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▒⃝🃏 ๋ 𖤘 𝗸𝗮𝗱𝗲𝗻'𝘀 𝗽𝗼𝘃 𝅄 𝆹𝅥 ⊰

Eu não aguentava mais Aiden, Lennon, Hunter e Jordan gritando enquanto jogavam videogame na frente da TV, nem Bryan e Nate ouvindo música vidrados em seus celulares e muito menos Steven roncando na poltrona ao meu lado, sem contar a mãe de Beaumont com o liquidificador ligado na cozinha.

Eu tive um dia muito estressante e o apartamento dos Beaumont não ajudava em nada.

Acontece que minha ex, Olivia, ficou no meu pé o dia inteiro pedindo para voltarmos. Ela não entende que ela mesma me traiu há cinco meses atrás e eu não aguento olhar em seu rosto?

Bem que Aiden disse que ela era extremamente chata, irritante e persistente. Mas o que um rostinho bonito não consegue?

- Gente, eu vou dar uma volta. Volto depois - disse sendo ignorado por todos na sala. Acabo por revirar meus olhos e pegar meu celular, levantando do sofá e indo em direção a saida.

- Volte aqui, mocinho - a senhora Beaumont disse me fazendo dar dois passos para trás e a encarar.

- Sim, dona? - coçei minha nuca vendo sua cara séria.

- Não quero saber de você no telhado do prédio, ouviu? Eu não vou te acobertar para sempre, Kaden. Se o síndico te pegar, você sabe que ele conta para sua mãe. Então, nada de sair pulando que nem um macaco silvestre. - ela avisou apontando uma espátula pra mim e eu assenti, sorrindo pequeno. - Agora pode ir.

- Valeu, tia, te amo - sorri e sai correndo daquele apartamento, indo para as escadas.

A mãe do Hunter era uma ótima mulher, como - por incrível que pareça - uma irmã mais velha para mim, mas meu amor por estar nas alturas é maior.

Lembro de um dia que o sindico me viu de longe fazendo parkour e saiu de porta em porta procurando um "garoto de cabelos escuros, alto super perigoso, de roupa preta" e a senhora Beaumont me deu cobertura, com uma desculpa esfarrapada.

Mas eu só iria tomar um ar, não tem problemas.

Subi de três em três degraus as escadas até o último andar, o que não demorou muito, já que o prédio tinha 15 andares e os Beaumont moravam no 13°, e subi as pequenas escadas, chegando finalmente no terraço do prédio.

Lá era cheio de bagunças e muitos lugares para pular, e o melhor de tudo: ninguém vinha aqui além de mim e Hunter.

Me apoiei nos meus dois braços e subi no meio-fio do muro, onde de um lado era uma varanda da cobertura e no outro... bem, 45 metros direto no chão.

Mas o segredo era apenas manter o olhar onde você está pisando e onde você irá pisar e nunca olhar para baixo.

Comecei a andar em passos rápidos naquele pequeno espaço com meu olhar para frente e a atenção total.

Eu amava a sensação de estar livre e sozinho, sentindo o vento sobre meu rosto e a adrenalina correndo pelas minhas veias. Era como arte para mim, como uma terapia ou um calmante.

Pulei no meio-fio de outra varanda umas duas vezes, mas quando fui fazer a mesma coisa pela terceira vez, acabei olhando para a rua movimentada e senti minhas pernas ficarem bambas e em seguida, o desequilibrio.

Ou era cair todos os quinze andares ou era me jogar para a esquerda, na varanda do vizinho desconhecido.

A consequência de um era a morte, a outra era se fuder legal depois.

Eu ainda sim preferia viver.

Assim que joguei meu corpo para o lado contrário da enorme queda, senti o baque do meu braço no chão e jurei ter ouvido um osso quebrar, logo sendo atingido pela dor no mesmo lugar, soltando um grito.

Parabéns, Kaden Hammond. Você é um merda.

𝗣𝗔𝗥𝗞𝗢𝗨𝗥, Kaden Hammond!Onde histórias criam vida. Descubra agora