•Capítulo Dezessete•

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Havia uma grande fila em frente à boate, que tinha a faixada em verde neon.

— Vamos entrar pela área privada, não se preocupe. — Ele não esperou por uma resposta minha, saiu do carro no mesmo momento em que Caio saiu e abriu a porta para mim. Luke estendeu a mão para mim e eu a peguei, estava tremendo um pouco e ele percebeu isso, pois segurou a minha mão firmemente, me dando um leve aperto tranquilizador. Demos a volta juntos e nos encontramos com Janete e Caio na entrada da boate. Ninguém disse nada quando passamos pela grande fila na porta e pelos seguranças, esses que abriram caminho para nós.

Não olhei para as pessoas nem qualquer detalhe do interior do grande espaço quando entramos e a música alta quase me deixou surda, sabia como era esse tipo de ambiente, trabalhara em um não muito tempo atrás e ele foi o maldito motivo da minha ruína.

Luke me levou por um corredor, não sabia em que parte da boate ficava, mas a música alta aos poucos foi sumindo, até que havia apenas uma leve batida ao nosso redor.

Olhei para cima no momento em que Luke abriu uma porta e me levou para dentro, Janete e Caio em nosso encalço.

— Sente-se melhor? — ele perguntou, me guiando até a grande cadeira acolchoada atrás da grande mesa de superfície de vidro e pernas de mogno mais claro. Ele a puxou para que eu me sentasse e assim o fiz, pois minhas pernas estavam verdadeiramente trêmulas.

— Sim, obrigado. — Engoli saliva, envergonhada por ser sensível a tudo a todo momento.

Odiava entrar em uma boate e ficar em pânico, odiava que lugares como esse me trouxesse lembranças tão obscuras, e odiava ainda mais que Janete, tanto como Caio e Luke presenciassem isso.

— Caio, onde estão Késsio e Dantas? Não liguei para eles assim que saímos do apartamento?

— Eles estão vindo, senhor. Ouve um problema com Dantas.

— De novo? — olhei para Luke, tentando entender o que realmente estava acontecendo ali.

Quem eram Késsio e Dantas, e que infernos o tal Dantas poderia ter feito, "de novo"?

Fosse o que fosse, sabia que não era nada bom. No meio desses pensamentos, me veio a lembrança de uma das vezes que eu e Luke nos falamos durante uma refeição. Ele era dono de uma pequena empresa e tinha um complexo inteiro de boates e casas de strip-tease espelhados em todo o estado de Nova Iorque, então, o que Késsio e Dantas poderiam fazer para Luke?

A pergunta real era, o que Luke fazia de verdade?

Por que sempre tinha Caio guardando as suas costas?

Morava no bairro mais rico de Manhattan, tinha uma vista privilegiada da ilha, era sem dúvidas um homem de posses. Sabia que a máfia siciliana estava atuando nessa área, em toda a cidade de Nova York, Maggie me avisou várias vezes para não os procurar em sua ausência, e que só o fizesse se fosse extremamente necessário. Olhei para Luke, vendo como seus olhos de um azul nublado estavam agora sérios enquanto ele conversava com Caio. Comecei a me perguntar se não estava ficando paranoica, achando que Luke fazia parte de uma sociedade criminosa secreta, mas tão famosa aqui em Nova York.

Espantei aquela ideia da minha cabeça e prestei atenção no que Luke e Caio conversavam, mas era impossível identificar, pois eles falavam em italiano.

Janete veio para perto de mim, se escorando na cadeira.

— Não sabia que eles falavam italiano. — comentou.

— Eles são italianos.

— Oh! — Janete exclamou. — Isso é tão quente! Luke fala em italiano com você quando vocês estão na cama?

Vingança Fatal | Série "Donos da Máfia" | Livro 5 Onde histórias criam vida. Descubra agora