Capítulo II

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Dias se passaram é depois do horário que todos tinham ido embora do clube o Mitsuya ainda tentava me ajudar a costurar o que parecia uma tarefa impossível mas ele tinha paciência comigo apesar de eu ser um desastre já estava prestes a desistir e ir embora, mas ele não deixou e insistiu que tentasse mais vezes.

_ Eu acho que ela gosta de você.
Falei.

_ Quem?
Ele perguntou.

_ A Yasuda é claro.
Falei achando que era óbvio.

_ Não ela não gosta, só é protetora é um pouco estressada demais.
Até suas palavras eram um som doce no meu ouvido e ele estava falando de outra garota.

_ Ah ela gosta sim.
Cantarolei.

_ Não gosta.
Ele repetiu.

_ Gosta.
Falei

_ Não gosta!
Ele tava tentando parecer sério.

_ Gosta.
Cantarolei novamente.

_ Não gosta, para com isso.

Ele falou e eu já ia cantarolar quando costurei meu dedo sem querer na máquina.

_ AAAHHHH
Gritei, isso doeu demais.

_ Como você fez isso?
Ele falou quase gritando comigo e tentando tirar meu dedo dali, a agulha tinha entrado fundo começou a sair sangue quando tirou a agulha eu puxei minha mão e fiquei olhando aquele tanto de sangue sair porque tava saindo tanto, Mitsuya me puxou pelo outro braço saindo da sala do clube e entrou no banheiro feminino comigo abrindo a torneira da pia colocou minha mão embaixo da água.

_ Eu nunca tinha visto uma pessoa costurar a própria mão.
Ele disse rindo.

_ Não ri, tá doendo.
Falei lavando minha mão com sabão o que fazia doer mais ainda, depois disso saímos do banheiro e voltamos para o clube ele falou para eu sentar do lado da sua mesa e pegou um kit de primeiro socorros e colocou um curativo em meu dedo, e no final deu um beijo no meu machucado como uma mãe faria esse gesto foi tão fofo que senti meu coração disparar ali mesmo.

_ Pronto não foi nada.
Ele sorriu depois que disse isso.

_ Tem certeza, porque acho que tô morrendo.
Respondi deixando ele fazer uma cara feia, descobri o observando durante o clube que não gosta de drama e tenho o provocado sendo uma rainha do drama ultimamente.

_ Então vamo volta a tenta costurar.
Ele disse me tirando dos pensamentos.

_ Mas eu tô machucada.
Mostrei minha mão para ele enquanto falava.

_ Isso não foi nada.
Me respondeu.

_ Você é tão cruel comigo Taka-Chan. Falei tentando ser manhosa escutei amigo dele o chamando assim então repeti.

_ Tá bom, por hoje acabou então. Ele respondeu cedendo ao meu drama.

Quando nossos olhos se encontraram perdi toda a minha pose senti uma pontada de desejo enorme me bater, eu queria mas não sabia como pedir um beijo a um garoto geralmente eram eles que chegavam em mim e eu ficava só para sentir algo eu nunca realmente desejei de verdade, então comecei a me aproximar. Quando alguém apareceu na porta e falou.

_ Mitsuya vamo tamo te esperando.

Ele desviou seu olhar agora, e eu fiquei ali pensando que quase pulei em seu colo notei que era o Peh Yan que olhava para todo lado do clube e perguntou:

_ Ela não tá aqui?

_ Yasuda não, ficou com medo Peh Yan?
Mitsuya brincou com ele, nós últimos dias notei que o Peh Yan só aparecia aqui quando ela não estava também deveria achar a garota assustadora.

Eles ficaram conversando então peguei minhas coisas um pouco frustada e disse que ia embora passei por eles e me despedi resolvi ir caminhando para a casa.

°°°
Chegando em casa meu pai estava deitado no sofá roncando, tinha uma garrafa de vodka no chão eu peguei e joguei o conteúdo na pia sempre jogava fora, mas ele dava um jeito de conseguir outras comi só umas bolachas não tava com ânimo de preparar o almoço, depois de tomar banho desci para a loja e finalmente a abri.

O ideal era que ficasse aberta enquanto eu estava na escola mas não podíamos dar o luxo de ter um funcionário é meu espantaria todos os clientes com seu cheiro de álcool, limpando as coisas que eram necessárias e organizando as prateleiras durante o dia todo só tivemos dois clientes que precisavam de coisas pequenas desse jeito não ia demorar a declarar falência, subi as escadas morávamos no andar de cima da loja era o sonho dos meus pais conseguir manter a loja e depois comprar uma casa grande para morarmos mas nada na vida acontece do jeito que imaginamos.

Voltei e meu pai estava no mesmo lugar mas agora tava vendo televisão, abri a geladeira e não tinha nada para comer descente resolvi tomar banho e procurar algo para comer.

Antes de sair perguntei para meu pai.

_ Você vai querer alguma coisa para comer?

_ Não.
Ele respondeu bem seco, então resolvi sair dali não sei porque eu achava que era um bom pai ultimamente ele só tava me fazendo raiva e me tratando mal acho que foi a infância ele era incrível meu herói não consigo aceitar que se afundou desse jeito.

°°°
Entrei em uma lanchonete e pedi tanta comida que meu dinheiro deu tava com fome e não tava nem aí que não era saudável eu só queria comer e depois dormir.

Tava sentada em uma mesa sozinha quando minha comida chegou tava ali devorando tudo nada feminina quando notei o Mitsuya sentindo na minha frente, eu quase engasguei com a comida.

_ Oi.
Ele disse naturalmente.

_ De onde você surgiu?
Perguntei assustada.

_ Da porta de frente.
Ele disse tipo apontando o óbvio.

_ Desculpa, eu assustei.
Falei pensando que eu só perguntei de onde tinha surgido sem nem mesmo falar oi.

_ Tava andando de moto, e vi você pela janela parecia feliz resolvi parar para conversar.
Ele me falou.

_ Realmente um dos meus melhores momentos do dia e quando eu tô comendo.
Falei pegando minha batatinha e oferendo para ele que pegou algumas, ficamos ali conversando sobre coisas aleatórias, quando a moça da lanchonete tava quase expulsando a gente para fechar eu me despedi e ele falou:

_ Eu te levo embora, já tá tarde.

Eu assenti não ia desperdiçar uma carona e chance de abraçar ele, montei em sua garupa e disse aonde morava depois que cheguei desci da moto e agradeci ele desceu também e falou quando comecei a me virar para entrar.

_ Então eu queria fazer uma coisa.

_ O que?
Perguntei.

Ele se aproximou e segurou meu rosto e me deu um beijo eu logo cedi retribuindo e levando minha mão para passar em seus cabelos o aproximando mais de mim, dei espaço para sua língua explorar aonde queria nosso beijo foi longe e cheio de desejo.

Tᴀᴋᴀsʜɪ MɪᴛsᴜʏᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora