usá-la, mas não dessa forma... não para deixar sua família para trás, não para deixar esse mundo...

- Você é um idiota! Me deixa em paz, me deixa! – Amenadiel, corajosamente, empurrou o pai para trás e o homem cambaleou alguns metros, mas logo se recuperou e quando o fez, encarou o filho com o ódio estampado no rosto, ele jamais permitiria que alguma de suas crianças lhe levantasse a mão.

O homem passou a mão pela roupa, a fim de tirar as areias que se acumularam ali, em seguida, caminhou a passos largos em direção do filho e o agarrou pelos cabelos, fazendo com que o mesmo se curvasse diante de si. Amenadiel gritou de dor e segurou os pulsos do pai.

- Eu não me chamaria Zander Monreal se permitisse que meus filhos levantassem um dedo pra mim! – Reclamou o homem, arrastando Amenadiel para dentro da casa – Você pode virar às costas pra mim, gritar, bater o pé... mas me empurrar é um dos piores erros que pode cometer!

Zander abriu a porta de mogno, permitindo a visão de seu enorme escritório e jogou o filho dentro do cômodo, em seguida entrou e fechou a porta atrás de si. Sem dizer uma palavra, caminhou até o grande armário de madeira e retirou de lá uma caixinha, em seguida, de dentro da caixa, retirou a tira de couro soleta, igual a que Israfil havia mostrado à Amabel.

- Espera, pai... não me castigue com isso, por favor, eu agi por impulso! Não farei algo parecido, nunca mais, eu prometo! – Amenadiel colocou-se em pé e juntou as mãos, como se fosse rezar a qualquer momento, mas Zander ignorou as lamúrias do filho e começou a bater nele ali mesmo, sem se importar com o local que o objeto estava acertando.

Amabel apertou os olhos, desejando não ver aquela cena e tudo que ecoou por sua mente foram os gritos, carregados de dor, de Amenadiel, e o som dos golpes que o mesmo estava recebendo. Não demorou muito para que tudo girasse e a menina retornasse à casa de Amenadiel.

- Seu pai, ele... – Amabel não sabia o que dizer, ainda estava processando as informações em sua mente.

- Zander sempre foi muito duro comigo, não tanto com Israfil, pois meu irmão procurava se manter sempre na linha... uma grande idiotice, pois quase não aproveitou sua juventude...

- Mas... ainda não entendi o motivo que levou o seu pai a te prender aqui, durante tantos anos...

- Bom... depois daquela surra, eu fiquei chateado com Zander, então fugi de casa alguns dias depois e busquei alguém que me ajudaria com a magia para o surgimento de outro mundo, encontrei um sábio que aceitou me ensinar algumas coisas, mas se absteve de qualquer consequência das minhas escolhas... fiquei alguns dias aprendendo com ele e acreditei estar preparado para mexer com algo tão complexo, então decidi fazer as coisas sozinho, construir meu mundo sozinho... no começo, as coisas saíram como eu havia planejado, mas depois, acabei distribuindo as energias de forma errada e... acabei matando mais da metade de Holly Island, entre esses números estava minha mãe, meus avós... a ilha ficou totalmente desiquilibrada... Zander ficou furioso quando descobriu e, para não me matar com uma surra, escolheu me prender aqui, até ter certeza de que não sou mais uma ameaça para o povo.

A jovem de olhos amarelos estava boquiaberta e sentiu a espinha gelar algumas vezes, enquanto Amenadiel explicava, calmamente, tudo que aconteceu. Amabel não identificou sinais de remorso em sua voz, e aquilo a deixou preocupada.

- Você não parece arrependido...- Disse ela, fazendo o homem sorrir perigosamente.

- Eu sabia dos riscos, Amabel... se fosse me arrepender, não teria feito nada.

- Mas você matou sua mãe e seus avós...

- Eu sei, isso foi uma das consequências ruins, o lado bom é que observei daqui da minha casa, o quanto Zander lutou para colocar a ilha em equilíbrio novamente, foi algo divertido e prazeroso de assistir, pois ele quase perdeu o controle de tudo... sabe, Amabel, quando eu sair daqui, irei terminar o que comecei e não quero me importar com quantos terão que morrer para que eu consiga escapar de Holly Island e governar meu próprio mundo.

A voz de Amenadiel era ameaçadora e Amabel engoliu em seco e mordeu o lábio inferior, em seguida deixou a xícara de chá sobre o pires e se levantou, apressada.

- Eu... eu preciso ir, receio que já fiquei aqui o suficiente.

- Claro, jovem... volte aqui sempre que quiser – Amenadiel sorriu novamente, fazendo o coração de Amabel quase parar.

- Obrigado por me contar sua história... espero que consiga alcançar teus objetivos – Amabel sorriu nervosa e caminhou em direção à porta, rapidamente.

- Eu sei que quer sair dessa ilha, se for do seu agrado, posso te ajudar a voltar para sua cidade natal...

A jovem virou-se para olhar Amenadiel e sentiu-se confortável com a oferta. Talvez ele realmente pudesse ajuda-la, assim, seu pesadelo acabaria logo.

- Claro... e-eu aceito a sua ajuda, será um grande alívio voltar ao "mundo normal".

- Volte mais vezes à minha casa, irei te ensinar alguns truques.

- Eu voltarei... até mais Amenadiel, se cuide e... limpe essa casa, faz bem pro coração – A jovem bateu a porta atrás de si e atravessou a ponte rapidamente, ainda extasiada com as informações que recebera... mesmo que parte de seu subconsciente pedisse para que ela ficasse londe de Amenadiel, a outra parte pedia para que ela se aproximasse ainda mais, conquistasse a sua confiança e, mesmo ele sendo ameaçador demais, ela ficaria com a segunda opção, pois faria de tudo para voltar à sua verdadeira casa.

Enquanto a jovem voltava pra casa, Amenadiel caminhou até a porta e, sem esforço algum, conseguiu colocar o pé para além da porta de entrada... ele sorriu, pois a magia que atraía curiosos à sua casa estava funcionando, e a cada vez que Amabel fosse à sua casa – algo que ele sabia que iria acontecer muitas vezes – a magia que seu pai fizera para lhe prender ali ficaria mais fraca, até sumir totalmente e, então, ele poderia viver a sua liberdade.

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