Apenas os dois

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Pov's Matthew

Nunca imaginei que estaria um dia num dilema tão grande, me envolvendo com alguém que não deveria. Minha vida pessoal estava uma bagunça, já fazia anos que eu estava em relacionamento que eu achava que só tendia a durar. Mas pareceu que tudo foi por água abaixo quando consegui um novo trabalho, quando comecei a gravar Shadowhunters. Desde os primeiros dias tinha ficado próximo da Emeraude e até me incomodava o fato dela me ver como um amigo, até mesmo como um irmão. Quando eu a beijei pude ver que ela me queria, talvez tanto quanto eu a queria. Só que ela mesma colocou obstáculos para aquilo, afinal eu deixei claro que poderia terminar meu namoro, mas isso não pareceu ser suficiente para ela. Mas eu tinha a noção e a certeza que ela continuava querendo, apenas tentava evitar. Pude ter ainda mais certeza disso quando nos beijamos em um banheiro de um restaurante qualquer, que ela me fez ter um dos melhores orgasmos da minha vida. Eu deveria me sentir culpado, o que eu realmente me sinto, mas isso não me impede de qualquer coisa. Eu amava a Esther e sabia que ela não merecia isso, mas eu não podia mandar nos meus sentimentos, meu desejo não escolhia o que era certo e o que era errado. Só que tudo aquilo piorou quando vi que além do noivo dela, eu não era o único que me envolvi com a Emeraude. E tinha que ser logo com o Dominic, alguém que eu era próximo, nossa relação era tão forte quanto os nossos personagens na série e eu não queria que nossa amizade se prejudicasse por causa do fato de querermos a mesma mulher.

E justamente por isso, agora estávamos num bar qualquer, sentando próximos ao balcão, eu nem sabia ao certo o que dizer sobre isso e ele parecia sentir o mesmo, aproveitamos para beber, até que ele enfim resolveu tocar no assunto.

- A nós. - Ele diz levantando o copo em sua mão. - Por termos beijado a mesma mulher.

Eu acabo rindo, era melhor rir do que ficar remoendo o quão louco aquilo era.

- Só você mesmo para fazer piada com isso. - Eu digo também levantando meu copo, brindando com ele.

- Prefiro fazer piada do que acabar brigando com você.

- Não vamos brigar. Não tem porque brigar por isso.

- Mesmo? Eu sei que você não ficou feliz em saber disso, então se tiver algo para me dizer, pode dizer.

- Não, não tenho. É verdade que não fiquei feliz, afinal quem ficaria? Só não acho justo brigarmos.

- É, eu também acho. Não sou do tipo que briga por mulher.

- Eu sei que não. - Digo sorrindo levemente. - Também não sou.

- Bom, então podemos prometer. Sem brigas.

- Sem brigas. - Eu repito.

De verdade era a última coisa que eu queria, brigar com meu melhor amigo por causa de tudo que aconteceu e era um alívio ver que ele pensava da mesma forma. Pude ver logo após ele levantar a mão, apontando o dedo mindinho em minha direção, quase me fazendo rir com o que ele queria.

- Sério? Promessa de dedinho? - Eu pergunto.

- Tem gente que leva isso a sério. - Ele diz de forma óbvia. - Prefere promessa de sangue? Eu posso arrumar uma faca, espera aí.

Vi ele olhar para o balcão como se realmente fosse buscar por uma faca, como já tínhamos bebido um pouco eu não duvidava que ele pudesse mesmo fazer algo do tipo, por isso o impedi.

- Tudo bem, fazemos a promessa de dedinho. - Eu digo levantando minha mão.

Ele sorriu ao entrelaçar seu dedo no meu, por um momento me senti como um adolescente, principalmente diante de toda aquela situação.

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