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Stranger Feelings
——Ni-Ki
Por mais que eu não quisesse admitir, se tem alguém nesse mundo que eu tenho certeza que deve me odiar em segredo, esse alguém é o Jungwon hyung. E não como se ele não tivesse seus motivos para querer me encontrar toda vez que me vê, até porque, motivos é o que não falta, ainda mais de hoje, que eu o deixei ir sozinho para o colégio. Mas é por uma boa causa, diria até que bem mais importante do que qualquer aula que eu poderia perder.
Aquele sábado na casa do Jay hyung, acabou terminando mais tarde do que o planejado, para ser mais exato, Sunoo e eu só fomos embora para a minha casa as seis da manhã, completamente virados por termos passado a noite inteira na casa do estadunidense, apenas jogando, bebendo(refri) e rindo dos nossos hyungs bêbados. A princípio, estava bem frio naquela madrugada, mas Sunoo não se importou de ficar com os pés descalços sobre o chão gélido da casa do Jay, e de depois sair e tomar um vento gelado no corpo para ir embora, resultando em um resfriado bem forte.
Já não era de agora que Sunoo hyung pega esses resfriados, pois o mesmo é um alguém de imunidade baixa, e que desde que nós conhecemos, o mesmo sempre ficava doente com certa frequência, e eu, como um bom amigo, sempre ia o visitar e é por esse motivo que nesse momento estou caminhando em direção a casa do Kim, pois sei o quão chato e manhoso ele costuma ficar quando está doente, e como sua mãe já deve estar perdendo a paciência com o filho.
Ao chegar na casa do Sunoo, aperto a campainha e logo sua mãe me atende.
-- Niki, oi - falou a mais velha, sorridente.
-- Oi senhor Kim, o Sunoo está? - perguntei, mesmo já tendo ideia de que o mesmo estaria.
-- Sim, ele está lá encima - disse, terminando de abrir a porta para que eu pudesse passar - Niki, o Sunoo ainda está bem doente, não quer uma máscara para não acabar ficando doente também?
-- Não... Eu tenho uma saúde de ferro, senhor Kim, mas mesmo assim, obrigado - falei, e logo me pus a subir as escadas indo em direção do quarto do Sunoo - Toc toc, tem alguém aí? - dei duas batidas na porta antes de abri-la, pois não queria correr o risco de sair entrando e pegá-lo fazendo algo que eu não precisasse ver.
-- Niki, é você? - apenas pelo seu tom de voz fanho, já pude perceber que ele estava com uma gripe das fortes.
-- Sim, e estou entrando.
Assim que girei a maçaneta e adentrei no quarto do mais velho, logo o vi deitado em sua cama, com o corpo coberto por uma camada de edredom, que deixava em aparente apenas o seu rosto sorridente e seu nariz vermelho. Mesmo doente, Sunoo continuava sendo um alguém adorável.
-- Você tá parecendo aquele veadinho dos filmes de natal, sabe aquele que tem o nariz vermelho? - comentei entre risos, enquanto o via mostrar sua língua em desaprovação.
-- O que é isso na sua mão? - perguntou o mais velho, enquanto eu puxava sua cadeira para me sentar próximo a sua cama.
-- É chocolate branco, o seu favorito - falei, enquanto via um sorriso ainda maior surgir em seu rosto assim que lhe dei o presente - Eu ia trazer sorvete de menta com chocolate, mas acho que você não está em boas condições para tomar sorvete.
O mesmo revirou os olhos, enquanto abria a barra de chocolate que havia lhe dado. Enquanto Sunoo comia seu presente, me aproximei do mesmo e depositei delicadamente as costas da minha mão sobre sua testa, notando com rapidez apenas com o toque o seu estado febril.
-- Como está se sentindo, hyung? - perguntei, recolhendo minha mão de volta para o meu bolso.
-- Péssimo, sinto que o meu leito está cada vez mais próximo - respondeu, dramático ao nível de me fazer rir.
-- Para com isso, você ainda é muito novo para morrer.
-- Eu odeio ficar doente.
-- Eu sei, mas você ficou a madrugada toda descalço e ainda por cima não aceitou vestir o meu moletom.
-- É, mas aí quem estaria doente é você e não eu. Não seria justo.
-- Tudo bem, eu preferiria mil vezes ficar doente do que te ver assim - ao terminar o que eu falei, o vi corar, o que me fez instantaneamente me auto questionar sobre o que eu havia acabado de falar. É normal querer ver seu amigo bem, mesmo que você não esteja, não tem nada demais nisso.
-- Para de falar besteira, eu me sentiria pior ainda se você tivesse ficado doente por minha causa - falou o mais velho - Eu estou meio entediado, quer ver um filme comigo?
-- Sim! - falei com certa animação, peguei seu notebook e logo o empurrei para a parede, para que eu pudesse me deitar ao seu lado, o que causou estranheza no mesmo.
-- Não se incomoda de deitar ao meu lado? Mesmo eu estando doente e você tendo chances de também ficar? - perguntou Sunoo, enquanto ligava o seu aparelho.
-- Claro que não, quantas vezes já cuidei de você quando estava doente e nunca tive nada? - respondi, vendo pela tela ainda escuro de seu notebook, um sorriso tímido surgir em seu rosto.
-- O que quer assistir? - perguntou o Kim, ainda sem tirar os olhos da tela.
-- Não sei, pode ser terror?
-- Ah não... Melhor comédia.
-- Se você achar um filme de comédia legal, então tudo bem.
-- Eu vou achar, você vai ver.
Assim que seu notebook ligou, Sunoo colocou em um serviço de streaming e começou a buscar por um filme. Enquanto isso, sem que percebesse, sua cabeça foi tombando até se acomodar em meu peito. E claro, não o impedi, apenas levantei minha mão direita e a depositei sobre seu cabelo macio e recém descolorido.
-- Niki - o mesmo me chamou - Obrigado por ter vindo me ver, eu gosto da sua companhia.
-- Sério?
-- Sim, da sua e a do Jungwon - revirei os olhos, de espontânea, por que fiz aquilo? - Inclusive, podíamos ligar para que ele viesse depois da escola, não?
-- Hm, tá bom - falei, sem demonstrar animação. Pelos deuses, Jungwon é um dos meus melhores amigos - Deixa que eu mando mensagem para ele.
No final das contas, nem acabamos assistindo o filme e sim um desenho animado. E também, Jungwon não pode ir.
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Como Odiar O Jay Park | JAYWON
Fanfiction[concluída] - Durante o ensino fundamental, Yang Jungwon era a principal vítima de brincadeiras de mal gosto de Jay Park, o que fez o mais novo acumular um ódio imenso pelo mesmo. No entanto, tudo mudaria no ensino médio, quando o Yang percebesse qu...