17 - Quando a lua cruzar o céu

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N/A: Boa noite, querid@s! Espero que vocês estejam bem! Aproveitem o capítulo de hoje :)

**Capítulo não revisado, então pode ter erros de digitação, mas serão corrigidos em breve!

**Não se esqueçam de votar e comentar muito, isso é importante :)

Bjos de luz e boa leitura!
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- Não posso permitir que cometa tal ato! – Theliel exclamou, levantando-se abruptamente da cadeira e apontando o dedo para Gzrel, que apenas respirou fundo e passou a mão pelo rosto, sem querer estender aquela discussão que não os levaria à lugar nenhum – Você tem um bom coração, minha criança, e sei que você faria qualquer coisa por tuas crias, mas não deve entregar tua vida em sacrifício por causa dos caprichos de uma criança que não conhece a linha do limite!

- Então me diga qual é a outra alternativa, pai – O homem de olhos roxos encarou Theliel – Eu sou responsável por Amabel, consequentemente sou responsável por todas as suas ações e é meu dever, como pai, consertar isso... Amabel é só uma criança confusa, está em seu direito de sentir-se acuada, pressionada, fora de sua zona de conforto. Holly Island é diferente do mundo tradicional, a adaptação nunca foi fácil para nenhum recém-chegado, porque com Amabel deveria ser diferente?

Israfil balançou a cabeça negativamente, tentando pensar em alguma alternativa menos dolorida. O velho já havia assistido à um sacrifício, sabia que não era algo simples e também reconhecia que Gzrel estava tendo um ato de coragem, por amor de uma criança que nem se quer lhe aceitou.

- Dê-nos um tempo, Gzrel... sempre há dois caminhos – Disse, olhando carinhosamente para o homem de olhos roxos, algo que raramente acontecia, já que ambos viviam sempre em pé de guerra.

- Minha cabeça está feita – Declarou o homem.

- Não posso perder meu único filho! – Theliel sentiu os olhos se encherem e desviou o olhar para os pés. Ele era bruto demais para se desmanchar em lágrimas na frente de Gzrel. Apesar de não demonstrar de maneira alguma, Theliel amava seu filho e nem se quer cogitava a ideia de perde-lo.

A porta da frente da mansão fora aberta vagarosamente e um zunido cobriu todo o cômodo. Gzrel apertou os olhos pelo barulho, Israfil e Theliel apenas olharam para o ponto branco no meio da cozinha, que fora aumentando e logo deu lugar a Dama de cristal e quando a mesma apareceu por completo, o som irritante cessou. Uriel olhou-os por longos segundos, em seguida sobrevoou até eles, rastejando suas vestes brancas sob o chão.

- Eu recebi a tua decisão, Gzrel – Disse a mulher, ignorando os outros dois que estavam no cômodo – O sacrifício será feito assim que a lua cruzar o céu e, em seu nome, Holly Island encontrará a paz novamente.

Israfil preparou-se para protestar contra a decisão de Gzrel, mas Uriel sumiu pelos ares, sem nem lhes dar tempo de dizer uma palavra se quer. Theliel xingou-se por dentro por não poder fazer nada além do que já havia feito.

- Eu sinto muito – Disse Gzrel, levantando-se e afastando-se da mesa – Preciso falar com a minha esposa, ela precisa estar ciente da minha decisão.

Gzrel respirou fundo antes de caminhar pelo corredor e ir ao encontro de Celine e Genevieve, para deixar claro a elas o que estava acontecendo e como tudo iria ser resolvido. Não seria uma conversa fácil, mas infelizmente era necessária.

(...)

Uriel deu-se ao trabalho de avisar toda a ilha sobre a corajosa decisão que fora tomada, então os moradores já estavam cientes que, dentro de algumas horas, aconteceria um sacrifício.

Amenadiel, de seu esconderijo, captou a mensagem e sorriu de lado, pois sabia que alguém já havia tomado uma decisão estúpida em prol, até mesmo, de sua liberdade... o homem finalmente conquistaria tudo o que sempre quis, apenas porque uma pirralha interessou-se por suas histórias mirabolantes e, quase sempre, mentirosas.

Amabel e Arthur já haviam retornado de Crystal Land e, assim como todos os outros, já sabiam dos acontecimentos. No momento, estavam na casa de Arthur

A jovem sentou-se na cama de madeira e escondeu o rosto entre as mãos, tentando controlar as lágrimas que insistiam em cair e custando a acreditar que Gzrel seria capaz de sacrificar-se por ela, por todos... céus, as coisas poderiam ter sido muito mais fáceis se ela tivesse colaborado.

- N-não pode ser esse o único j-jeito – Pensou em voz alta e Arthur entrou no pequeno cômodo com duas xícaras fumegantes em mãos.

- O que está feito, está feito... vamos, tome esse chá, vai lhe acalmar um pouco – Disse o menino, estendendo a mão para Amabel, que aceitou o líquido de bom grado. Arthur não sabia mais o que falar, na verdade, não havia mais nada que devesse ser dito, então, ele apenas sentou ao lado da amiga e esperou que o sol começasse a se pôr, para então encaminharem-se até a praia e assistir o sacrifício.

Não demorou muito para o momento chegasse e, em minutos, a praia central de Holly Island estava abarrotada de moradores, que se organizavam em um círculo. Celine estava recostada sobre a coluna de um casebre de madeira, segurando firmemente a mão de suas duas crianças, Hamiel e Haamiah. Ambos olhavam para aquela movimentação sem entender muito o que estava acontecendo, só o que elas queriam era desviar-se das garras de sua mãe e irem brincar no mar.

Gzrel e a Dama de Cristal estavam no centro do grande círculo e o homem mantinha a cabeça baixa e o coração apertado... logo a lua iria aparecer e então tudo acabaria.

Amenadiel não deixaria de marcar presença num momento tão importante como esse, então não se acanhou em enfiar-se no meio da multidão, mesmo que muitos o olhassem enojado e surpresos. Só aquilo não era o suficiente para derrubar seu ego.

- Vamos sempre nos lembrar de Gzrel M. Conway! Seu ato de coragem estará salvando a ilha dessa labuta que enfrentamos nos últimos dias – Disse Uriel, logo que o sol desapareceu sob o céu. A Dama de Cristal colocou-se à frente de Gzrel, em seguida estendeu as mãos em sua direção.

- NÃO! NÃO FAZ ISSO, GZREL! – A voz desesperada de Amabel ressoou por toda a praia, fazendo com que as pessoas desviassem o olhar para a jovem. Ela, juntamente com seu amigo, havia chegado a pouco na praia. A jovem correu em direção ao homem, mas as pessoas a impediram de chegar ao centro do círculo – Por favor... você não pode fazer isso por mim!

- Isso não está em discussão, filha – Disse o homem, olhando diretamente nos olhos de Amabel.

- Mas, mas...

- Me desculpe, filha... eu falhei, talvez deveria ter sido tão enérgico quanto você, mas meus esforços foram todos para que você se sentisse em casa, por mais difícil que isso fosse... saiba que eu te amo como minha filha, sempre te amei – Amabel sentiu as palavras entrarem como uma facada em seu peito – Estou pronto, Uriel.

- Espere! Dama, permita-me trocar de lugar com Gzrel... – Arthur olhou para o lado e quase caiu para trás ao ver seu pai ali, esforçando-se para falar e apoiado numa bengala de madeira.

The Holly IslandOnde histórias criam vida. Descubra agora