Como Odiar O Jay Park | JAYWON

02

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Sorry... Jungwon hyung
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Jay

   Distraido com uma música que ecoava em minha cabeça, por conta do fone, caminhava em direção a minha casa, enquanto chutava algumas pedrinhas que se colocavam no meu caminho durante o percurso. Minha volta para a casa continuaria solitária, quieta, se não fosse pela companhia de um alguém mais novo.

-- Jay hyung! - escutei meu nome ser chamado, então tirei meus fones e me virei para trás, vendo meu vizinho japonês correndo na minha direção. O esperei, até que o mesmo já estivesse ao meu lado - Um minutinho... Eu só preciso de um minutinho - falou o mesmo, apoiando as mãos sobre as pernas enquanto tentava buscar fôlego.

-- Tudo bem, eu espero - falei, rindo enquanto guardava os fones no meu bolso.

-- Pronto, agora podemos ir - Niki se levantou e ajeitou a camisa, agora andando no mesmo ritmo que o meu.

-- O que você está achando do ensino médio? - perguntei, assim que me lembrei que o mesmo agora estava no mesmo horário que o meu.

-- Bom... Só nessa primeira uma semana de aula eu já sinto que quero voltar para o primário o mais rápido possível - a fala do mais novo me fez rir - É sério, eu não aguento mais.

-- Eu também odeio o ensino médio, é como uma prisão. Mas pelo menos esse é o meu último e depois é só faculdade... O que também não é lá grande liberdade - enquanto falava, percebo seus olhos curiosos sobre mim. Era comum que sempre que conversarmos o mesmo sempre parecia estar realmente prestando atenção na minha fala - Mas mudando de assunto, eu percebi que você e o Sunoo continuam amigos, né?

-- Ah sim, o Sunoo hyung é um dos meus melhores amigos - falou Niki, debruçando um sorriso no rosto.

-- Mas vocês não eram em três? - perguntei, assim que curiosamente me lembrei do trio que o mais novo fazia parte - Era você, o Sunoo e... Mais um que eu não me lembro o nome.

-- O Jungwon hyung - o mesmo respondeu. De repente, foi como se o rosto do mesmo me viesse em mente, mas não muito detalhado, apenas me lembrei de um garoto baixinho que usava óculos e aparelho.

-- E o que aconteceu com ele? Mudou de escola? - vejo que as minhas perguntas geram um certo nervosismo em Niki.

-- Bom... Não tecnicamente.

-- Hmmm... - o encarei de lado, com a sobrancelha erguida - Acho que entendi, mas e aquele garoto que pelo jeito ocupou o lugar do Jungwon?

-- Que garoto?

-- Um tau de Kim Minjun.

-- Quem é Kim Minjun? - parei os passos e o encarei, com uma certa indignação.

-- Niki, você está ficando com amnésia? - o mesmo me encarou - Você vive com ele na escola, andando de um lado para o outro junto com Sunoo.

-- Aaaah sim, o Jungwon... - assim que o mesmo citou o nome do garoto, tampou a boca na mesma hora, como de quem acabou de falar besteira - Você não ouviu isso, né?

-- Então, o Kim Minjun na verdade é o Yang?

-- Não! Aí que droga, ele vai me matar - Niki bate com a mão na testa, em desespero - Jay hyung, você não pode contar a ninguém que o Minjun na verdade é o Jungwon, por favor - pediu o mais novo, juntando as mãos como se fosse fazer uma oração.

-- Tá, eu não conto - minha fala gera um suspiro aliviador no mesmo, que sorriu contido enquanto punha a mão sobre o peito - Mas eu não entendo, por que ele mentiu o nome pra mim e ainda disse que era aluno novo? 

-- Por motivos óbvios, né? Hyung. 

-- Que motivos? - o mais novo se virou para mim e pôs as mãos sobre a cintura, me encarando com os lábios contraídos e com a sobrancelha arqueada - Continuo sem saber o motivo.

-- Você fazia bullying com ele, além de ter quebrado o óculos dele e ao menos comprou um novo ou pediu desculpas. Mesmo você tendo dinheiro para comprar um par de óculos pra todo mundo da escola.

-- É, mas isso foi a uns dois anos atrás, eu não sou mais aquele idiota.

-- Mas não é o que ele acha, agora, o Jung tem medo e raiva de você - a fala de Niki de certo modo me gera um desconforto interno. Eu sabia que eu não era nenhum santo no primário, mas não sabia que aquelas brincadeiras poderiam ter gerado tais problemas com o Yang, para chegar ao nível do mesmo preferir mentir a identidade do que cogitar em dizer o próprio nome.

-- Eu tive uma ideia - o mais novo me encarou de relance, assim que parei meus passos pois já estava na frente da minha casa - Eu vou dar uma festa na piscina nesse final de semana, e você e seus amigos estão convidados.

-- O que? Está falando sério? - Niki esbugalhou os olhos, enquanto deixava um enorme sorriso surgir em seu rosto - Mas você nunca me chamou para as suas festas, por que agora você está?

-- Porque agora você é um adolescente do ensino médio, então já pode frequentar as minhas festas - falei, enquanto caminhava em direção a porta - E não se esqueça, o convite é apenas para você, o Sunoo e o Jung... E para o Minjun - me auto corrijo.

-- Tudo bem, obrigado Jay hyung!

-- Vai ser sábado a noite! - gritei, enquanto o via sair correndo para entrar em sua casa.

  Ri baixo com tau ato e me pus a terminar de entrar para dentro de casa, mas assim que abri a porta, sou atacado por uma dálmata que rapidamente me faz cair de costas no chão, mas por sorte, a mochila amorteceu a queda.

-- Calma... Cruella - dizia, entre risos, enquanto a cachorra fazia questão de demonstrar seu afeto lambendo meu rosto inteiro. E sim, Cruella, porque quando eu a ganhei, eu só tinha dez anos, e 101 Dálmatas sempre foi o meu filme favorito da Disney.

-- Cruella! Já pra cá! - uma voz autoritária a repreende, a fazendo se afastar de mim. Era a senhora Kang, a empregada da casa - Você está bem, Jay-ya? - perguntou a mesma, enquanto me ajudava a me levantar - Eu fiquei preocupada quando o motorista foi te buscar no colégio e disse que você não estava lá.

-- Eu estou bem, senhora Kang, é que eu preferi vim a pé hoje - falei, enquanto acariciava a cachorra que agora estava mais controlada - O papai está no escritório?

-- Não... Ele teve uma reunião de última hora e teve que ir para Busan - a mais velha responde com uma certa aflição a minha pergunta, talvez por medo da minha reação. Mas depois de um certo tempo, a ausência do meu pai já não era um motivo que me comovia. Ou pelo menos era o que tentava acreditar.

-- Entendi - falei, me levantando do chão.

-- Eu já vou servir o almoço, peço para que se lave e logo desça - falou a mesma, enquanto me observava subir as escadas.

-- Tudo bem, vem Cruella! - gritei pela cachorra, que logo se soltou das mãos da senhora Kang e correu em minha direção.

-- Tem certeza de que quer ela no seu quarto, Jay-ya? Essa cachorra anda animado demais ultimamente, ela pode quebrar algo de valor.

-- Se ela quebrar, então compramos outro - falei, encarando a cachorra com um sorriso, esperando na porta do meu quarto com o rabo abanando.

[...]