•Capítulo Vinte e Três •

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Julia

A Itália parecia divina do alto, as pequenas vielas da Sicília eram rodeadas de cor e água, havia muita água, o mar era esplêndido visto de cima. Mal podia esperar para ter Luke comigo nas vastas praias, nos restaurantes, e principalmente, na cama.

Meu corpo já clamava pelo dele, a ardência que ele deixou em minha boca agora era um fogo que consumia todo o meu corpo. Não tinha como não lembrar de Luke, ele estava presente em cada passo que eu dava, seu cheiro ainda em minha roupa, pela manhã que passamos abraçados, todo o trajeto até o aeroporto.

Eu já não sabia se me importaria se ele fosse um gangster mafioso, ele era bom para mim. Mas me embrenhar nesse mundo, seria um risco que eu teria que correr por ele.

Suspirei, esperava que Luke abrisse o jogo comigo na última noite, mas ele não disse nada a respeito. Tudo estava claro. Tudo ficou mais claro na última noite, quando aqueles homens me encurralaram.

Alguns minutos mais tarde, o avião pousou no terminal de desembarque e eu me encontrei ansiosa. Nunca antes tinha estado na Itália. Apenas pensar que eu veria Maggie me deixava mais ansiosa, mas triste ao mesmo tempo, queria que a minha irmã estivesse bem, andando e brincando comigo, como era antes.

Eu tinha fé que ele melhoraria, a minha irmã ficaria bem.

Peguei o meu celular na minha bolsa e me encostei perto de um banco depois de sair do terminal, disquei o número de Simona e esperei enquanto chamava.

"Simona Carbone."

— Sou eu, Julia, estou no terminal de desembarque de Palermo. — Olhei ao meu redor, sentindo, de repente, que alguém me observava.

"Quer que eu mande um carro buscá-la?"

— Não. — Me mexi inquieta. — É só me mandar o endereço.

"Você tem certeza?"

— Sim.

"Tudo bem, anota aí."

Anotei o endereço que ele me passou e desliguei o telefone.

A sensação de estar sendo seguida não desapareceu, nem mesmo depois que entrei. Era estranho como, mesmo depois de Luke ter me assegurado, e saber que ele tinha algum tipo de envolvimento com a máfia, em vez de me sentir mais segura me sentia como se uma grande merda fosse acontecer a qualquer momento.

O prédio onde Simona morava era um dos mais luxuosos de Palermo, me senti eufórica ao olhar para cima e ver todo aquele espelhado, até a cobertura que eu sabia que era onde ele morava.

Depois de ser atendida por um recepcionista, que interfonou para a cobertura de Simona e anunciou a minha chegada, subi de elevador, não tinha como subir de escada de qualquer jeito. As portas deslizaram abertas e eu me encontrei em um corredor luxuoso. Franzi o cenho perplexa, como podia ser tudo tão extravagante, até um mero corredor?

Deixei meus pensamentos de lado e fui até a porta que tinha ali, a única, e toquei a campainha. um arrepio começou a subir pela minha coluna, pensei em Luke e em tudo que ele me disse, na sua força. Lembrei do que ele me disse no carro quando estávamos a caminho do aeroporto.

A porta se abriu de uma vez, e uma mulher pequenina e esguia com cabelos grandes e esvoaçantes saiu em um frenesi.

— Antonella, não atenda a porta assim! — uma voz forte, cheia de comando falou de dentro da cobertura.

Arregalei os olhos quando a mulher, Antonella, agora eu sabia, se jogou em mim, me fazendo tropeçar para trás. Bati na parede com força, arfando, mas Antonella não me soltou.

Vingança Fatal | Série "Donos da Máfia" | Livro 5 Onde histórias criam vida. Descubra agora